sábado, 9 de outubro de 2021

LULA E OS PICARETAS DO CONGRESSO NACIONAL: PETISTA QUER RENAN NO COMANDO DO SENADO E EUNÍCIO NA CÂMARA SE GANHAR AS ELEIÇÕES

Na noite desta quarta-feira (6), Lula participou de um jantar com lideranças do MDB e integrantes do PT. O encontro aconteceu na casa do ex-senador Eunício Oliveira. No encontro, o petista expressou seu desejo para que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) assuma o comando do Senado, e que Eunício, que cogita disputar uma vaga de deputado, seja o presidente da Câmara. Além de Eunício, o jantar contou com a presença de outros picaretas do Congresso Naciomal, como os ex-senadores Edison Lobão e Lobão Filho, dos senadores Vital do Rêgo, Marcelo Castro, Nilda Gondim e Isnaldo Bulhões e ainda do deputado Walter Alves. Já por parte do PT, estiveram presentes os deputados Gleisi Hoffmann, José Guimarães e Paulo Teixeira, o senador Paulo Rocha e ainda o ex-ministro Luiz Dulci. Lula propõe que os capitalistas deixem de apoiar o governo neoliberal de Bolsonaro e apresenta seu nome para ser novamente o gerente do comitê de negócios da burguesia em 2022 ancorado em uma frente ampla que vai do PCO, PSOL, passando pelo PT, PCdoB, PSB, Rede até o MDB, PSD e Cidadania...

Não por acaso, o petista fala de “unir todos os brasileiros para vivermos em harmonia” e apresenta o “voto” como o instrumento político para celebrar o pacto social. Esta é a síntese da ditadura do capital travestida em democracia, uma formulação que os reformistas não se cansam de repetir!

O chamado à “reconstrução nacional” passaria necessariamente por um governo de centro-esquerda burguesa como as gestões passadas da Frente Popular. Essa utopia do “Brasil de todos, para todos” não passa de demagogia pré-eleitoral para demonstrar que o PT se compromete a respeitar o calendário eleitoral e se manter como guardião da democracia burguesa. 

O petista fala que o alicerce desse contrato social é o Estado de direito burguês, ou seja, a manutenção das instituições da república capitalista que se assenta sobre a miséria e a exploração dos trabalhadores. Não por acaso, Lula encobre que os interesses sociais imediatos e históricos entre o proletariado e capitalistas são irreconciliáveis como nos explicou Marx, uma tese revolucionária que a esquerda reformista e até grupos que se dizem trotskistas satélites do PT tentam esconder com todo o malabarismo político, lançado em nome da necessidade de “derrotar a direita” nas urnas.

A tática assumida pela esquerda reformista no país, de impulsionar a formação de uma Frente Ampla de oposição ao presidente neofascista, nada mais é do que a continuidade da política de colaboração de classes da Frente Popular, desta vez defendendo o mesmo programa do imperialismo, redigido pelo Fórum Econômico Mundial. A plataforma política da Frente Ampla tem os mesmos pontos redigidos em Davos (Suíça): vacinas em massa, isolamento social e a promoção estatal do Grande Reset, sob a sórdida justificativa do “Controle Sanitário”. Com este programa na mão, Lula conseguiu atrair novamente a simpatia da burguesia nacional, que hoje debate como utilizará o líder petista para defenestrar Bolsonaro.

Essa posição do imperialismo e seus lacaios tupiniquins não significa que apostarão na vitória de Lula em 2022, ainda é muito cedo para “bater o martelo”. Porém o “resgate” de Lula (as decisões do STF seguem este comando) já serve para “emparedar” Bolsonaro, fazendo com que o neofascista termine seu mandato cumprindo à risca (apesar dos estrebuchos) a pauta imposta pela OMS e a governança global do capital financeiro.

Ainda que não tenha surgido no Brasil uma alternativa revolucionária de massas a direção política do PT e Lula, é necessário organizar molecularmente uma via de independência de classe resgatando para o proletariado os valores da moral operária e seu programa genuinamente comunista.