segunda-feira, 11 de outubro de 2021

“BIG DATA” CENSURADA PELO ESTADO BURGUÊS: O SONHO DA ESQUERDA REFORMISTA PARA CRIAR UM “CAPITALISMO COM ROSTO HUMANO”

As críticas da esquerda reformista ao Facebook, somente justificadas do ponto de vista da denúncia de seu caráter de uma mídia privada corporativa, não têm outro objetivo senão impor a regulação (censura) do Estado burguês sobre o conteúdo das redes sociais, ou seja, reforçar a própria censura já exercida pelas corporações da Big Data que servem aos interesses das corporações econômicas imperialistas.

Como comprovação do que afirmamos, hoje(11/10) o jornal inglês Morningstar, um expoente britânico da esquerda reformista domesticada, publica um longo artigo exigindo uma regulamentação estatal do Facebook e outros monopólios tecnológicos (Google, Amazon, Microsoft, Apple): “Eles não estão à altura do serviço ao usuário. Eles não são um serviço público, mas deveriam ser monitorados pelo governo”.

Como é típico da esquerda reformista, a regulamentação estatal (defesa da censura) é parte de uma "luta liberal" porque para o reformismo “as empresas de tecnologia manipulam grandes quantidades de dados sobre seus usuários, por sua vez, lhes dá poder de mercado e permite que dominem seu setor, eliminando qualquer concorrência emergente”.

Um exemplo dessa "luta liberal" foi dada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, liderada por Lina M. Khan. Khan é um especialista nessa "luta".  Em artigo publicado em 2020, Lina atacou a Amazon e defendeu a “livre concorrência” e o mercado com todo tipo de banalidades.  “A doutrina da concorrência não deve mais focar apenas no interesse do consumidor, mas na existência de poder de mercado que se traduza em práticas predatórias que impeçam a inovação ou o surgimento de concorrentes potenciais”. Em sua estratégia para conquistar seu mercado, diz Khan, a “Amazon há muito tempo optou por sacrificar os lucros para ganhar participação de mercado, permitindo-lhe cortar qualquer competição pela raiz”.

A empresa Diapers , que vendia produtos de beleza e cuidados com o bebê online, foi deliberadamente bloqueada  pela Amazon, reduzindo os preços de venda da concorrência (dumping) e oferecendo serviços “atraentes” aos consumidores com um serviço de crédito mais favorável. Diante do golpe a Diapers “jogou a toalha” e foi adquirida pela Amazon, que depois disso abandonou rapidamente sua política de preços agressivamente baixos e ofertas promocionais, voltando a vender os produtos com o preço de mercado.

Essa prática de dumping teve uma nova reviravolta quando a Amazon abriu sua plataforma para todos os tipos de vendedores, permitindo-lhe capturar grandes quantidades de dados sobre mercadorias concorrentes e adaptar suas políticas de preços às dos vendedores que usam sua plataforma.Posteriormente, a Amazon começou a oferecer sua própria mercadoria, que competia diretamente com os vendedores usando sua plataforma. Então, a Amazon gradualmente investiu em sua própria logística, deixando de ser o maior cliente de grupos de correio, como Fedex ou UPS, tornou-se um concorrente potencial.

Não há nada de novo ou original na “tese” de Lina Khan, embora o monopolismo moderno não se baseie apenas no dumping, mas no acesso a grandes bancos de dados (consumidores, vendedores, fornecedores). As empresas maiores reduzem os preços para limitar a concorrência e controlar um número crescente de áreas de negócios.

Para os “sonhos liberais” da esquerda reformista, as medidas de regulação e censura a criariam novos modelos de negócios, de empresas de tecnologia "responsáveis", que seriam algo parecido com "banco ético" e outros negócios similares de "economia social" que representassem um “novo capitalismo com rosto humano, limpo, sustentável”.... Os Marxistas Leninistas defendem, na contramão da “tese” liberal reacionária da esquerda reformista, a expropriação de todas as corporações da Big Data, colocando o controle destas empresas imperialistas sob os interesses políticos do proletariado mundial.