“BIG DATA” CENSURADA PELO ESTADO BURGUÊS: O SONHO DA
ESQUERDA REFORMISTA PARA CRIAR UM “CAPITALISMO COM ROSTO HUMANO”
As críticas da esquerda reformista ao Facebook, somente justificadas do ponto de vista da denúncia de seu caráter de uma mídia privada corporativa, não têm outro objetivo senão impor a regulação (censura) do Estado burguês sobre o conteúdo das redes sociais, ou seja, reforçar a própria censura já exercida pelas corporações da Big Data que servem aos interesses das corporações econômicas imperialistas.
Como comprovação do que afirmamos, hoje(11/10) o jornal
inglês Morningstar, um expoente britânico da esquerda reformista domesticada,
publica um longo artigo exigindo uma regulamentação estatal do Facebook e
outros monopólios tecnológicos (Google, Amazon, Microsoft, Apple): “Eles não
estão à altura do serviço ao usuário. Eles não são um serviço público, mas deveriam
ser monitorados pelo governo”.
Como é típico da esquerda reformista, a regulamentação
estatal (defesa da censura) é parte de uma "luta liberal" porque para
o reformismo “as empresas de tecnologia manipulam grandes quantidades de dados
sobre seus usuários, por sua vez, lhes dá poder de mercado e permite que
dominem seu setor, eliminando qualquer concorrência emergente”.
Um exemplo dessa "luta liberal" foi dada pela
Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, liderada por Lina M. Khan.
Khan é um especialista nessa "luta".
Em artigo publicado em 2020, Lina atacou a Amazon e defendeu a “livre
concorrência” e o mercado com todo tipo de banalidades. “A doutrina da concorrência não deve mais
focar apenas no interesse do consumidor, mas na existência de poder de mercado
que se traduza em práticas predatórias que impeçam a inovação ou o surgimento
de concorrentes potenciais”. Em sua estratégia para conquistar seu mercado, diz
Khan, a “Amazon há muito tempo optou por sacrificar os lucros para ganhar participação
de mercado, permitindo-lhe cortar qualquer competição pela raiz”.
A empresa Diapers , que vendia produtos de beleza e cuidados
com o bebê online, foi deliberadamente bloqueada pela Amazon, reduzindo os preços de venda da
concorrência (dumping) e oferecendo serviços “atraentes” aos consumidores com
um serviço de crédito mais favorável. Diante do golpe a Diapers “jogou a
toalha” e foi adquirida pela Amazon, que depois disso abandonou rapidamente sua
política de preços agressivamente baixos e ofertas promocionais, voltando a
vender os produtos com o preço de mercado.
Essa prática de dumping teve uma nova reviravolta quando a
Amazon abriu sua plataforma para todos os tipos de vendedores, permitindo-lhe
capturar grandes quantidades de dados sobre mercadorias concorrentes e adaptar
suas políticas de preços às dos vendedores que usam sua
plataforma.Posteriormente, a Amazon começou a oferecer sua própria mercadoria,
que competia diretamente com os vendedores usando sua plataforma. Então, a
Amazon gradualmente investiu em sua própria logística, deixando de ser o maior
cliente de grupos de correio, como Fedex ou UPS, tornou-se um concorrente
potencial.
Não há nada de novo ou original na “tese” de Lina Khan,
embora o monopolismo moderno não se baseie apenas no dumping, mas no acesso a
grandes bancos de dados (consumidores, vendedores, fornecedores). As empresas
maiores reduzem os preços para limitar a concorrência e controlar um número
crescente de áreas de negócios.
Para os “sonhos liberais” da esquerda reformista, as medidas
de regulação e censura a criariam novos modelos de negócios, de empresas de
tecnologia "responsáveis", que seriam algo parecido com "banco
ético" e outros negócios similares de "economia social" que
representassem um “novo capitalismo com rosto humano, limpo, sustentável”....
Os Marxistas Leninistas defendem, na contramão da “tese” liberal reacionária da
esquerda reformista, a expropriação de todas as corporações da Big Data,
colocando o controle destas empresas imperialistas sob os interesses políticos
do proletariado mundial.