quarta-feira, 13 de outubro de 2021

COMEÇA O “JULGAMENTO” DOS SOLDADOS DO EXÉRCITO QUE DISPARAM 80 TIROS DO CONTRA UMA FAMÍLIA DE TRABALHADORES: O “DIREITO DE MATAR” POBRES PELO ESTADO BURGUÊS NÃO ESTÁ NO BANCO DOS REÚS 

Hoje começa o suposto julgamento em Tribunal Militar dos assassinos do músico Evaldo Rosa e do catador de latinhas Luciano Macedo, mortos covardemente em 2019 pelo exército brasileiro. O julgamento já foi adiado três vezes, crime sem julgamento mesmo depois de 3 anos. Na realidade apenas uma investigação independente pode dar uma resposta consequente a esse crime, assim como os tribunais militares precisam acabar de imediato, pois só servem para deixar assassinos impunes a serviço da repressão estatal. O “direito de matar” pobres e negros pelo Estado Burguês e seu aparato repressivo não está nos bancos dos reús!

Lembremos quem 7 de dezembro de 2019, 80 tiros em um carro que transportava uma família trabalhadora para o chá de bebê em pleno domingo à tarde. É o “livre direito de matar pobres” em ação na intervenção militar no Rio de Janeiro. A família atacada pela patrulha do Exército no bairro de Guadalupe deve ter sido morta por “escusável medo, surpresa ou violenta emoção” como manda o o neofascista Bolsonaro. 

Estão protegidos pelo Estado burguês para disparar dezenas de tiros de fuzil contra um carro onde, além do motorista que o dirigia, havia um idoso, uma mulher e uma criança de sete anos.

O comando do Exército deu seu aval para a fuzilaria: dispararam contra os militares. É verdade: mas horas antes, em outro local. A única coisa semelhante era o carro, um modelo popular e a cor branca da lataria e a cor negra do motorista, ou seja, uma família de trabalhadores negros. Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu depois que o carro em que se encontrava foi atingido. Além dele, seu sogro, Sérgio, foi baleado nos glúteos e foi internado. Um morador que passava pelo local também ficou ferido ao tentar ajudar. “A Polícia Civil realizou a perícia no local porque os militares tiveram dificuldade em realizá-la, segundo o delegado, devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime. Mas os envolvidos foram ouvidos em uma delegacia militar”. 

Ninguém foi preso e os soldados foram ouvidos, de acordo com a Polícia, pelo próprio Exército. Lei sancionada pelo golpista Temer em 2017 garante que crimes dolosos contra a vida, cometidos por militares das Forças Armadas, serão investigadas pela Justiça Militar da União. Segundo o delegado “foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”.

Com cinismo fascista, o Comando Militar do Leste (CML), logo após o fuzilamento divulgou nota em que negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão” de “assaltantes” e, depois, informou que o caso supostamente estaria sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar. 

Em resumo, o Estado capitalista protege sua mão assassina deseus gerentes para manter seus capangas fardados livres! Jovens soldados do Exército colocados nas ruas para perseguir o povo pobre nas comunidades e favelas fluminenses só poderia dar em tragédia e morte, os governos burgueses e o alto comando das FFAA são os verdadeiros responsáveis por esse bárbaro crime. 

Estamos pela destruição revolucionária da polícia militar. No caso específico do Exército, defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e cabos, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês (difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação de sindicatos vermelhos, etc.)! Toda nossa solidariedade com a família atacada pelo exército!