terça-feira, 5 de outubro de 2021

OS “MÉDICOS MIDIÁTICOS” DA PANDEMIA: “SACERDOTES” DA BIG PHARMA OU CIENTISTAS? 

A "pandemia planejada" da Covid levou ao surgimento de uma nova categoria de “médicos”, os médicos televisivos (pseudo cientistas que sequer sabem a composição física de um patógeno), apareceram na mídia em conjunto com seus “estudos” inexistentes sobre o coronavírus. Não estamos, fique bem claro, falando dos verdadeiros cientistas, que foram totalmente marginalizados pelo consórcio mundial da mídia corporativa. Esses médicos eram desconhecidos do público em geral antes da crise de saúde. Eles foram selecionados pela mídia, que buscava médicos remunerados diretamente pelos grandes laboratórios imperialistas, ou pelo Estado capitalista que buscava cortejar “consultores científicos” segundo os interesses da Big Pharma.

Vindos das mais diversas especialidades (urologistas, clínicos gerais, cardiologistas e até simples administradores como diretores de hospitais ... Na maioria das vezes longe das especialidades das doenças transmissíveis, foram cortejados por todas as redes de notícias porque o público já se acostumou com esses personagens religiosos de “jaleco branco”(com imagens de santos por trás)que sabem “explicar” segundo o interesse das medidas coercitivas dos  governos burgueses, reféns do fluxo financeiro internacional controlado pelo Fórum dos grandes rentistas. 

Esse cenário ocorreu porque o argumento de autoridade médica, combinado com um tom peremptório diante da câmera é uma estratégia de comunicação extremamente eficaz comumente usada por televangelistas norte-americanos.  Esses sucessores modernos dos pregadores metodistas ingleses itinerantes do século XVIII baseiam suas estratégias de comunicação na repetição da mesma mensagem básica em tom carismático, a fim de provocar o medo e uma adesão coletiva frenética do público, descartando qualquer inclinação ao pensamento crítico, visto como “diabólico”. Como todos os catecismos, a palavra “santa” do médico midiático não deve ser criticada porque cada pergunta leva a uma resposta e cada resposta corresponde a uma nova pergunta... 

Estimulados por repentina fama, parece mais fácil para esses médicos, que não são competentes na dinâmica de epidemias ou na avaliação de intervenções de saúde pública, aderir e vender um dogma supostamente científico já pronto, em vez de invocar informações alternativas que possam exigir pesquisa crítica e conhecimento especiais.

Oscilando entre um tom condescendente e uma agressividade paternalista, eles retransmitem a comunicação do Estado com convicção, mesmo que seja contraditória com os fatos a cada poucas semanas.Para convencer o público já amedrontado, esses novos televangelistas não dizem "Deus disse que ..." mas "A comunidade científica disse ..." ou "A ciência mostra que ...".  Quem pode ser contra Deus, a Comunidade Científica ou os dois juntos? O casamento entre a mídia corporativa e o jaleco branco está cumprindo sua missão: o poder da convicção do que é "visto na televisão" explora os princípios elementares do marketing diante de um público ingênuo e apavorado com uma pandemia de dimensões inéditas na história.

Porém, alguns esclarecimentos científicos permitem que cada cidadão desenvolva seu espírito crítico. Em primeiro lugar, nenhum médico honesto pode reivindicar ser um representante da comunidade científica, muito menos da ciência em geral.  A comunidade científica é múltipla e na esmagadora maioria dos casos não existe um consenso absoluto, portanto não endossa nenhum dogma.  É um mosaico formado por uma multidão de pesquisadores que comparam suas ideias e trabalhos de décadas, De acordo com o famoso filósofo da epistemologia da ciência, Karl Popper, uma teoria só pode ser considerada científica se puder ser refutada. Caso contrário, não é ciência, mas um dogma do tipo religioso.

Em segundo lugar, um médico não é necessariamente um cientista. Um cientista tem uma tese científica, não uma tese médica ou clínica. A maioria absoluta dos médicos nem sequer sabe o que é um vírus(não há sequer um consenso na comunidade científica se o vírus antes de infectar uma célula está vivo ou “morto”), porém está capacitado a tratar clinicamente de uma infecção viral. Um cientista publicou um número mínimo de artigos científicos sobre os assuntos nos quais ele deveria ser competente.  Claro, que alguns médicos também podem ser genuínos cientistas, mas este não é o caso dos “médicos de mídia”.

Terceiro, um médico é competente no campo de sua especialidade ou mesmo subespecialidade.  O público deve se questionar sobre as falas de um urologista, cardiologista ou um ortopedista sobre temas fora de sua competência e estudo acadêmico. Para as epidemias de doenças transmissíveis é necessário a opinião de virologistas, não se pede a um obstetra-ginecologista para prescrever um óculos, nem a um oftalmologista para fazer o parto.

Por último, as questões médicas e as verdadeiras questões científicas não são resolvidas simplesmente pela “maioria” do momento. A ciência não é uma “democracia eleitoral”, e a verdade não é decidida pela maioria das pessoas, sejam elas leigas, médicos ou apresentadores dos noticiários televisivos.Caso contrário, a Terra permaneceria plana e permaneceria no centro do Universo, segundo a maioria da época, coagida pela “verdade sagrada” do Vaticano.