EQUADOR URGENTE: EM PLENA VIGÊNCIA DO DECRETO “ESTADO DE
EXCEÇÃO” EXPLODIU A REVOLTA CONTRA OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS E GÁS
Entidades populares, movimentos sociais e organizações indígenas e camponesas, em plena vigência do “Estado de Exceção” no Equador, estão liderando um grande protesto de massas contra o governo do banqueiro Lasso, nesta terça-feira (26/10), principalmente contra os aumentos dos preços dos combustíveis e gás. Enquanto está em vigor o “Estado de Exceção” sanitária decretado pelo presidente Guillermo Lasso, que permite a presença das Forças Armadas nas ruas, várias estradas permanecem bloqueadas por milhares de manifestantes em cinco das 24 províncias do país, incluindo Pichincha, cuja capital é Quito, conforme relatado pelo Sistema Integrado de Segurança do próprio regime.
Nesse contexto, pelo menos mais de duas dezenas pessoas já
foram presas pelo fechamento de estradas, segundo o porta-voz presidencial
Carlos Jijón, informou o jornal local “El Mercurio”. Além disso, os usuários
das redes sociais divulgam imagens da violenta repressão que ocorre em alguns
dos pontos onde ocorre o protesto de massas. A mobilização foi convocada pela
Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), a Frente Unitária
dos Trabalhadores (FUT), o principal sindicato operário do país, a União
Nacional dos Educadores (UNE) e a Federação dos Estudantes Universitários do
Equador (FEUE), entre outras organizações.
A medida de força de Lasso, embasada nas orientações da Casa
Branca e OMS, chega apenas cinco meses após a posse do novo governo que
impulsionou várias medidas de “ajuste econômico” em meio às revelações dos
Pandora Papers, que expuseram as contas do presidente em paraísos fiscais. Em
um clima convulsionado no país por problemas econômicos, tensões políticas e
aumento da insegurança, Lasso decretou na semana passada um “Estado de
Exceção” por 60 dias para combater o
"crime e o tráfico de drogas". A medida autoriza as Forças Armadas a
colaborar com a Polícia Nacional no controle da segurança interna.
Na sexta-feira passada, Lasso reverteu os aumentos mensais
de combustível, liberando reajustes diários, uma decisão que gerou rejeição
generalizada entre a população e grande parte dos movimentos sociais. O
presidente rentista aplicou um aumento de 21 centavos por galão no caso do
diesel e de cinco centavos em relação ao custo da gasolina. Assim, o preço foi fixado em $2,55 o galão de
gasolina e $1,90 para o diesel, custo considerado alto para os movimentos
sociais e produtores agrícolas.
Ontem a noite, Lasso expressou seu repúdio à greve e avisou
que não permitiria o bloqueio de vias: “Vamos desenvolver todo um dispositivo
para evitar o fechamento de estradas, para que a lei prevaleça por causa do
fechamento de estradas e do obstáculo ao livre trânsito de pessoas e
mercadorias é proibido por lei ”, afirmou, em mensagem do Palácio do Governo. A
resposta do movimento de massas a ofensiva draconiana do regime foi imediata, e
já na manhã desta terça-feira o país está praticamente paralisado, com as
principais estradas bloqueadas. Um belo exemplo de luta e ação direta que o
proletariado equatoriano revela ao movimento de massas latino-americano.
Enquanto isso, no Brasil a burocracia sindical da Frente Popular só pensa em
ocupar a gerência de Bolsonaro, apoiada no carnaval demagógico “oposicionista”
da mídia corporativa, nas eleições presidenciais de 2022, até lá só “micaretas
eleitorais” para desgatar o neofascista e muito conchavo com a famiglia Marinho
e a burguesia para eleger Lula.