sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O ELEVADO CRESCIMENTO DO TRABALHO PRECARIZADO NO BRASIL: UM SINTOMA CLARO DA NOVA ORDEM MUNDIAL DO CAPITAL FINANCEIRO

O trabalho informal, precarizado, que inclui aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, chegou a 36,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em julho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta última quinta-feira (30/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa passou para 40,8% contra o índice anterior que foi de 39,8%, com 34,2 milhões de pessoas no trimestre anterior. Há um ano esse contingente era menor, 30,7 milhões e uma taxa de 37,4%, o menor patamar da série. Em um ano, o número de trabalhadores informais cresceu 5,6 milhões. O rápido avanço da precarização da classe operária brasileira neste período histórico pandêmico é um dos claros sintomas da Nova Ordem Mundial do capital financeiro, onde a crise estrutural do modo de produção capitalista entra em uma fase terminal, forçando a introdução de “recursos” de destruição em massa nunca antes vistos pela civilização humana em tempos de aparente “paz”.

De acordo com a PNAD, a taxa de desocupação atingiu 13,7% no trimestre fechado em julho, uma redução de 1,0 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril. Mas ainda são 14,1 milhões de brasileiros na fila do desemprego, numa economia capitalista estagnada e com uma inflação explosiva.Para os que trabalham, a renda cai brutalmente. Segundo o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores recuou 2,9% frente ao trimestre anterior e reduziu 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020, ficando em R$ 2.508. A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, ficou estável, atingindo R$ 218 bilhões.

De acordo com a pesquisa, os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, chegou a um número recorde de 7,7 milhões de pessoas, um aumento de 7,2%, com mais 520 mil pessoas. Em relação ao ano anterior, o indicador subiu 34,0%, quando havia no país 5,8 milhões de pessoas precarizadas. O trabalho por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 1,1 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,8 milhões, alta de 17,6%.

Ao contrário do que vem afirmando o ministro rentista da Economia, Paulo Guedes, sobre o crescimento do emprego formal no país durante a pandemia, o IBGE registrou o primeiro aumento no emprego com carteira assinada desde janeiro de 2020, na comparação anual. Um avanço de 3,5%, com mais 1,0 milhão de pessoas, totalizando 30,6 milhões no trimestre até julho. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente aumentou 4,2%, com mais 1,2 milhão de pessoas. No início do ano passado, Guedes mudou os critérios de apuração do emprego formal através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), incluindo bolsistas, temporários, agentes públicos e até dirigentes sindicais, o que é questionado por vários especialistas. O IBGE, além do emprego com carteira assinada, abrange o setor informal.