terça-feira, 5 de outubro de 2021

“PANE” GLOBAL NO FACEBOOK, INSTAGRAM E WHATSAPP: APENAS A “PONTA DO ICEBERG” DO CONTROLE DAS COMUNICAÇÕES E INFORMAÇÕES PRIVADAS NAS MÃOS DAS GRANDES CORPORAÇÕES

A “pane” global de Facebook, Instagran e What App colocou em relevo o controle pelas grandes corporações dos meios de comunicação e de aceso as informações privadas. Após o Facebook sair do ar devido a uma misteriosa falha global, dados de mais 1,5 bilhão de usuários da rede social estão sendo vendidos em um fórum de crimes virtuais na dark web. Ainda não se pode estabelecer uma relação entre o vazamento e o chamado “apagão” desta segunda-feira (4), mas os dados foram disponibilizadas. Ao apurar o caso, o site Privacy Affairs verificou as amostras de dados disponíveis no fórum criminoso e constatou que as informações são reais. Um milhão de contas saem pelo valor de 5 mil dólares (cerca de R$ 27,3 mil). Por outro lado, uma ex-gerente de produtos do Facebook revelou ao programa 60 Minutes, do canal norte-americano CBS News, que ela foi a autora de uma série de denúncias contra práticas da plataforma. 

Entre as acusações da engenheira de computação Frances Haugen, de 37 anos, está o suposto “acobertamento” da rede social para que celebridades não precisem seguir as políticas do site. As denúncias de Haugen explodem no momento em que as redes sociais são apontadas como agravadores de uma série de questões psicológicas em usuários mais jovens, sobretudo no que tange a exposição de corpos e autoestima dos internautas. A ex-funcionária também relatou que a conduta imposta dentro do Facebook coloca “lucros acima da segurança” dos internautas e do público em geral. Ainda segundo Haugen, que cita suas experiências profissionais em outras redes sociais, o Facebook tem a pior política interna de todas. 

A engenheira de computação também acusa a plataforma de enganar investidores e ocultar falhas internas. Segundo ela, a empresa enviava comunicados a investidores elencando uma série de iniciativas que supostamente seriam adotadas internamente, mas nunca foram colocadas em prática. Haugen então reuniu milhares de documentos para embasar sua denúncia. Eles foram compartilhados não só com a imprensa, mas como políticos e órgãos reguladores da mídia dos Estados Unidos. Ela deixou a empresa recentemente.

– O Facebook viu que, se mudasse o algoritmo para algo que seja mais seguro, as pessoas passarão menos tempo no site, vão clicar menos em anúncios e vão gerar menos dinheiro. Ele ganha mais dinheiro quando você consome mais conteúdo e as pessoas gostam de se envolver com coisas que provocam uma reação emocional. E, quanto mais raiva você sentir, mais vai interagir e consumir – acrescentou.

A internet é controlada pelos conglomerados da grande mídia na internet, é público que esta é uma tecnologia militar que vem sendo usada no marco da vida civil. Ainda que saibamos que a rede de computadores, seus conteúdos, satélites e monitoramento já são controlados pelos monopólios imperialistas e as agências de segurança dos Estados imperialistas, como os EUA, uma nação que se proclama soberana e que foi alvo de espionagem do imperialismo ianque poderia usar o Marco para esboçar uma mínima reação a este processo de subserviência em um ramo fundamental da segurança, que é a comunicação e o acesso à informação.

O aperfeiçoamento tecnológico facilitou a edificação de uma poderosa base de dados em nível mundial num sistema complicadíssimo denominado de “Total Information Awareness” (conhecimento total da informação) que tem a capacidade de armazenar vídeos, fotos, ligações telefônicas e parâmetros biométricos de “alvos” que contrariem interesses das grandes corporações e assim persegui-lo. Quer dizer, quanto mais complexa e desenvolvida a tecnologia de informação, paradoxalmente maior é o controle dos monopólios imperialistas sobre a rede mundial de computadores e a internet, ainda que as organizações e partidos políticos de “esquerda”, adaptados ao regime da democracia dos ricos tentem afirmar o pateticamente contrário. É uma profunda ilusão no regime “democrático” acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle. Neste sentido, os “What App” “Facebook”, os “Twitters” nada têm de independentes, basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão propalada “liberdade” cibernética. Empresas do “quilate” da Microsoft, Google, Sony, Apple etc. etc. podem controlar indiscriminadamente telefones celulares, computadores, “tablets” através de softwares e hardwares por eles fabricados. Basta enviar “trojans” em anexos de e-mails ou simplesmente inserir “scripts” maliciosos escondidos em um site muito visitado (as redes sociais, por exemplo!). Ou então, com um minúsculo “chip” inserido na placa mãe dos aparelhos (computadores, celulares), as empresas, o Estado burguês pode gravar tudo o que é digitado, “ligar” remotamente telefones celulares como um “microfone” sem que o proprietário perceba, mesmo que não efetue nenhuma ligação, acionar webcams para espionar um “alvo” em tempo real, localizar via satélite pessoas por suas características biométricas. 

Isto se agrava ainda mais em se tratando da indústria bélica que tem a tecnologia controlada a mão de ferro pela matriz imperialista que utiliza aviões de ataque não-tripulados computadorizados. São os “Reapers” (ceifadores de vida) que arrasaram a Líbia, também usados para assassinar os dirigentes das FARC nas selvas colombianas e futuramente numa guerra contra o Irã, Venezuela ou Coréia do Norte. Ninguém, a não ser os EUA, por exemplo, tem o domínio de como funcionam estes aparelhos, que durante a “guerra fria” tinha o contraponto militar e tecnológico a ex-URSS. Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas da humanidade. 

A tecnologia da informação a serviço do bem-estar da humanidade só será possível através da tomada do poder da burguesia através revolução proletária, a qual imporá um novo modo de produção, o socialismo. 

O fim legal da suposta “neutralidade da rede” também abre uma nova era de discriminação de classe. À medida que os monopólios da internet aumentam as taxas, eles irão introduzir vários níveis de serviço, com a maioria dos usuários forçados, através da pressão econômica, em planos de serviços que oferecem apenas conteúdo altamente restrito. A suposta “troca livre e aberta de ideias” tão festejada pelos democratas pequeno-burgueses como uma expressão da liberdade de expressão na rede mundial de computadores será o domínio exclusivo dos ricos. O fim da “neutralidade da rede” é uma peça com toda a política da administração Trump, que se moveu para fortalecer imensamente o poder da oligarquia corporativa e financeira através da desregulamentação, cortes de impostos e outras medidas de direita. Registre-se que como essa é a política oficial do imperialismo ianque, o Partido Democrata esteve na vanguarda do ataque à liberdade de expressão na internet. O presidente da FCC Ajit Pai, que lidera a ofensiva contra a neutralidade da rede, foi nomeado pela primeira vez para o conselho da FCC pelo presidente Obama. A NSA e a CIA, com o apoio de democratas e republicanos, trabalharam com os ISPs gigantes para monitorar a comunicação e a atividade da Internet de indivíduos em todo o mundo. Além disso, os democratas, juntamente com o New York Times e o Washington Post de Jeff Bezos e as principais redes de TV de transmissão, lideram uma campanha contra a liberdade de expressão na internet, sob o pretexto de lutar contra a “intromissão" estrangeira”, particularmente a russa e chinesa. Antes mesmo da decisão da FCC Facebook, YouTube e Twitter contrataram dezenas de milhares de censores para proibir e bloquear conteúdo “ofensivo” e “falso”, enquanto o Google, o maior motor de busca do mundo, iniciou mudanças em seu algoritmo de busca para bloquear sites de esquerda de aparecer em dezenas de milhares de resultados de pesquisa chave. Em 2010, a Google trabalhou com a Verizon em um acordo para privilegiar seu próprio conteúdo (incluindo o YouTube de propriedade do Google), o que agora pode fazer abertamente com a abolição da neutralidade da rede. Tal arranjo se alimentaria dos próprios esforços do Google para censurar a internet através da manipulação de seus resultados de pesquisa. Na nova era da censura, os interesses econômicos das grandes corporações e os objetivos políticos da reação social tornam-se cada vez mais iguais. Os principais defensores da censura foram os principais jornais e transmissores de TV, que viram um enorme declínio nos leitores e espectadores, já que os usuários buscaram alternativas à sua propaganda banal patrocinada pelo Estado. Os conglomerados de mídia vêem na censura da Internet não apenas um meio para recuperar a parte de mercado, mas recuperar o controle da narrativa política, que eles perderam para as publicações na internet. O que estamos vendo é uma expressão da luta de classes na internet, esta censura em favor dos grandes monopólios apenas pode ser superada com a liquidação do modo de produção capitalista, na luta do proletariado e da juventude explorada nas ruas, greves e escolas, para além do “mundo virtual”. A luta para defender a internet gratuita e aberta é a luta para abolir a dominação da oligarquia corporativa e financeira sobre a sociedade e a política. Os monopólios de telecomunicações, juntamente com todos os bancos e corporações gigantes, devem ser estatizados sobre o controle dos trabalhadores.

Hoje em dia uma questão extremamente vital é pouco analisada, quer na “blogsfera” quer em nível da elaboração programática da esquerda: o desenvolvimento desenfreado da rede de comunicações internacional (internet) após a queda da URSS e o retrocesso ideológico que se seguiu. Por se tratar de um “objeto” de consumo de massa, de um modismo quase irracional, criticá-la beira à heresia, uma vez que tudo praticamente funciona em torno desta rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento. Mas a “indústria” da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não tem como princípio a liberdade de expressão porque está precisamente concentrada nas mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e estes associados incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e seu aparato repressivo. O acesso à Internet é um direito social básico, que deve estar livremente disponível para todos, sem a interferência das corporações ou do estado capitalista. Como se observa, não se trata de um debate de pouca importância, já que a decisão do imperialismo ianque vai definir legalmente como as grandes empresas vão gerenciar o acesso da população a rede de computadores, impondo o aumento de seu custo, determinando a velocidade paga e inclusive o conteúdo que o usuário poderá ou não ter acesso. A decisão da FCC revela a impossibilidade de regular minimamente o controle dos conglomerados da grande mídia na internet, ainda mais quando é público que esta é uma tecnologia militar que vem sendo usada no marco da vida civil. Ainda que saibamos que a rede de computadores, seus conteúdos, satélites e monitoramento já são controlados pelos monopólios imperialistas e as agências de segurança dos Estados imperialistas, os Marxistas Revolucionários lutamos pelo mais amplo a comunicação e à informação. Nesse debate há uma clara expressão da luta de classes, onde os grandes capitalistas além de extorquirem ainda mais a população para esta ter “direito” ao acesso à rede, desejam aprofundar o controle de conteúdo, inclusive perseguindo seus opositores na blogosfera, havendo por sua vez o aumento do custo de hospedagem de sites e até mesmo a possibilidade de impedir a existência de blogs que são estejam sob seu controle político e editorial.

Desde o Blog da LBI, quando participamos do Encontro Internacional dos Blogueiros e várias reunião sobre a “democracia na rede”, expressamos justamente que a defesa do “marco regulatório” como a via para a “democratização das mídias” (jornal, revista, TV e internet) não passava de uma burla na medida em que visava um acordo político e econômico com o grande capital que controla o setor, pacto que agora o imperialismo descartou oficialmente. Nessa mesma discussão alertamos que as chamadas “redes sociais” (What App, Facebook, Twitter, etc...) ou mesmo o protótipo de inteligência artificial que é o Google, foram criadas diretamente pelo Departamento de Estado ianque como colaterais “privadas” de seus organismos oficiais. Fazem parte de um projeto de monitoramento global dos EUA, integrado à estratégia de consolidar a hegemonia imperialista em um mundo totalmente dependente da internet, seja para troca de dados comerciais e financeiros ou simples informações pessoais. A verdade é que o caráter da construção do atual gigantesco aparato de espionagem pelo governo ianque está diretamente ligado à política externa do país com a maior máquina de guerra jamais vista na história da humanidade, cujo domínio pertence a um seleto grupo de países imperialistas e a Israel, assim como a suas empresas de fachada. Por se tratar de um “objeto” de consumo de massa, uma vez que tudo praticamente funciona em torno desta rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento, a “indústria” da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não tem como princípio a liberdade de expressão porque está precisamente concentrada nas mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e estes associados incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e seu aparato repressivo. A intercepção de informações é a característica básica dos novos tempos da internet. A fonte irradiadora desta realidade concentra-se no coração do monstro imperialista, os EUA, onde existe a NSA que se ramifica em mais outras 16 agências menores responsáveis pela captura e análise da informação por qualquer meio de comunicação. A NSA localiza-se em Fort Meade (Maryland) e é dirigida pelo Grupo de Segurança Naval dos EUA e pelos serviços de espionagem da Força Aérea, cujo complexo apoia-se numa rede planetária de satélites espiões que pode processar uma gama quase infindável de dados. O BLOG da LBI reafirma a impossibilidade de existir sequer uma “nova mídia democrática” e independente dos grandes monopólios dos meios de comunicação, sem a ruptura revolucionária das massas com o Estado burguês e a expropriação dos meios de comunicação capitalistas, que manipulam a população segundo seus interesses de classe. A única forma de ter uma mídia comprometida com os interesses dos trabalhadores e do povo pobre é lutando pela liquidação do próprio Estado burguês e do imperialismo, que através de seu “quarto poder” aliena as massas para manter a exploração capitalista e a hegemonia do imperialismo sobre os povos do planeta. Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas da humanidade. Reafirmamos que é uma profunda ilusão no regime “democrático” acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão” ou possa ser “controlada pelo povo”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle. Neste sentido, os “Facebook”, os “Twitters”, WhatsApp, nada têm de independentes, basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão propalada “liberdade” cibernética. A tecnologia da informação a serviço do bem-estar da humanidade só será possível por meio da tomada do poder da burguesia através Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado!