terça-feira, 1 de novembro de 2022

HÁ EXATAMENTE 100 ANOS ATRÁS MUSSOLINI MARCHAVA SOBRE ROMA: O FASCISMO INICIAVA A TOMADA DO PODER IGNORANDO AS “REGRAS” ELEITORAIS DA DEMOCRACIA BURGUESA

Há cem anos atrás, em 31 de outubro de 1922, Benito Mussolini, líder do Partido Nacional Fascista, marchou sobre Roma à frente de vários milhares de “Camisas Negras”. No dia anterior, o então rei da Itália Vittorio Emanuele III o havia nomeado Primeiro-Ministro italiano, pressionando pelo fortalecimento da extrema direita no seio das massas. Foi o prelúdio de uma ditadura brutal que duraria 23 anos. Os fascistas suprimiram os direitos democráticos, aterrorizaram e esmagaram o movimento operário organizado, travaram horríveis guerras coloniais e aliaram-se à Alemanha de Hitler na Segunda Guerra Mundial. O regime de “Il Duce” tornou-se o modelo para inúmeras ditaduras militares em todo o mundo e o termo fascismo virou sinônimo da tirania e da barbárie. 

O discípulo mais similar de Mussolini foi Adolf Hitler, que imitou a “Marcha sobre Roma” um ano depois com um golpe em Munique. O golpe fracassou, mas Hitler, no entanto, assumiu o poder em Berlim 10 anos depois, também ignorando as “regras da normalidade democrática”.

O centésimo aniversário da tomada do poder por Mussolini não é apenas de interesse histórico, mas de uma realidade política ardente em tempos atuais, onde a esquerda reformista dissemina ilusões criminosas que o fascismo poderá ser eliminado pela via eleitoral da democracia burguesa.

Há pouco tempo os herdeiros bastardos de Mussolini assumiram o governo italiano. A nova Primeira-Ministra, Giorgia Meloni, pode ter declarado o fascismo uma “questão histórica ultrapassada” por razões táticas de se adequar ao regime vigente, mas é inconfundível que ela e seu partido estão firmemente enraizados na tradição fascista.A própria Meloni lidera o partido do antigo escritório de Giorgio Almirante, que, sob Mussolini, dirigiu o diário fascista Il Tevere, bem como o jornal antissemita La difesa della razza (Defesa da Raça), e de 1946 a 1987 liderou o Movimento Sociale Italiano (MSI), a organização sucessora do Partido Fascista de Mussolini e predecessora do Fratelli.

A atual situação mundial, onde se desenvolve uma brutal ofensiva da governança global do capital financeiro contra os povos, confere às lições da “Marcha sobre Roma” uma extraordinária atualidade histórica. A Social Democracia e a esquerda socialista burguesa nos dizem que para varrer a ameaça neofascista contemporânea é preciso que se fortaleçam eleitoralmente, enquanto alimentam a própria extrema direita quando lhe é conveniente.

Os Marxistas Leninistas afirmam categoricamente que o neofascismo em gestação é um produto direto da própria decadência da democracia burguesa e da crise estrutural do capitalismo. Reafirmamos, mesmo que totalmente isolados da esquerda domesticada, que a revolução proletária é o único e verdadeiro antídoto contra a serpente nazifascista!