domingo, 30 de agosto de 2020

MARCHA COM 50 MIL PESSOAS EM BERLIM DESAFIA AS MEDIDAS REPRESSIVAS DO GOVERNO MERKEL: COM UM SALDO DE 300 PRESOS A “DEMOCRACIA” ALEMÃ MOSTRA A FACE AUTORITÁRIA DO IMPERIALISMO EUROPEU

Em Berlim, mais de 50 mil pessoas participaram neste sábado (29/08) de uma multitudinal marcha contra as medidas repressivas e antidemocráticas do governo imperialista de Angela Merkel, adotadas como o pretexto de combater a pandemia do coronavírus. A maior parte da caminhada foi pacífica, mas houve distúrbios em alguns pontos da capital alemã quando a polícia resolveu dissolver a multidão com uma violência e brutalidade típicas dos regimes totalitários. Mais cedo, a polícia de Berlim havia ordenado a dispersão dos manifestantes, que obviamente não se intimidaram com as ameaças do aparelho repressivo do governo de direita neoliberal. Apesar da ameaça policial, cerca de 50 mil pessoas vindas de várias partes da Alemanha se reuniram em alguns marcos históricos da capital, como o Portão de Brandemburgo, a Coluna da Vitória e o prédio do Reichstag, sede do Parlamento alemão.Cerca de 3 mil policiais foram mobilizados em toda a cidade, representando um dos maiores deslocamentos das forças de segurança dos últimos 30 anos, deixando um bárbaro saldo de 300 presos e mais de mil manifestantes feridos.

Os manifestantes exibiam cartazes pedindo a renúncia do governo da chanceler Angela Merkel e o fim das medidas draconianas que proíbem o direito de organização política e manifestação livre, conquistados com a derrubada do regime nazista em 1945. A palavra de ordem mais entoada na marcha foi :"Fim da ditadura corona!". O protesto em defesa das liberdades democráticas tinha sido proibido pelo governo no início semana, mas um tribunal regional alemão deu a permissão durante a noite para a realização do ato de massas ao anular a decisão anterior. Porém a Chanceler Merkel revelando seu compromisso com o “Estado Capitalista de Direito”, mandou sua polícia reprimir duramente a manifestação, fazendo cair a máscara da Democrata imperialista.

A mídia corporativa local e internacional logo tratou de acusar a marcha com sendo uma “obra da extrema direita”, e que estaria “colocando em risco a vida dos cidadãos” em função da pandemia de coronavírus. Não por coincidência o mesmo discurso do imperialismo ianque contra os manifestantes antirracistas, que nos EUA são acusados de “extrema esquerda”, tanto por Republicanos como pelos Democratas. É na verdade uma velha tática das classes dominantes, inserir grupos provocadores, que ora se camuflam de extrema direita ou extrema esquerda, para desmoralizar os movimentos sociais mais amplos, como este que está cruzando com força toda Europa, contra a imposição da nova ordem mundial do medo, da desorganização social e da repressão estatal em nome da “saúde pública” da humanidade.

É bem verdade que partidos de extrema direita ou até mesmo grupos de lunáticos fascistas tem participado das marchas contra as restrições das liberdades democráticas, o que representa uma contradição destas organizações e não dos protestos em si, que possuem uma plataforma mínima correta, apesar de restrita. Seria correto que os Marxistas agora passassem a defender o fim das garantias mínimas democráticas, como o direito de reunião e protestos de rua, em nome da orientação criminosa da OMS diante da pandemia? Evidentemente que não! Desgraçadamente a maioria esmagadora da esquerda domesticada às ordem do capital, passou a defender a repressão estatal, seguindo a orientação sanitária da OMS, um organismo controlado por corporações da Big Pharma e governos nacionais da Social Democracia e da chamada “direita civilizatória” como Merkel e Macron.

O interessante é que esta mesma esquerda reformista, que se recusa a defender as conquistas democráticas em nome da “segurança sanitária”, qualificando os protestos de rua como “obra da extrema direita”, participa e apoia fervorosamente das “manifestações coloridas” organizadas pela OTAN, CIA e assemelhados contra qualquer adversário político do imperialismo ianque, sejam governos nacionalistas burgueses, ex-stalinistas ou simplesmente competidores bélicos do Pentágono. Cinicamente estes revisionistas não sentem o menor incômodo político de estarem “ombro a ombro” com a extrema direita financiada por Washington. Combater os regimes capitalistas da “nova ordem do medo” (de esquerda, centro ou direita) será um tarefa posta para a vanguarda revolucionária que ainda não se vergou as ordens das corporações financeiras e sua marionete “sanitária”, a OMS.