terça-feira, 4 de agosto de 2020

ALBERTO FERNÁNDEZ VOLTA A PAGAR OS RENTISTAS: A CENTRO-ESQUERDA BURGUESA NA CASA ROSADA COMPLETAMENTE SERVIL AOS INTERESSES DO GRANDE CAPITAL

O governo da centro-esquerda burguesa de Alberto Fernández/Cristina Kirchner chegou a um acordo com três grupos de rentistas abutres para “reestruturar US$ 65 bilhões em dívida soberana não paga”. Desta forma, cumpre sua promessa de campanha ao grande capital: fazer os pagamentos a banca financeira (dívida pública) e ao FMI “religiosamente”. Através do acordo com o Ad Hoc Group of Argentine Bondholders, o Argentina Creditor Committee, o Exchange Bondholder Group, Fernandez vai expoliar a economia nacional em favor do grande capital em plena pandemia.

O delicado momento de uma economia totalmente dependente e estagnada aponta para as classes dominantes a reedição do “pacto social”, exigindo ainda mais sacrifícios do proletariado, mas com a roupagem da conciliação de classes da Frente Popular kirchnerista. Se o “ajuste” ultra neoliberal foi útil para recompor as finanças públicas, sob a ótica do rentismo é claro, em uma etapa mundial onde a “bolha de crédito” não mais paira sobre os céus do Mercosul, agora a volta do pagamento dos credores está sendo feita via o “pacto social” tão familiar da história peronista.

A Argentina oferecia pagar em torno de US$ 53,5 por cada US$ 100 de dívida, enquanto os credores exigiam pelo menos US$ 56,5 a cada US$ 100. A nova proposta coloca a recuperação acima de US$ 54 por cada US$ 100, melhorando os prazos de pagamento e sem mexer na oferta econômica em si, segundo a AFP. Na última proposta formal, o período de carência sem pagamentos foi reduzido de três anos para um. Com isso, a Argentina começaria a honrar os vencimentos em setembro de 2021. Os credores queriam encurtar esse período ainda mais, para até setembro deste ano. A dívida pública da Argentina totaliza US$ 324 bilhões, quase 90% de seu Produto Interno Bruto. Ainda falta acertar com outros grupo de rentistas como que incluem grandes fundos como BlackRock e Ashmore. Na última proposta formal, o período de carência sem pagamentos foi reduzido de três anos para um. Com isso, a Argentina começaria a honrar os vencimentos em setembro de 2021. Os credores queriam encurtar esse período ainda mais, para até setembro deste ano.

A FIT-Unidad, que acaba de realizar uma “Conferência Latino-americana” com diversos grupos revisionistas do continente, apesar de ter sofrido uma profunda derrota eleitoral recentemente, não consegue ultrapassar o horizonte das eleições burguesas e se limita a declarar em sua resolução “Denunciamos la sumisión de los gobiernos latinoamericanos, incluidos los ‘nacionales y populares’, a los preceptos del imperialismo, y decimos: ¡Fuera el FMI! ¡No al pago de las deudas externas! ¡Fuera el imperialismo de América Latina!”. Não há em seu programa a luta insurrecional de massas pela revolução socialista, ao contrário, PO, PTS, MST e IS se limitam a impulsionar uma frente de colaboração de classes enquanto Aberto Fernández aposta no "pacto social" para impor seu ajuste neoliberal e a completa rendição aos rentistas!