PRIMEIRA DECLARAÇÃO OFICIAL DO HEZBOLLAH: “ISRAEL PARTICIPOU DA EXPLOSÃO DO PORTO DE BEIRUTE”
O secretário-geral do Hezbollah, maior organização militar não governamental armada do planeta, Hassan Nasrallah, afirmou na última sexta-feira (14/08) que sua organização "não guardará silêncio sobre o crime de bombardear o porto de Beirute, como já foi comprovado que Israel está por trás disso". Em seu discurso por ocasião do aniversário da guerra do Líbano em 2006, Nasrallah disse: "O Hezbollah já tem as informações sobre a explosão do porto de Beirute.". Ele refletiu que há simplesmente duas explicações possíveis para as causas da explosão do porto de Beirute, a saber, que foi acidental ou sabotagem, e a segunda possibilidade foi comprovada tecnicamente: "Como a causa da explosão do porto de Beirute foi comprovada como sabotagem, uma investigação libanesa terá que ser iniciada para determinar quem está por trás disso."
Hassan explicou que se Israel está ligado à explosão no porto, “a verdade não será alcançada à luz do envolvimento do FBI na investigação em andamento”. O secretário-geral do Hezbollah enfatizou que "o mais perigoso seria que por trás de uma calamidade nacional dessa magnitude, haveria um projeto para derrubar o estado libanês, querendo o empurrar para uma guerra civil." Hassan declarou ainda:"O Hezbollah está preocupado com a segurança direta da resistência e não podemos assumir total responsabilidade pela segurança nacional," conclamando o “Exército Libanês a contribuir para a defesa da soberania”.
O dirigente máximo do Hezbolah não é o primeiro líder nacional a acusar o enclave sionista.Dias antes, o ex-ministro do Interior, Nohad Machnouk, declarou que "Esta operação foi clara e explicitamente realizada por Israel", ecoando as suspeitas de segmentos da cidadania libanesa. O Líbano vem assistindo, “manifestações populares” diárias contra a soberania nacional, reivindicando uma intervenção internacional contra a corrupção no país. Evidentemente os Marxistas não são partidários do regime burguês sectário que impera no Líbano desde o século passado, e tampouco eram apoiadores do antigo governo conservador de “unidade nacional”, do qual o próprio Hezbolah fazia parte. Entretanto não podemos nos solidarizar com uma intervenção imperialista (e por consequência sionista), mesmo que esta seja reivindicada por uma “revolta de massas”. A solução da crise no Líbano, como já assinalamos dezenas de vezes, passa pela unidade revolucionária dos povos oprimidos da região, o que também inclui o próprio proletariado judeu. Nem as burguesias locais e tampouco o imperialismo sionista podem representar algo de progressista e “civilizatório” para o Oriente Médio.