ENTREVISTA: “DIA 17 VAI TER GREVE NACIONAL DOS TRABALHADORES DOS CORREIOS! SERÁ UMA LUTA DE VIDA E MORTE CONTRA A PRIVATIZAÇÃO E OS ATAQUES AOS NOSSOS DIREITOS PELOS NEOFASCISTAS BOLSONARO E GENERAL FLORIANO!”
O Jornal Luta Operária entrevista o companheiro Tadeu Maia, trabalhador dos Correios do Rio Grande do Norte e membro do núcleo da TRS, ele fala da greve nacional da categoria e papel de traição da CUT e da CTB na luta contra a privatização da ECT levada a cabo pelo governo Bolsonaro.
Jornal Luta Operária (JLO): Porque após tantos adiamentos ocorrerá a greve nacional dos correios neste dia 17?
Tadeu Maia (TM): Neste dia 17 os trabalhadores dos Correios vão iniciar sua greve nacional unificada. Depois de vários adiamentos em função da política de divisão e paralisia das duas federações (FENTECT e na FINDECT) controladas pela burocracia sindical da CUT e da CTB, finalmente os 36 sindicatos convocaram a paralisação contra a privatização da ECT pelo governo Bolsonaro e atual presidente da empresa, o famigerado General Floriano Peixoto, neofascistas que ataca nossos direitos e conquistas garantidas com décadas de luta. A greve é uma resposta à política da direção privatista dos Correios, que se resumiu na retirada de 70 cláusulas do acordo coletivo! Entre os direitos principais que estão para serem cortados são: 30% do adicional de risco de vida, Auxílio creche/babá, Tickets alimentação, 70% sobre as férias, o plano de saúde dos ativos e aposentados. Nossa luta vai derrotar essa pendemia de ataques! Esse golpe privatista representa a retirada de direitos históricos que não permitiremos com nossa luta! Entretanto os pelegos apostam no julgamento vitual no STF da sentença normativa julgada pelo TST no ano passado, que vai até o dia 21 sobre a validade da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, em favor da direção dos Correios, onde altera a vigência e o custeio do nosso plano de saúde, como não se cansa de afirmar nas reuniões o burocrata petista Shapoo Zen, presidente do Sintect-RN, filiado a traidora CUT.
JLO: Como esta a categoria em meio a ofensiva da privatização e o pandemia?
TM: Em todo o Brasil, os carteiros e o pessoal que trabalhada nos CDD de norte a sul tem jornadas de trabalho extenuantes e insalubres, com aumento no número de entregas, cartas e mercadorias devido a pandemia do Covid-19. O trabalho interno e externo, desde a chegada das correspondências e encomendas até sua entrega em locais distantes tem sido realizado sem qualquer segurança, sequer temos recebido EPI’s com qualidade e quantidade, mostrando o desprezo com nossa vida e saúde por parte dos canalhas da direção da empresa. Registre-se que o inicio das privatizações nos Correios começou com a PL 532 dos governos Lula e Dilma aprovado no parlamento burguês, quando se abriu a possibilidade das privatizações nos Correios com a subserviência da burocracia sindical pelega, corrompida por cargos na administração do governo da Frente Popular.
JLO: A burocracia sindical da CUT e CTB são um obstáculo para a luta?
TM: Neste momento, a política do governo Bolsonaro é criminalizar nossa luta e se valer da política de colaboração de classes da FENTECT e na FINDETC, que sempre aposta na divisão para preservar seus privilégios de burocracia sindical enquanto os trabalhadores têm salários arrochados. Não podemos permitir que mais uma vez a sabotagem a nossa luta aconteça, as assembleias democráticas e massivas tem que eleger comandos de base para sustentar, radicalizar a luta e impedir que a burocracia sindical traia, também é necessário convocar uma grande ato nacional em Brasília com a ocupação da sede da ECT!
JLO: Como a TRS vai atuar nessa greve?
TM: O núcleo da Tendência Revolucionária Sindical (TRS) dos Trabalhadores dos Correios que eu faço parte conclama a unidade na luta de toda a categoria para superar a política dos pelegos da CUT e da CTB, somente nossa ação direta radicalizada pode derrotar os ataques de Bolsonaro e do general Floriano contra a ECT e os trabalhadores dos Correios! Nesse sentido, a greve nacional que começa nesse dia 17 de agosto será uma batalha de vida e morte contra a privatização e corte de direitos. É preciso uma paralisação forte, com piquetes radicalizados nos CDD´s e nas agências guiada por um programa de luta que seja consequente para unificar com outras categorias com o objetivo de derrubar o Bolsonaro e sua gang neofascista que deseja privatizar os Correios!