quarta-feira, 12 de agosto de 2020

BUROCRACIA SINDICAL TRAI E GREVE NA RENAULT É ENCERRADA COM DERROTA: ACORDO PREVÊ DEMISSÕES E CORTE DE DIREITOS

Um acordo traidor entre a direção do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), filiado a pelega Força Sindical e Renault impôs o fim da greve contra as demissões, colocando goela abaixo dos trabalhadores por meio de uma assembléia virtual ocorrida sob o pretexto de respeitar o isolamento social devido a pandemia. Os 747 demitidos ficarão em casa até que seja concluído o Plano de Demissão Voluntária (PDV), em 20 de agosto. O acordo traidor prevê que eles podem aderir ao PDV ou, a critério da fábrica, entrar em "lay-off" (redução temporária dos períodos normais de trabalho com redução de salário) por cinco meses. 

Durante o "lay-off" os trabalhadores terão ajuda compensatória mensal prevista em lei e paga pelo Governo do Paraná, além de compensação adicional paga pela empresa até o limite de 85% do salário líquido. Neste período, segundo o acordo, não haverá pagamento do FGTS e fica suspensa a contagem do período aquisitivo de férias. O golpe fatal é que "não havendo a possibilidade de realocação das pessoas na fabricação, Renault e Sindicato se comprometem a reunir-se para avaliar as alternativas".

Após a aprovação do acordo, a empresa emitiu esclarecedora como é contrário aos interesses dos trabalhadores “As bases do acordo coletivo aprovado respondem aos desafios de adequação de estrutura e de competitividade que a empresa já vinha buscando, com soluções como o PDV, flexibilidades, além de todos os aspectos de competitividade definidos até agosto de 2024”. Por sua vez, os pelegos cinicamente comemoraram. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba destacou, em nome do presidente Sérgio Butka, que “a reintegração e o fechamento de um acordo que mantém os empregos é uma vitória dos trabalhadores que mostraram união e mobilização num momento difícil como esse. No final, a mobilização e o diálogo prevaleceram. É o que temos procurado fazer aqui no Paraná”.

Como um acordo quer permitiu tudo o que os patrões queriam pode ser uma vitória para os trabalhadores? A greve foi derrotada pelos patrões com a ajuda dos pelegos da Força Sindical e o isolamento a luta por parte das outras centrais, na medida que  no fim das contas serão “readmitidos” para serem demitidos novamente em seguida. É preciso chamar os trabalhadores a rejeitarem essa grande farsa que foi imposta para destruir seus direitos e aumentar sua já brutal exploração. O acordo foi assinado sem a autorização dos trabalhadores, prevendo demissões “voluntárias”, rebaixamento de salários e terceirizações e foi validado por uma votação virtual. Se fosse discutido ponto a ponto numa assembleia presencial, um nunca seria aceito. A derrota na Renault é um exemplo de como os patrões e os pelegos estão usando a pandemia para impor demissões e retirar os direitos dos trabalhadores!