quinta-feira, 27 de agosto de 2020

AS SEQUELAS PSICOLÓGICAS DA PANDEMIA: DEPRESSÃO, SUICÍDIO E A “FARRA” NAS VENDAS DE PSICOTRÓPICOS 

Em junho deste ano, quarenta por cento (40%) dos adultos norte-americanos relataram a organismos sanitários deste país, um grave transtorno de saúde mental ou abuso de fármacos legais como resultado da onda de histeria e pânico espraiado como praga pela mídia corporativa durante a pandemia do coronavírus. Estes dados estão de acordo com o último relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC),que ofereceu um quadro alarmante da situação psicológica da população americana. Os jovens e as minorias étnicas são os mais afetados com os transtornos que elevaram a taxa de suicídio nos EUA a índices nunca antes vistos em um período de 5 anos, ou seja cinco meses de confinamento se equipararam a meia década de casos.

Em comparação com os dados coletados no ano passado inteiro, a prevalência de depressão ou transtornos de ansiedade parece três vezes maior neste novo estudo, observam os responsáveis pela pesquisa, que também revelou uma frequência particularmente alta de pensamentos suicidas entre  jovens adultos: “É urgente combater as disparidades de saúde mental e adaptar meios de apoio para limitar as consequências psicológicas da onda de histeria”, segundo os pesquisadores, as ações devem ser realizadas sobretudo entre as populações mais frágeis, como trabalhadores precários ou minorias étnicas, que são mais pobres.

Para fazer um balanço do estado de saúde mental e abuso de drogas entre adultos americanos no contexto da pandemia, o CDC conduziu uma pesquisa online entre pacientes durante a última semana de junho de 2020. Um total de 5.412 pessoas com mais de 20 anos responderam.Uma análise das respostas mostra que 31 por cento dos entrevistados revelaram sinais de ansiedade ou depressão, 26 por cento relataram sintomas de trauma ou estresse relacionados à histeria e 13 por cento indicaram que iniciaram ou aumentaram o uso de psicotrópicos para aliviar seu desconforto.

Quase 10% estiveram perto de cometer suicídio nos 30 dias anteriores ao pico da pandemia, principalmente devido às notícias da crise de saúde. A taxa que se torna ainda mais alarmante quando se olha para pessoas mais jovens ou grupos étnicos. Por exemplo, um quarto dos jovens de 18 a 24 anos enfrentou pensamentos suicidas.  A proporção sobe para 18% para os hispânicos e 15% para os negros.

Os pesquisadores consideram que mais estudos devem ser realizados para identificar os fatores de risco e avaliar o impacto de alguns deles, como isolamento social, desemprego ou dificuldades econômicas. Mas obviamente este estudo de grande relevância sanitária, realizado no país imperialista central da pandemia, não terá a menor cobertura midiática, afinal mortes por suicídio não contam nas estatísticas do coronavírus, e portanto não servirão de “combustível eleitoral”, para a campanha dos Democratas, a qual a OMS está hoje subordinada.