sexta-feira, 21 de agosto de 2020

CORRENDO POR FORA DO MERCADO: CUBA JÁ TEM SUA PRÓPRIA VACINA CONTRA A COVID

Cuba iniciará em quatro dias a primeira etapa dos testes clínicos de uma vacina contra a Covid-19, informou o Registro Público de Ensaios Clínicos de Cuba nesta última quarta-feira feira(19/08). O alistamento para o teste ocorrerá entre 24 de agosto e 31 de outubro. Esta fase culminará no dia 11 de janeiro de 2021 e os resultados estarão disponíveis no dia 1º de fevereiro para serem publicados no dia 15 desse mês. Portanto a vacina será largamente aplicada na “ilha operária” somente no primeiro semestre do ano que vem, em duas doses, contrariando assim a corrida mercantil/sanitária da Big Pharma para vacinar países ainda este ano.

“Sovereign 01” é o nome do medicamento, do qual duas doses serão aplicadas em uma amostra de 676 pessoas entre 19 e 80 anos sem alterações clinicamente significativas e que dão consentimento informado por escrito para participar do ensaio.  O projeto, a cargo do Finlay Vaccine Institute, foi registrado em 13 de agosto, quando o Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos aprovou a submissão da vacina candidata a ensaios clínicos, fases I e II. Em diversas ocasiões, o presidente Miguel Díaz-Canel se reuniu com a equipe de cientistas que o desenvolve para verificar o andamento, mas insistiu na necessidade de uma vacina cubana contra Covid-19 por uma questão de soberania nacional.

Na primeira etapa do ensaio, espera-se que a administração da vacina seja segura e que não mais que 5 por cento dos indivíduos apresentem eventos adversos graves, enquanto na segunda fase busca-se que a proporção de indivíduos com resposta imune seja maior, em  pelo menos 50 por cento, em relação ao grupo de controle. A data de inscrição do candidato tem uma grande carga simbólica, pois é o 94º aniversário de Fidel Castro, o estrategista, após o triunfo da revolução em 1959, do emblemático sistema cubano de saúde pública e pesquisa biomédica.

Do mesmo modo, a constante e intensa dedicação à obtenção da vacina contra Covid-19 de um grupo de cientistas cubanos, evoca aqueles a quem Fidel encarregou em 1981 de obter o primeiro interferon(antiviral)da ilha, missão sanitária de segurança que cumpriram em pouco tempo.

Vale ressaltar que o Estado Operário Cubano foi alvo da guerra bacteriológica dos EUA por mais de quatro décadas seguidas. Para os tolos e revisionistas idiotas que não acreditam que o imperialismo possa ter a capacidade de modificar geneticamente um vírus (dizem como papagaios da CIA que tudo não passa de “teoria da conspiração”), fica o exemplo de Cuba, que já foi atacada com a introdução de mais de uma centenas de vírus modificados no laboratório militar ianque de Forte Detrick, na época chefiado pelo infectologista Anthony Fauce.

Cuba tem uma longa tradição de administração, produção e desenvolvimento de drogas profiláticas, desde que o notável médico e higienista Tomás Romay aplicou o peptídeo da varíola em seus filhos em 1796 para testar sua eficácia. A ilha Operária produz 11 vacinas profiláticas e nas últimas décadas criou vacinas contra hepatite B, meningocócica BC, contra Haemophilus influenzae B e as esperançosas vacinas terapêuticas contra câncer de pulmão (Cimavax) e pâncreas.

Havana enfrentou o Covid-19 e doenças como dengue hemorrágica e conjuntivite hemorrágica basicamente por meio da aplicação de medicamentos produzidos hoje pelo complexo estatal Biocubafarma, herdeiro e continuador do complexo de centros de pesquisa criado por iniciativa de Fidel. A Biocubafarma atua em 16 projetos de novos tratamentos e tecnologias médicas para prevenir e combater a Covid-19.

Todo o espetacular avanço científico Cubano é produto das conquistas revolucionárias do Estado Operário, que mesmo sendo dirigido por uma burocracia, apresenta uma enorme superioridade em relação a qualquer país capitalista desenvolvido, inclusive os imperialistas. E tudo isso ainda sob os efeitos nefastos do criminoso bloqueio dos Estados Unidos, que já dura quase 60 anos, e agora cruelmente exacerbado pelo ultra reacionário Donald Trump.