05 ANOS DA TRAGÉDIA EM MARIANA: DESMATAMENTO NA
AMAZÔNIA, QUEIMADAS NO PANTANAL E AVANÇO DOS LATIFÚNDIOS NO PAÍS REAFIRMAM QUE A “SEDE”
PELO LUCRO CAPITALISTA É O GRANDE ASSASSINO DO HOMEM E DA NATUREZA
Neste começo de novembro completa-se 5 anos do rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A tragédia deixou dezenas de pessoas mortas, feridas e desabrigadas é relembrada em meio ao desmatamento na Amazônia, queimadas no Pantanal e o avanço dos garimpos e latifúndios que destroem a natureza. Toda essa ofensiva orquestrada pelo grande capital com o apoio do governo neofascista de Bolsonaro e Sales.
A economia local, que vivia da pesca e do turismo às margens do rio, entrou em colapso. Cresceu o desemprego e os trabalhadores não conseguiram retomar suas funções na mesma velocidade de antes da tragédia. Até hoje, a maior parte deles não recebeu qualquer indenização pelos prejuízos. Além do desaparecimento de mais de 30 pessoas, a onda de lama destruiu o leito do Rio Doce espalhando até hoje miséria pela região, fome pela falta de peixes e destruição da fauna e flora local, contaminando toda a região com resíduos tóxicos. Especialistas denunciam que ainda vão persistir por décadas os graves riscos à saúde provocados pelo rejeito de minério de ferro liberado na água além de grande quantidade de mercúrio.
As barragens de Fundão
e Santarém eram de responsabilidade da empresa Samarco, que tem 50% de suas
ações nas mãos da Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo,
privatizada por FHC em 1997 e hoje controlada por um consórcio que inclui
fundos de pensão das estatais que indicaram como presidente Murilo Ferreira,
nome avalizado pelo governo Dilma. A outra metade pertence à australiana BHP
Billiton.
Apesar da comprovada responsabilidade das grandes empresas mineradoras que rapinam as riquezas do Brasil através da apropriação extensa de territórios e da super-exploração dos trabalhadores não houve qualquer punição aos culpados. Essa rapina inclui remoções forçadas de famílias e comunidades nativas, poluição das nascentes, dos rios, do ar, poluição sonora, desmatamento, acidentes de trabalho, de trânsito, concentração privada da riqueza e distribuição pública dos impactos. O desastre criminoso de Marina aconteceu dentro de uma sequencia de outras tragédias ocorridas em várias regiões do país, ficando impunes as empresas mineradoras que os provocaram. Segundo os dados do DNPM existem mais de 700 barragens de rejeito em Minas Gerais, dentre as quais, 43 em alto risco de rompimento, algumas com potencial maior do que as de Santarém e Fundão, o que causou danos humanos e ambientais irreversíveis, contaminando a água na bacia do Rio Doce, agravando ainda mais a crise hídrica na região, prejudicando a vida de milhões de pessoas. Cinicamente, a Samarco, empresa responsável pelas barragens que romperam iniciou logo depois da tragédia a demissão de funcionários de empresas terceirizadas, tentando responsabilizar os trabalhadores pelo ocorrido.
A busca do lucro foi o motivo central da tragédia humana e ambiental de Mariana. A tragédia reforça a luta pela reestatização da Vale do Rio Doce sem indenização assim como a exploração das riquezas nacionais sobre o controle dos trabalhadores. A Samarco é uma joint venture com 50% de participação da Vale e 50% de participação da BHP, duas das maiores mineradoras do mundo, sendo a Vale uma “gigante” nacional que multiplicou seu lucro ao longo dos governos petistas.
Privatizada em 1997 no governo FHC (PSDB), a Vale é de fato ainda controlada pelo governo federal por conta da participação milionária dos representantes dos fundos de pensão no seu conselho acionário desde a privatização mas obviamente seus lucros são privados. Os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobras), além do BNDESpar, controlados pelo Planalto, somam agora 52,5% da mineradora.
A parte da Samarco que pertence a multinacional australiana BHP deve ser nacionalizada, seus bens confiscados e seus lucros retidos a fim de serem revertidos para pagar as indenizações aos trabalhadores, moradores e o conjunto da população dos municípios atingidos pela lama tóxica da extração de minério de ferro!
É preciso uma apuração que seja independente das mineradoras e dos governos burgueses do PT, PSDB e MDB que estão a serviço do lucro dessas empresas, a punição dos alto-executivos da empresa responsáveis pela não desativação das represas, assim como o confisco dos bens da Samarco para que todo ele seja revertido no atendimento da população, familiares e a reconstrução da região devastada pela sede de lucro das mineradoras!