PSTU NO 2º TURNO: “SAMBA DO MORENISTA DOIDO”... APOIA MANUELA (PCdoB) E BOULOS (PSOL), REFORÇANDO A FRENTE AMPLA E NEGA VOTO EM MARÍLIA ARRAES (PT)
Desde que o PSTU apoiou Haddad (PT) no 2º turno das eleições presidenciais de 2018, após ter comemorado o golpe institucional contra Dilma em 2016 sua política tem como marca o “zig-zag” oportunista, carente de qualquer coerência, o que acaba desmoralizando sua militância. Após dizer que não havia “onda conservadora” e tampouco “perigo da ascensão do fascismo” no Brasil, o PSTU apoiou a Frente Popular em nome de “derrotar o projeto de ditadura de Bolsonaro” no 2º turno. Agora o “samba do Morenista doido” se repete mais uma vez, com elementos ainda maiores de completa esquizofrenia. Neste 2º turno das eleições municipais o PSTU apoia eleitoralmente Manuela (PCdoB) em Porto Alegre e Boulos (PSOL) em São Paulo, reforçando a “frente ampla” sob a alegação da necessidade de “derrotar a direita”. Entretanto em Recife chama a Votar Nulo na disputa acirrada entre Marília Arraes (PT) com a reacionária Oligarquia Campos (PSB), cujo candidato (João Campos) inclusive apoiou o tucano Aécio Neves (PSDB) nas eleições presidenciais de 2014.
Manuela e Boulos estão sustentados neste 2º turno por uma ampla
frente de partidos burgueses, como o PDT de Ciro Gomes e a Rede de Marina
Silva. A candidata do PCdoB, uma direitista declarada, tem ainda em sua “Frente
Ampla” o apoio do PV de Sarney Filho. Nada disso impediu o PSTU de apoiá-la, ao
contrário, os Morenistas declaram “Em defesa da vida, do emprego, da renda e
soberania, tirar dinheiro dos ricos! Fora Bolsonaro e Mourão! Por um governo
socialista dos trabalhadores, apoiado em conselhos populares! No dia 29, vamos
votar Manuela 65 contra Melo”. A mesma lógica oportunista é aplicada a Boulos
que rebaixa cada vez mais seu programa para agradar a burguesia e tem até o
apoio de setores do PSB golpista.
Quando se trata entretanto de Marília Arraes (PT) em Recife o PSTU tem uma política oposta. Apesar de João Campos ter o apoio da maioria da direita em Pernambuco (PCdoB, MDB, PSD, Rede, PV, PROS, Avante, Republicanos, PP e Solidariedade) isso não impediu os Morenistas de chamarem o voto nulo e não no PT. Segundo o PSTU, “Marilia Arraes e o PT conseguiram ir para o 2º turno muito em razão da fragmentação e da divisão da direita, que juntas somaram mais votos do que sua candidatura”. O que seria um pretenso argumento para “votar criticamente” em Marília no 2º turno, como fez com o PCdoB em Porto Alegre e com o PSOL em São Paulo, agora é usado para negar apoio ao PT! Dizem em um verdadeiro “samba do Morenista doido” que “Respeitamos o voto que muitos trabalhadores deram na candidatura do PT, mas achamos que Marília e o PT não são opção pra resolver os principais problemas da nossa classe”.
Afinal de contas qual é o critério que o PSTU usa para votar ou não na Frente Popular? Pelos seus escritos mais recentes é “a necessidade de derrotar a direita”, cujo grosso do espectro político reacionário em Recife (uma frente burguesa amplíssima) está agrupado em torno da Oligarquia Campos.
O PT tem a simpatia de setores minoritários desse leque político burguês no 2º turno, com o apoio do Podemos, do empresário Armando Monteiro Neto e de Anderson Ferreira, prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, do PL. Pela lógica oportunista do PSTU seu partido deveria chamar o voto em Marília contra a maioria da direita que sustenta os Campos, mas dizem que “O Recife é a capital da desigualdade, e PT e PSB são responsáveis porque governaram juntos esta cidade por anos. Por tudo isso, não é possível chamar voto no PT, porque estaremos dizendo que o chicote sobre as costas da classe trabalhadora e do povo pobre mude apenas mão!”.
Será que o apoio a Manuela e Boulos é porque esses ainda não governaram suas cidades, com os Morenistas desejando que os trabalhadores façam a "experiência" com tais partidos? Não sobram exemplos da administração burguesa do PCdoB no Maranhão, já Edmilson Rodrigues do PSOL, também apoiado pelo PSTU, fez uma gestão burguesa como prefeito em Belém. O próprio PSTU rebate esse argumento de sua política completamente contraditória: "Embora Manuela nunca tenha sido governo, o seu partido, o PCdoB, esteve aliado e fez parte dos governos do PT em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil. O PT, com a participação do PCdoB, aliados a partidos burgueses, formou governos de colaboração com o empresariado e acabou atacando os trabalhadores".
Em Recife, o PSTU argumenta que são duas candidaturas burguesas apoiadas pela direita, o justo é chamar o Voto Nulo. Correto! Porque então estão apoiando Manuela em Porto Alegre dizendo que “É porque entendemos e respeitamos os setores que querem derrotar Melo no voto que vamos chamar o voto crítico em Manuela” ou mesmo Boulos alegando que “Respeitamos a esperança que a juventude e setores importantes da classe trabalhadora que veem em Boulos a possibilidade de interromper as desastrosas administrações do PSDB na cidade de São Paulo. E por isso vamos acompanhá-los e chamar a votar criticamente”.
Em Recife “respeitam os querem derrotar a direita” mas não votam em Marília, já em Porto Alegre e São Paulo “respeitam os que querem derrotar a direita” e apoiam os candidatos do PCdoB e do PSOL, reforçando a “Frente Ampla” de colaboração de classe que pavimentou o caminho da direita, como o PSTU denunciou por anos o governo Lula e Dilma!!!!
Com esse grau de malabarismo político até Nahuel Moreno teria dificuldade em compreender a política da seção da LIT no Brasil nesse verdadeiro "samba no Morenista doido" no circo eleitoral da democracia fraudada dos ricos!