PERU URGENTE: MOBILIZAÇÕES DE MASSA PROVOCAM A QUEDA DO GOLPISTA MERINO. CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA DOS TRABALHADORES DIANTE DA CRISE POLÍTICA PROVOCADA PELOS BANDOS BURGUESES EM CONFLITO
O golpista Manuel Merino já apelidado de “o breve”, que assumiu a presidência da República após a destituição do ex-presidente Martín Vizcarra, renunciou neste domingo. A queda ocorreu após a radicalização das manifestações, repressão, mortes e renúncia dos ministros. Toda a movimentação no Congresso peruano para derrubar o governo Vizcarra foi para colocar um governo ainda mais a direita. As “revoluções coloridas”, após um breve interregno de tempo em função da indefinição do quadro eleitoral norte-americano, parecem estar de volta ao cenário mundial, agora sob a batuta direta do Partido Democrata. Agora se abre uma crise política mais profunda ainda, em meio ao colapso capitalista que atravessa o Peru, por ter sido forçado a fechar sua economia por uma imposição internacional da pandemia da OMS. A classe operária rompeu a política do isolamento social e do medo, ganhando as ruas e ocupando as fábricas para derrotar a ofensiva da extrema direita, mascarada de “combate à corrupção”. Agora é necessário construir uma alternativa de poder dos trabalhadores na medida que os partidos burgueses buscam costurar um acordo no parlamento para indicar um nome de consenso entre os bandos burgueses em disputa!
Uma prova do que afirmamos é a posição da chamada “Bancada Morada”
“Hemos propuesto oficialmente a Francisco Sagasti como posible Presidente de
transición. Nos ponemos a disposición del país por encima de los intereses
partidarios y personales. Francisco es una figura que sí puede lograr los
consensos requeridos”. As massas não podem aceitar essa “trampa” burguesa
voltada a superar a crise segundo os interesses da classe dominante.
A instabilidade política do regime é baseado em um modelo
neoliberal de agressivas exportações minerais, principalmente o ouro (que no
último período atingiu cotações recordes internacionais) degradante para o meio
ambiente e solapando uma das principais riquezas naturais do país. Este
“modelo” de pilhagem do país por mineradoras imperialistas, vem atiçando a
disputa intestinal da burguesia pelo botim do Estado capitalista. Razão das violentas
disputas fratricidas no seio de uma classe dominante que só enxerga a venda do
seu próprio país para o mercado imperialista.
Esse golpe de estado implementado no Peru é uma clara reação
da burguesia e imperialismo a luta dos povos latino-americanos a tendência
direitista no continente. A “chave” para a superação política da intensa crise
crônica em que se arrasta o regime politico no Peru, reside na possibilidade da
construção de uma alternativa independente e revolucionária dos trabalhadores.
Tanto a esquerda foquista (Sendero e MRTA), como os reformistas do PCP
fracassaram na sua tentativa de levar adiante uma política de colaboração de
classes, visando estabelecer um governo do tipo de Frente Popular, como foi o
de Lula no Brasil. As massas populares e campesinas já mostram total desconfiança
em relação a direita fugimorista e sua “alma gêmea” a reação neoliberal de
Vizcarra, vergonhosamente apoiada pelos reformistas. O único caminho que o
combativo proletariado peruano, que protagonizou heróicas lutas nacionais, tem a
trilhar é o da revolução socialista!