terça-feira, 24 de novembro de 2020

MILHARES NAS RUAS DO CHILE: EXIGEM DE PINĒRA O DIREITO DE RETIRAR UMA PARCELA DO FUNDO PREVIDENCIÁRIO

Milhares de manifestantes se reuniram em frente à sede do governo chileno, o Palácio La Moneda, interrompendo o trânsito e protestando contra o presidente neofascista Sebastián Piñera, que tenta impedir o avanço do projeto de segunda aposentadoria antecipada por conta da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus. A multitudinária  manifestação ocorreu devido ao descontentamento da população com a decisão de Piñera de bloquear o projeto de oposição burguesa que permitiria uma “segunda retirada” antecipada do fundo de pensão, pedindo ao Tribunal Constitucional que declare a iniciativa inconstitucional. Este projeto reformista, que não alterava o caráter privatista do regime previdenciário chileno, foi apresentado com o objetivo de atenuar a grave situação econômica das famílias proletárias, produto da crise capitalista que assola o país. Uma primeira retirada financeira do fundo de pensão foi aprovada no final de julho, a qual  mais de 9 milhões de chilenos (cerca da metade da população do país) utilizaram o recurso.

Além da questão da retirada do fundo previdenciário, o protesto de hoje (23/11) faz parte da série de manifestações que surgiram a partir de 18 de outubro de 2019, no marco da crise denominada pela mídia local como um “surto social”. A eclosão social é uma crise generalizada no regime pinochetista que começou no ano passado com uma série de manifestações massivas que exigiram mudanças radicais no sistema econômico neoliberal. Essa espetacular mobilização popular foi desviada para o processo constitucional iniciado no país no último dia 25 de outubro, através de um plebiscito onde se impôs a opção da elaboração de uma nova Constituição, com 78 por cento dos votos pelo “sim”.

Para os Marxistas Leninistas mesmo as reivindicações mais elementares da população, devem ser impulsionadas na direção do combate ao regime burguês, que estagnado pela crise econômica capitalista é incapaz de atender às demandas populares. O regime pinochetista chileno atravessa sua crise terminal, e que ainda se mantém de pé devido à política de colaboração de classes do Partido Comunista e seus apêndices sindicais, isto sem falar é claro da Social Democracia (PS) que já não consegue sequer disfarçar sua parceria com a extrema direita. É necessário acompanhar pacientemente os movimentos espontâneos das massas e no mesmo compasso político apresentar uma alternativa revolucionária para a superação da crise, o que nesta conjuntura exige a intransigente defesa da greve geral por tempo indeterminado, até a derrubada do governo neofascista de Piñera.