BURGUESIA “CANCELA” O PT QUE NÃO LEVA NENHUMA CAPITAL: PSOL GANHOU BELÉM E FOI A “ESTRELA” DA CAMPANHA EM SÃO PAULO. A VITÓRIA FOI MESMO DA FRAUDE EM TODA A LINHA!
Como já havíamos prognosticado no Blog da LBI no balanço do primeiro turno, esta eleição castigaria ainda mais o PT do que a “surra” que levou em 2016, em pleno clima do golpe institucional e a avalanche da farsa da “Lava Jato”. Em 2020 o principal partido da Frente Popular de colaboração de classes que governou o país por mais de uma década, não conseguiu sequer triunfar em uma única capital do país, resultado mais desastroso do que há quatro anos atrás quando ganhou em Rio Branco e por muito pouco não chegou ao segundo turno em São Paulo. A burguesia nacional decidiu passar o bastão do protagonismo político da oposição consentida ao PSOL, vitorioso na histórica cidade de Belém e ocupando o papel de “estrela” da campanha nacional com Guilherme Boulos em São Paulo. Um elemento central que não poderia ser secundado por qualquer análise marxista minimamente séria, é o da fraude eleitoral em todo o processo, desde as burlescas pesquisas da dupla de “institutos”, passando pelos monopólios da mídia corporativa até chegar a urna e a totalização eletrônica dos votos, que não tem o menor vestígio de comprovação física, portanto impossível de ser aferido em um eventual processo de recontagem de votos. Registre-se o fato de que apesar dos Ministros do TSE afirmarem que o sistema do Brasil é “muito seguro”, acusando todos os que questionam o seu método de “inimigos da democracia”, o processo de uma votação eletrônica sem qualquer comprovação material, só existe em nosso país, e até mesmo no Japão (pioneiro mundial no sistema de urnas eletrônicas) o voto impresso é um elemento obrigatório para complementar todo o processo. No Brasil a “vontade política da burguesia” se sobrepõe a soberania do voto popular, que não pode ser comprovado pela população que exerceu seu direito histórico democrático, mas que assiste a própria “democracia” ser roubada pela pela manipulação da elite das corporações financeiras. O resultado final da apuração em Fortaleza revelou o tamanho do engodo, dando a vitória ao candidato direitista da oligarquia reacionária dos Ferreira Gomes, por uma margem inferior a 4%, quando as pesquisas apontavam o candidato de Bolsonaro atrás em mais de 20 pontos percentuais.
Boulos ficou atrás do neotucano em cerca de 20 pontos,
quando as pesquisas indicavam quase um empate técnico. Em Recife onde até os
“gatos” da Casa Amarela (tradicional bairro da cidade) sabiam que Marília Arraes
sempre esteve à frente na vontade popular, as pesquisas afirmavam um “empate
técnico”, mas na abertura dos “chips” o candidato oficial do governo estadual e
prefeitura, o filho do falecido Eduardo Campos, aparece com uma vitória folgada
de cerca de 10 pontos. Em Vitória e Porto Alegre, onde a esquerda (PT e PCdoB)
também lideravam as pesquisas por uma pequena margem, o triunfo ficou com a
direita tradicional, candidatos mais simpáticos ao presidente Bolsonaro,
deixando particularmente um gosto amargo para o PCdoB que precisava desta
vitória para não “sumir do mapa” das alternativas burguesas com alguma
viabilidade eleitoral. O PSOL terá sua “segunda chance” em provar competência
para administrar a “crise municipal” do Estado capitalista, já que anos atrás
quando governou Macapá, fracassou. Edmilson Rodrigues é um quadro político experiente da burguesia
progressista, já foi prefeito de Belém quando não vacilou em atacar o
funcionalismo público.
Os resultados eleitorais da democracia fraudada evidenciam que as eleições municipais são a “ante sala” da passagem da gerência central do Brasil para o chamado “centro político” (a velha direita, PSDB-DEM), tendo a esquerda reformista capitaneada pelo PSOL como coadjuvante dessa transferência, com um PT totalmente fragilizado. Fica evidente o completo descarte de Bolsonaro pela classe dominante, seu clã reacionário quase não conseguiu emplacar quase nenhum prefeito de capital, passando de "espantalho fascista" útil a burguesia ao papel de "zumbi" político até 2022.
A abstenção massiva, somada aos votos nulos e brancos, que atingiu a média de
quase 40% apesar da imensa pressão pelo “voto útil” na Frente Popular (PSOL,
PCdoB e PT) em nome de "derrotar a direita" que saiu-se vitoriosa neste 2º turno, indica a necessidade de construir uma alternativa
a revolucionária à Bolsonaro, a direita "civilizatória" e a Frente Ampla burguesa, tendo como centro as lutas diretas dos trabalhadores, sem depositar ilusões no circo eleitoral burguês!.