domingo, 15 de novembro de 2020

REFORMISTAS BURGUESES DE “BAIXO CALIBRE” COMO O PT E PSOL, NÃO SERVEM COMO ALAVANCA DA LUTA REVOLUCIONÁRIA. VOTO NULO, BOICOTE ATIVO OU ABSTENÇÃO MASSIVA DIANTE DA FRAUDE ELEITORAL!

Chegamos hoje ao grande dia do “espetáculo circense” da democracia burguesa, no caso, o 1º turno das eleições municipais no Brasil. Os meios de comunicação de massas sob o comando da Rede Globo e as instituições do regime político desenvolveram uma ampla campanha em defesa do voto como “principal instrumento da cidadania”, mas o grau de abstenção popular nesta eleição será muito elevado, não apenas devido ao terror sanitário espalhado em função da pandemia do Covid-19 mas fundamentalmente porque amplas parcelas da população não tem mais ilusões de mudanças em suas condições de vida através das urnas, sabem que “ganhe quem ganhe” o capitalismo manterá milhões na miséria, no desemprego, na fome e nas doenças, enquanto um punhado de parasitas burgueses controlam a riqueza e o poder. As atuais eleições nada têm a ver com a soberania do voto popular. Estão condicionadas pela influência do poder econômico, pela manipulação da mídia e das falsas pesquisas e, por último, se nada disso resolver, pela fraude direta do sistema da totalização da urna eletrônica. Como Marxistas Revolucionários impulsionamos e politizamos o justo ódio popular contra a democracia fraudada, defendendo o Voto Nulo, o Boicote Ativo ou mesmo a Abstenção Massiva como forma de denúncia da farsa eleitoral em curso!

Não temos dúvida que neste quadro político de total manipulação da vontade popular e paralisia das massas em nome das cretinas ilusões eleitorais, quem sairá vitorioso dessa disputa nas eleições municipais é o chamado “centro político” burguês, que situa-se entre o PSDB, DEM, PSD, PSB e os demais partidos que os orbitam, incluindo o PDT que se aproxima cada vez mais da direita como vimos os movimento de Ciro e ACM. Ganhará no Rio, São Paulo, BH, Salvador, Fortaleza e em outras grandes capitais. 

Esse campo será a base da aliança partidária que o grosso da burguesia deseja construir para o embate presidencial de 2022, onde a extrema direita representada por Bolsonaro deve ser descartada, ainda mais com a "vitória" de Joe Biden nas eleições ianques.

Para montar esse cenário, os pseudos institutos de pesquisa trataram de promover candidaturas inexpressivas eleitoralmente, mas que correspondem aos interesses econômicos e políticos da oligarquia contratante, isolando a extrema direita bolsonarista (adversária dos barões da mídia) e na outra ponta o PT, consideradas duas opções descartadas para o quadro que se abre da nova conjuntura nacional e internacional. O certo é que essas eleições municipais marcam o descarte de Bolsonaro e a opção da burguesia por uma candidatura de centro para gerir seus negócios em 2022 em conformidade com a nova ordem mundial parida a partir da pandemia. 

O ingresso da Nova Ordem Mundial com a pandemia do isolamento e terror sanitário requer uma dominação do capital disfarçada de “civilizatória”, maquiada de “ciência” e com leves pitadas “democráticas”, sem esquecer é claro uma forte dose de “identitarismo” policlassista, cuja face nestas eleições está representada principalmente no arco da esquerda pelo PSOL de Boulos. Não por acaso, o PSOL vai sair bastante fortalecido destas eleições, uma força completamente integrada ao regime e quase sem vínculos orgânicos com a classe operária organizada.  

Esse fenômeno ocorre devido a política da burguesia de catapultar a “esquerda identitária e domesticada” em lugar do PT, partido que ainda tem laços orgânicos (mesmo que cada vez menos e de forma abertamente corrompida) com o movimento de massas e os sindicatos. 

Apesar de todos os esforços de Lula, que defende um “novo contrato social” com a burguesia almejando o regresso do PT a função de governo de Frente Popular de colaboração de classes em 2022 (como o MAS retornou ao papel de gestor na Bolívia e em um quadro em que Trump foi derrotado), não há sinais de um novo “boom econômico” no horizonte, que permita a opção da classe dominante por um “modelo” de pacto social no país. 

Por fim, registre-se que PCO e PSTU tiveram nestas eleições o papel de satélites respectivamente do PT e do PSOL. O PCO lançou candidaturas próprios sem nenhum peso eleitoral apenas para servir de “laranja” do lulismo, mas sua tese de que Lula não defendia a constituição de uma Frente Ampla burguesa foi completamente descartada pelo próprio dirigente petista, deixando o PCO completamente desmoralizado, uma legenda que em um avançado processo de corrupção material não pode romper com a política de colaboração de classes do PT, servindo apenas para atacar o PSOL a fim de preservar Lula. 

O PSTU, por sua vez, lançou candidaturas se delimitando com PT e o PSOL entretanto esta justa denúncia é extremamente limitada porque quando pressionado pela disputa eleitoral da democracia fraudada dos ricos, o mesmo PSTU vota nos candidatos do PT e do PSOL em nome de “derrotar a direita”, esquecendo de todas as críticas que fez aos programas reformistas de colaboração de classes que antes tanto denunciava, como ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando apoiou Haddad ou mesmo agora quando chama a votar no PSOL em vária cidades.  

Neste quadro político que expomos, o chamado ao Voto Nulo, ao Boicote Ativo, a Abstenção Massiva, enfim a todo meio de denúncia desta democracia fraudada se faz uma obrigação militante para a esquerda revolucionária diante da completa integração da Frente Popular (PT, PCdoB, PSOL, PCO, PSTU e UP) ao embuste em curso e para reforçar a luta direta contra o neofascista Bolsonaro. 

Mesmo muito embrionário diante da febre eleitoral de uma esquerda embriagada com as verbas do regime burguês destinadas a cooptação ideológica e política do reformismo, o chamado a construção de uma alternativa revolucionária ao pântano da colaboração de classes, se faz imperativo exatamente no momento que o modo de produção capitalista atravessa sua crise mais aguda. Por isso declaramos que não adotamos a política do "mal menor": Nem voto crítico, nem voto útil na "esquerda neoliberal"! Voto Nulo pela construção do poder operário! Derrotar Bolsonaro e a direita nas ruas e nas lutas! Por essa razão reafirmamos que reformistas burgueses de "baixo calibre" como o PT e o PSOL não servem como alavanca da luta revolucionária!

Concentramos nossos modestos esforços militantes, porém imprescindíveis diante da cooptação descarada do reformismo, na convocação de uma frente de ação direta para uma esquerda de outro tipo, comunista e revolucionária, com o objetivo centrado na denúncia radical da farsa eleitoral destas eleições que represente o contraponto da fraude institucional montada pelo Estado capitalista, com o aval do conjunto da esquerda domesticada ávida para ingressar no parlamento burguês. 

Nesta direção programática convocamos organizações comunistas e os coletivos e militantes classistas a se somarem a LBI para juntos conformarmos neste momento uma frente revolucionária para impulsionar uma vigorosa campanha de denúncia da farsa deste regime da democracia dos ricos e seus gerentes sejam de direita, centro ou esquerda, mas que servem ao mesmo patrão: o grande capital!