domingo, 8 de novembro de 2020

REPRESSÃO SANITÁRIA NO VELHO CONTINENTE: EUROPA ASSISTE UM ATAQUE GENERALIZADO AOS DIREITOS DE ORGANIZAÇÃO E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS

Sob o pretexto de combater um “vírus letal” e “defender a vida e a ciência”, os governos burgueses neoliberais da Europa estão desencadeando uma brutal ofensiva contra os direitos de organização e liberdades democráticas conquistadas pelo proletariado na derrota do nazifascismo em 1945. Como se sabe muito bem, o objetivo de qualquer toque de recolher é tirar as pessoas das ruas para estabilizar a situação política após um golpe de Estado. Claro, o direito de manifestar deve desaparecer, porque não é quem quer se manifestar, mas quem está autorizado pelo regime a permanecer com “salvo conduto”. A suposta “prevenção sanitária” é uma forma de retorno de um fascismo disfarçado de “cuidados para controlar a pandemia”.

Ontem, sábado (07/11), em Logroño na Espanha os manifestantes contra o toque de recolher imposto pelo governo Social Democrata, não puderam sequer se reunir porque a polícia havia invadido as ruas do centro da cidade. Não havia nem a possibilidade de começar a caminhada. A mesma coisa aconteceu em Montpellier, do outro lado da fronteira francesa, onde uma “mobilização em andamento” foi convocada na Place de la Comedia contra o repressivo toque de recolher. O prefeito proibiu a manifestação com os gritos cretinos de "risco à saúde" e "perturbação da ordem pública". Na mesma hora uma manifestação em Toulouse reuniu milhares de manifestantes, que denunciaram o toque de recolher e as “medidas draconianas” do governo, enquanto exigiam mais recursos para o hospital municipal. Em Montpellier há um forte movimento de resistência que sabe que seus direitos democráticos não podem depender de um chefe de polícia, então tentaram se mobilizar apesar da proibição estatal.

Também ontem à noite na Alemanha, uma multitudinária manifestação ocorreu em Leipzig contra o toque de recolher, gerando a confrontos quando a polícia ordenou sua violenta dissolução. A polícia alemã da neoliberal Merkel, utilizou um grande número de equipamentos anti-motim, e fez um número ainda desconhecido de prisões.A polícia interviu no sentido de dissolver a manifestação já que a maioria dos ativistas não acataram as “medidas sanitárias” como o uso de máscaras ou a manutenção da ridícula distância social. A Câmara Municipal de Leipzig ordenou dissolver com força desproporcional à manifestação por não respeitar as condições anteriormente impostas para autorizar a sua organização. No entanto, os manifestantes não cumpriram a ordem de dissolução e permaneceram nas proximidades da praça central onde se reuniram.Um dos líderes do movimento se dirigiu à multidão por megafone exigindo o levantamento imediato das restrições aos direitos fundamentais.  "Somos um movimento pacífico em que o extremismo, a violência, o anti-semitismo e as ideias que desprezam a raça humana não têm lugar". As manifestações anteriores que ocorreram em Berlim durante a semana passada também terminaram em tumultos e violência policial. 

Desgraçadamente a esquerda reformista vem se perfilando com a repressão sanitária, apoiando as medidas de supressão de direitos democráticos e de organização política da classe operária. É o sintoma político de que estas direções traidoras já se passaram há muito tempo para o campo de classe da burguesia. A farsa da pandemia vem servindo é claro para quebrar a coluna vertebral da organização política das massas, em um período onde a crise agônica do capital exige o máximo de extração de mais-valia e ataque as conquistas históricas dos trabalhadores.