quarta-feira, 25 de novembro de 2020

MRT “EMBAIXO DA CAMA” EM SÃO PAULO: NÃO APOIAM BOULOS E TAMBÉM NÃO VOTAM NULO... SE ESCONDEM EM CASA COMO A PANDEMIA RECOMENDA...PORQUE FICAR “EM CIMA DO MURO” É MUITO PERIGOSO...  


Quem visita o site Esquerda Diário do MRT sai com uma dúvida insolúvel: qual sua posição eleitoral na disputa municipal de São Paulo? O grupo revisionista satélite do PTS argentino não defende o Voto Nulo na capital paulista mas também não apoia Boulos, “muito pelo contrário”, escolheu mais uma vez adotar a política de “avestruz”, ou melhor, ficar “em casa embaixo da cama”, seguindo as ordens da OMS domesticados pelo terror sanitário orquestrado com a Pandemia. Não se trata de exagero, ninguém sabe a posição pública eleitoral do MRT às vésperas do 2º turno em São Paulo, na disputa entre Boulos (PSOL) e Covas (PSDB). Nos seus textos dizem apenas que não apoiam a “Frente Ampla” burguesa encabeçada pelo PSOL, integrada por PT, PCdoB, PSTU, PDT, Rede, PCB, UP e PSB: “Estamos juntos a todos os que querem enfrentar o regime do golpe institucional e seus agentes diretos, como Bruno Covas. Mas precisamos lutar contra o regime do golpe institucional e todos os partidos políticos que o defendem. Não podemos apoiar politicamente uma frente com partidos burgueses e golpistas que aprovam e aplicam esses ataques, e que aplaudem o autoritarismo judiciário”.


Dito isso, negam-se a fazer campanha pelo Voto Nulo: “Tampouco estamos ‘fazendo campanha’ pelo voto nulo, o que seria um disparate” escreveu um de seus dirigentes. O MRT é uma típica organização centrista e covarde em defender suas próprias posições, deixa em aberto se votará ou não no Boulos, que hoje conta com apoio de partidos e personalidades burguesas, como o grupo de Lemann da Ambev, empenhado em financiar o identitarismo na esquerda, porém o MRT não convoca o Voto Nulo, as interpretações ficam ao sabor do freguês, enquanto o grupo fica “embaixo da cama”... porque ficar em “cima do muro” pode ser muito perigoso... 

O MRT escreve laudas e mais laudas de prolixia vazia sobre a campanha em São Paulo, mas nenhuma palavra clara sobre sua posição eleitoral. Acaba seus artigos sempre com generalidades “É com esta perspectiva que construímos a bancada revolucionária e que queremos debater com cada um que hoje busca na candidatura de Boulos uma saída à esquerda contra o bolsonarismo”. O que significa exatamente isso? Pelo visto, o MRT vai esperar a chegada da vacina da Covid para “amadurecer” uma posição eleitoral desse domingo. Por enquanto o “recomendável” é não expor nenhuma orientação clara. Não por acaso o PTS argentino saudou a vacina da Astrazeneca, o ápice da degradação ideológica da esquerda reformista ao seguir como cães domesticados as corporações imperialistas da Big Pharma e a OMS. Esse malabarismo farsante é a verdadeira política do MRT, o jogo mais cínico que se pode ver no arco revisionista. 

Em Porto Alegre, onde o MRT não existe e não lançou candidaturas pela legenda do PSOL,  resolveu “sair da toca” vitualmente: “Nós do MRT e do Esquerda Diário em Porto Alegre estamos juntos a todos os trabalhadores e jovens que querem enfrentar nas ruas Melo e a herança maldita do MDB no Rio Grande do Sul. Mas não apoiamos candidatura de Manuela, não depositamos nossa confiança em seu projeto político através do voto e por isso votamos nulo neste segundo turno”. Como se pode observar, não há qualquer critério de coerência política no MRT já que a frente ampla encabeçada por Boulos é praticamente a mesma formada por Manuela (PCdoB, PT, PSOL, PSTU, PDT, Rede e PV), sendo em linhas gerais também o mesmo programa de colaboração de classes. A questão é que em São Paulo o MRT não deseja “se queimar” com o PSOL, que lhe abriga eleitoralmente e usa seus votos (5 mil nesta eleição) para ajudar a eleger as candidaturas majoritárias da social-democratas, em troca seus militantes não são tratados como “sectários incuráveis”, não sendo alvo de um isolamento político na microvanguarda pequeno-burguesa, tratamento dedicado pela socialdemocracia e seus aparatos aqueles que combatem a Frente Popular.  

Lembremos que em 2018, o MRT anunciou o apoio eleitoral a Boulos para presidente, literalmente às vésperas do 07 de Outubro. O grupo revisionista passou a campanha inteira denunciando que “as atuais eleições são uma fraude totalmente manipuladas pelo poder judiciário apoiado pelos militares e a mídia” para chamarem sem maiores explicações o voto no candidato do PSOL, justamente quando o dirigindo do MTST assumiu com mais afinco o papel de satélite do PT. O MRT só toma posição na véspera justamente para fortalecer a política de colaboração de classes do reformismo e se proteger da crítica marxista. O grupo ligado ao PTS argentino no Brasil reafirma sua “vocação” de não sair da sombra da política de colaboração de classes, seja do PSOL ou mesmo do PT! O MRT não tem nenhuma coerência programática, em seu oportunismo vulgar vai de um vértice a outro, mas sempre se afasta das posições do genuíno Trotskismo para se adaptar a Frente Popular e a Socialdemocracia.