domingo, 29 de novembro de 2020

ROMPER COM A ESQUERDA REFORMISTA QUE APOIA DESDE A OLIGARQUIA REACIONÁRIA EM FORTALEZA ATÉ A DIREITA NEOLIBERAL NO RIO: VOTAR NULO É A ÚNICA MANEIRA DE DERROTAR O BOLSONARISMO NESTE SEGUNDO TURNO!

Chegamos ao 2º turno das eleições municipais neste 29 de novembro. Há uma forte pressão pelo “voto útil” nos candidatos da esquerda socialdemocrata (PSOL, PT e PCdoB) em algumas capitais do país onde haverá a disputa com a direita ou Bolsonaristas, como São Paulo, Fortaleza, Belém, Vitória e Porto Alegre. Em Recife, o PT concorrente contra a Oligarquia Campos (PSB). A Frente Popular escolheu o espantalho do “fascismo” para chantagear os trabalhadores, mas não há nessa disputa eleitoral nenhum combate de classe a extrema-direita e a reação burguesa, mas sim um política de fortalecer uma ampla frente burguesa para as eleições de 2022, na medida que o frágil Bolsonaro e seu clã reacionário totalmente isolado já está descartado para uma nova recondução ao Planalto, ainda mais com a “derrota” fraudada de Trump nos EUA. Como Marxistas Revolucionários chamamos os lutadores e a vanguarda classista a romper com a esquerda reformista que apoia desde a oligarquia reacionária com Sarto (PDT) em Fortaleza até a direita neoliberal no Rio, com o golpista Eduardo Paes (DEM), defendemos que Votar Nulo é a única maneira de derrotar o Bolsonarismo no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos! Por isso declaramos que não adotamos a política do “mal menor”: Nem voto crítico, nem voto útil na “esquerda neoliberal” e na sua Frente Ampla burguesa! Votar Nulo pela construção do poder operário! Derrotar Bolsonaro e a direita nas ruas e nas lutas!

As atuais eleições além de serem, segundo os critérios clássicos do Marxismo, completamente carentes de legitimidade popular (controlada pelos grandes grupos econômicos, manipuladas pela mídia, carente de igualdade de condições de disputa), ainda tem como marca a fraude concreta orquestrada pelo TSE, provando que a soberania da vontade popular não tem nenhum valor real no regime capitalista. Que o PT, um partido completamente integrado a ordem burguesa avalize essa fraude é compreensível pelos seus acordos de sustentação do regime político pseudodemocrático, mas correntes políticas que se reclamam trotskista ou revolucionárias patrocinarem essa ilusão eleitoralista em um processo integralmente fraudado, é de uma adaptação sem tamanho as instituições burguesas. Chegam a votar no golpista Paes (DEM) em nome de "derrotar a direita" tamanho o grau de cretinismo eleitoral. 

A formação de uma frente única para combater o fascismo, nada tem a ver com apoio parlamentar ou eleitoral a socialdemocracia. Na Espanha Trotsky defendeu ampla unidade contra o franquismo, porém criticou duramente o POUM (organização centrista) que votou a favor do governo Largo Caballero, derrubado posteriormente pela reação fascista... Vejamos o que denuncia nosso mestre bolchevique no artigo “A traição do ‘Partido Operário de Unificação Marxista’ espanhol” escrito em 1936: “Os jornais nos informam que na Espanha o conjunto dos partidos ‘de esquerda’, tanto burgueses como operários, constituíram um bloco eleitoral sobre a base de um programa comum, que, evidentemente, em nada se distingue do programa da ‘Frente Popular’ francesa nem de todos os outros programas charlatanescos do mesmo gênero. Ali encontramos ‘a reforma do tribunal de garantias constitucionais’, a manutenção rigorosa do 'princípio de autoridade' (!!), a 'libertação da justiça de todas as pressões de ordem política ou econômica' (A libertação da justiça capitalista da influência do capital!) e outras coisas do mesmo gênero. O programa constata a recusa, da parte dos republicanos burgueses que participam do bloco, de nacionalização da terra, porém, em 'em compensação', ao lado das habituais promessas baratas aos camponeses (créditos, revalorização dos produtos da terra etc.), ele proclama (como um dos seus objetivos) o saneamento (!!) da indústria', e a 'proteção da pequena indústria e do comércio' segue-se o inevitável 'controle sobre os bancos' no entanto, uma vez que os republicanos burgueses segundo o texto de este programa, rejeitam o controle operário, trata-se do controle sobre os bancos... pelos próprios banqueiros, por intermédio dos seus agentes parlamentares, do mesmo gênero de Azaña e de seus semelhantes. Enfim, a política exterior da Espanha deverá seguir 'os princípios e os métodos da Sociedade das Nações'. E que mais? Assinaram, ao pé deste documento vergonhoso, os representantes dos dois grandes partidos burgueses de esquerda, o Partido Socialista Operário Espanhol, a União Geral dos Trabalhadores, o Partido Comunista (evidentemente!), as Juventudes Socialistas - ai! -, o 'Partido Sindicalista' (Pestaña) e, por último, o 'Partido Operário de Unificação Marxista' (Juan Andrade). A maioria destes partidos esteve à cabeça da revolução espanhola durante os anos do seu ascenso e eles fizeram tudo ao seu alcance para esgotá-la. A novidade consiste na assinatura do partido de Maurín-Nin-Andrade. Os antigos 'comunistas de esquerda' se transformaram simplesmente no vagão a reboque da burguesia 'de esquerda'. É difícil conceber uma queda mais humilhante!”.


Trotsky literalmente repudia o apoio eleitoral a socialdemocracia em nome de derrotar nas urnas a “ameaça fascista” em uma realidade análoga a que passamos hoje. Os Trotskistas estão pela unidade de ação contra o fascismo e não pela formação de um bloco político comum eleitoral com a Frente Popular, que desarma a resistência de classe a ascensão de Bolsonaro. Longe de alimentar métodos “democráticos-parlamentares” ou “pacifistas” em nome do combate o fascismo como apregoa hoje o PT e o PSOL com seu chamado a apoiar uma frente eleitoral “democrática” contra Bolsonaro, devemos como Trotskistas chamar as bases do PT, PSOL, da CUT e seus apoiadores a romper com a política de colaboração de classes para combater decididamente contra a reação burguesa nas ruas, fábricas, escolas, construir a Greve Geral, os comitês de autodefesa. 

É um erro constituir comitês eleitorais em nome do enfrentamento ao fascismo e defesa da democracia abstrata (burguesa por sua natureza de classe) nas urnas. O necessário é forjar comitês de frente única, em torno a um programa de defesa dos empregos, dos salários e dos direitos trabalhistas, que estão sendo destruídos pela reforma trabalhista e pela terceirização. Esses comitês ligados à classe operária e aos demais oprimidos criarão as bases para pôr em pé uma frente única operária, que servirá para combater qualquer um dos dois governos burgueses que se eleja.

Nesse sentido, o voto nulo e branco é a síntese de uma nítida ação ativa de protesto político, ainda sem uma forma definida de esquerda é verdade, mas de clara rebeldia em relação ao regime vigente. Votos nulos e brancos são apenas o embrião de um vigoroso movimento de massas em possível rota direta de colisão com o circo eleitoral da democracia dos ricos, o trabalho de agitação comunista por dentro deste espectro poderá conferir uma forma organizada e de combate ao sentimento popular de “anular” a política burguesa. 

Convocamos a vanguarda classista a enfrentar a pressão do “voto útil” na Frente Popular apostando na campanha de denúncia do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos, não escolhendo qual “feitor” vai fazer a vontade do “senhor” na escravização do povo trabalhador nas correntes do sistema capitalista! 

A tarefa dos Marxistas Revolucionários continua tendo o foco programático da revolução proletária, sem perder de vista a mediação tática de luta contra a ofensiva neoliberal e pela derrubada do governo Bolsonaro. Nosso chamado central às massas é na direção da construção da Greve Geral política para derrotar o atual curso de ofensiva neoliberal da elite dominante que escolheu o “centro político” (PSDB, DEM, PSD, PP, PSB, PDT) como seu próximo gestor no governo central e nas prefeituras. 

O panorama desse 2º turno com a derrota da Frente Popular (PSOL, PT e PCdoB) na maioria das cidades em que disputa aponta para o recrudescimento do regime político, a partir de agora os ataques serão ainda mais duros, com corte de direitos e conquistas, ao mesmo tempo em que a classe operária está completamente na defensiva, um caminho de derrota pavimentado pela Frente Popular. Passado o circo eleitoral haverá o aprofundamento da ofensiva reacionária, cabendo a vanguarda classista organizar a resistência por fora das instituições do regime, na luta direta do povo trabalhador e contra todas as siglas que sustentam a democracia dos ricos!