domingo, 29 de novembro de 2020

A VIRADA “SISTÊMICA” DE BOULOS EM DIREÇÃO A BURGUESIA: AJUDAR A REMOVER BOLSONARO DENTRO DA ORDEM É A TAREFA QUE O CAPITAL INCUMBIU O PSOL

A burguesia nacional não precisa mais de Bolsonaro, o neofascista já cumpriu o papel de “espantalho”, consumando a finalização do golpe institucional que retirou a Frente Popular do governo central em 2016. Os chamados “out sider”, Trump e Bolsonaro, já são uma página virada nos planos da governança global do capital financeiro, ainda mais neste momento de ingresso na “Nova Ordem Mundial” do controle sanitário dos povos e isolamento social da massas. O Deep State ianque já retomou sua sintonia com o novo gerente da Casa Branca, provocando o efeito imediato no Brasil da inutilidade da patética figura política de um claudicante presidente neofascista, sem o menor controle das instituições do regime burguês. Por isso o grande capital e seus operadores concretos buscaram nestas eleições municipais construir um novo cenário nacional, onde o protagonismo caberia a velha direita reacionária neoliberal, maquiada de um “Centro Civilizatório” e servente dos instrumentos da “Nova Ordem”, como a OMS e seu monopólio da “ciência” (obviamente uma ciência produzida pela Big Pharma). Também seria necessário “fabricar” uma nova esquerda, desprovida de um caráter classista e impregnada pelo identitarismo, muito útil a expansão do mercado de consumo. Não perdendo tempo, os rentistas alinhados da “Nova Ordem” organizaram uma entidade para financiar candidaturas do PSOL: “Ocupa Política”, a versão de esquerda do “Renova BR”. Boulos é a melhor expressão desta etapa histórica que se abre, fiel ao sistema e leal as suas instituições. O “velho” PT ainda de longe a maior força da esquerda no país, mas igualmente fração fundamental do regime burguês, está bem consciente do lhe exige a burguesia: dar passagem a uma futura hegemonia compartilhada com o PSOL, por isso não lançou um candidato competitivo em São Paulo, optando por uma candidatura “laranja”, e de quebra embolsar o milionário Fundo Eleitoral, quase não utilizado para o fiasco de Tatto. Boulos pode sim levar daqui a pouco a prefeitura de São Paulo, ainda que os planos da burguesia (que se dividiu harmonicamente ente o PSOL e Covas) para ele estejam muito mais focados nas eleições presidenciais de 2022. Boulos é um dos instrumentos políticos que facilitarão a remoção do atual presidente neofascista em 2022, quando o imperialismo ianque e a governança global do capital financeiro pretendem empossar o novo gerente estatal do chamado “Centro Civilizatório” da “Nova Ordem”.