quinta-feira, 19 de novembro de 2020

DEBATE NA BAND: BOULOS O “BOM GESTOR” DA BURGUESIA DEFENDE MAIS REPRESSÃO DA PM E GUARDA MUNICIPAL CONTRA O POVO

O debate televisivo da BAND realizado entre os dois candidatos a prefeito de São Paulo, na noite desta quinta-feira (19/11), teve uma particularidade política “inusitada”, foi o postulante do PSOL, Guilherme Boulos, quem defendeu as ações repressivas da Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, acusando o candidato bolsotucano, Bruno Covas, de: “desmontar a PM e GCM”. Para os Marxistas Revolucionários não foi propriamente uma surpresa a posição assumida de Boulos, já que seu partido o PSOL vem se apresentando onde disputa o segundo turno, como o melhor gestor da ordem do Estado burguês, mesmo que seja no plano municipal.

Boulos que vem desenvolvendo a plataforma programática da melhor gerência da crise do capital e seu regime político de exceção não usou meias palavras para defender o melhor aparelhamento do braço armado do Estado burguês: "Aliás, a Polícia Militar que o PSDB desmonta, desvaloriza, não faz aumento salarial. Assim como não faz com a Polícia Civil. Eu conversei com guardas municipais. Eles estão desvalorizados, estão desprestigiados pelo seu governo e do Doria", afirmou Boulos durante o debate da BAND. É a disputa entre o PSOL e o PSDB sobre quem seria melhor para comandar a repressão estatal contra o povo pobre e oprimido.

Não podemos acusar de traição o PSOL, porque simplesmente este partido não tem qualquer característica operária, mas para Boulos que dirige uma entidade popular como o MTST, sua conversão ao establishment capitalista foi “fulminante”, na mesma medida que começou a “degustar” o cardápio eleitoral da democracia dos ricos. Guilherme já não conserva sequer os traços de uma liderança popular do passado, seu apetite político está completamente voltado a demonstrar para a burguesia que ele poderia ser a melhor alternativa em uma etapa de profunda turbulência do modo de produção capitalista.

É por isso que o PSOL em seu conjunto (inclusive suas alas da suposta esquerda) abraçou as “teses” identitaristas, para desviar os trabalhadores da luta direta contra a burguesia, recebendo é claro a “generosidade” financeira das frações do capital rentista mais empenhadas nesta perspectiva de “amortizar” a luta de classes. Fundações, como a impulsionada pelo mega especulador, foram criadas com o objetivo específico de cooptar lideranças da esquerda na senda dos movimentos identitários, feministas e ecologistas, todos estes é claro policlassistas, sem vínculo algum com a classe operária.