Estamos às vésperas do circo eleitoral burguês de 15 de novembro. O chamado ao Voto Nulo e a denúncia desta democracia fraudada se faz uma obrigação militante para a esquerda revolucionária diante da completa integração da Frente Popular (PT, PCdoB, PSOL, PCO, PSTU e UP) ao embuste em curso e para reforçar a luta direta contra o neofascista Bolsonaro. Mesmo muito embrionário diante da febre eleitoral de uma esquerda embriagada com as verbas do regime burguês destinadas a cooptação ideológica e política do reformismo, o chamado a construção de uma alternativa revolucionária ao pântano da colaboração de classes, se faz imperativo exatamente no momento que o modo de produção capitalista atravessa sua crise mais aguda. Por isso declaramos que não adotamos a política do "mal menor": Nem voto crítico, nem voto útil na "esquerda neoliberal"! Voto Nulo pela construção do poder operário! Derrotar Bolsonaro e a direita nas ruas e nas lutas!
Nesta conjuntura nacional onde se impõe a paralisia das massas em nome das cretinas ilusões eleitorais, quem deverá sair vitorioso dessa disputa inter-burguesia é o chamado “centro político”, que situa-se entre o PSDB, DEM, PSD, PSB e os demais partidos que os orbitam, incluindo o PDT que se aproxima cada vez mais da direita como vimos os movimento de Ciro e ACM. Ganhará no Rio, São Paulo, BH e em outras grandes capitais. Esse campo será a base da aliança partidária que o grosso da burguesia deseja construir para o embate presidencial de 2022, onde a extrema direita representada por Bolsonaro deve ser descartada, ainda mais com a "vitória" de Joe Biden nas eleições ianques.
Os chamados candidatos “bolsonaristas” declarados não devem ganhar nos principais polos políticos, mas em contra partida terão razoável densidade de votos se cacifando como nomes de apoio ao presidente na disputa para governadores em 2022, construindo assim o “equilíbrio político” do regime burguês entre o “Centro e a Direita”.
Nesse quadro complexo, vemos o esmagamento da esquerda burguesa frente populista, particularmente do PT que somente deve ir para o segundo turno em Recife e Vitória. O PSOL e o PCdoB podem eleger prefeitos em uma capital cada (Belém e Porto Alegre) mas nada está garantido, a não ser a busca por uma frente ampla burguesa para se consolidarem como “bons gestores” do capital nestas cidades. Por sua vez o PSTU ingressou pela "porta dos fundos" da frente popular apoiando o PSOL em Salvador, Guarulhos e outras cidades pelo país.
O certo é que para os capitalistas as eleições são uma mera maquiagem que deve ser pincelada no rosto “democrático” do regime burguês. O importante é estabilizar o quadro político nacional e seus sustentáculos nos municípios que melhor garantam a acumulação de capital e a transferência das reservas estatais para seus negócios em uma conjuntura de trégua social e paralisia do movimento de massas. Nesse sentido, a corrida eleitoral em curso se reduz a feroz disputa intestina entre as máfias oligárquicas. As eleições burguesas nada têm a ver com a soberania do voto popular. Estão condicionadas pela influência do poder econômico, pela manipulação da mídia e das falsas pesquisas e, por último, se nada disso resolver, pela fraude direta do sistema da totalização da urna eletrônica.
Concentramos nossos modestos esforços militantes, porém imprescindíveis diante da cooptação descarada do reformismo, na convocação de uma frente de ação direta para uma esquerda de outro tipo, comunista e revolucionária, com o objetivo centrado na denúncia radical da farsa eleitoral destas eleições que represente o contraponto da fraude institucional montada pelo Estado capitalista, com o aval do conjunto da esquerda domesticada ávida para ingressar no parlamento burguês.
Nesta direção programática convocamos organizações comunistas e os coletivos e militantes classistas a se somarem a LBI para juntos conformarmos uma frente revolucionária para impulsionar uma vigorosa campanha pelo voto nulo e a denúncia da farsa deste regime da democracia dos ricos e seus gerentes.