quinta-feira, 13 de outubro de 2022

GREVE DOS PETROLEIROS NA FRANÇA: GOVERNO NEOLIBERAL DA DIREITA AMEAÇA OS TRABALHADORES COM MEDIDAS DE GUERRA 

As filas nos postos de gasolina estão se multiplicando e o racionamento já está sendo aplicado em diversos locais. Apesar disso e das ameaças do governo Macron da direita neoliberal, a greve dos petroleiros continua com considerável apoio entre a população francesa. 

A greve dos trabalhadores das refinarias e depósitos de combustível está colocando a França em xeque. Somada à greve, que já dura vários dias, devemos acrescentar os numerosos protestos populares que estão ocorrendo, bem como os bloqueios das refinarias e armazéns que os grevistas estão realizando. Os trabalhadores reivindicam aumento de salários e melhores condições de trabalho, denunciando os grandes lucros das grandes empresas imperialistas de energia.

Um terço dos postos de gasolina do país já está sem combustível e, em setores-chave, como a área metropolitana de Paris, os níveis de escassez chegam a 45%. Alguns departamentos introduziram o racionamento e limitam a quantidade de gasolina a 30 litros por veículo. A escassez e o medo da desabastecimento multiplicaram as filas nos postos, que são a tendência nos dias de hoje. No entanto, apesar do caos, as pesquisas sustentam que há um amplo apoio aos trabalhadores em greve, porque suas reivindicações coincidem com as de muitos outros franceses: um aumento de salários para enfrentar a escalada da inflação.

A situação piorou nas últimas horas e não parece que vai melhorar no curto prazo, como afirma o próprio presidente genocida Macron. A pressão é tão grande que o próprio governo e seu Ministro da Economia já pediram demagogicamente às empresas petrolíferas(as afetadas são grandes multinacionais como Total ou ExxonMobile)para atender parcialmente às demandas dos trabalhadores.

Na tarde de terça-feira passada(11/10), a Primeira-Ministra francesa, Elisabeth Borne, anunciou a requisição forçada de trabalhadores petroquímicos, ou seja, serviços mínimos obrigatórios para trabalhadores de vários locais estratégicos. Este instrumento legal, criado em 1938 no quadro do início de uma economia de guerra, é fundamentalmente uma arma fascista do Estado para quebrar as greves quando estas ameaçam fortemente os interesses dos lucros dos patrões.

Desde ontem, quarta-feira(12/20) de manhã, trabalhadores como os do depósito de Port-Jérôme Gravenchon, na Normandia, pertencente à ExxonMobile, foram obrigados a trabalhar sob ameaça de sanções legais. Mas apesar das ameaças repressivas do governo, os trabalhadores decidiram continuar com a combativa greve que vem ganhando apoio de massas ao longo dos dias. 

Os dirigentes dos sindicatos que estão desempenhando o papel de burocratas pelegos na greve, CGT e FO, alertaram que as tentativas de detê-los pela força só agravarão a situação.  “Posso garantir que será uma guerra.  Se Macron quer que isso se espalhe para outras partes da economia, que ele faça isso", afirmou um porta-voz da CGT em um comunicado. A vanguarda classista da base desta greve, vem levantando a necessidade da unificação das categorias em luta, em direção a uma poderosa greve geral para derrotar as corporações capitalistas e o reacionário gerente neoliberal, Emmanuel Macron.