GREVE DOS PETROLEIROS NA FRANÇA: GOVERNO NEOLIBERAL DA
DIREITA AMEAÇA OS TRABALHADORES COM MEDIDAS DE GUERRA
As filas nos postos de gasolina estão se multiplicando e o racionamento já está sendo aplicado em diversos locais. Apesar disso e das ameaças do governo Macron da direita neoliberal, a greve dos petroleiros continua com considerável apoio entre a população francesa.
A greve dos trabalhadores das refinarias e depósitos de
combustível está colocando a França em xeque. Somada à greve, que já dura
vários dias, devemos acrescentar os numerosos protestos populares que estão
ocorrendo, bem como os bloqueios das refinarias e armazéns que os grevistas
estão realizando. Os trabalhadores reivindicam aumento de salários e melhores
condições de trabalho, denunciando os grandes lucros das grandes empresas
imperialistas de energia.
Um terço dos postos de gasolina do país já está sem
combustível e, em setores-chave, como a área metropolitana de Paris, os níveis
de escassez chegam a 45%. Alguns departamentos introduziram o racionamento e
limitam a quantidade de gasolina a 30 litros por veículo. A escassez e o medo
da desabastecimento multiplicaram as filas nos postos, que são a tendência nos
dias de hoje. No entanto, apesar do caos, as pesquisas sustentam que há um
amplo apoio aos trabalhadores em greve, porque suas reivindicações coincidem
com as de muitos outros franceses: um aumento de salários para enfrentar a
escalada da inflação.
A situação piorou nas últimas horas e não parece que vai
melhorar no curto prazo, como afirma o próprio presidente genocida Macron. A
pressão é tão grande que o próprio governo e seu Ministro da Economia já
pediram demagogicamente às empresas petrolíferas(as afetadas são grandes
multinacionais como Total ou ExxonMobile)para atender parcialmente às demandas
dos trabalhadores.
Na tarde de terça-feira passada(11/10), a Primeira-Ministra
francesa, Elisabeth Borne, anunciou a requisição forçada de trabalhadores
petroquímicos, ou seja, serviços mínimos obrigatórios para trabalhadores de
vários locais estratégicos. Este instrumento legal, criado em 1938 no quadro do
início de uma economia de guerra, é fundamentalmente uma arma fascista do
Estado para quebrar as greves quando estas ameaçam fortemente os interesses dos
lucros dos patrões.
Desde ontem, quarta-feira(12/20) de manhã, trabalhadores
como os do depósito de Port-Jérôme Gravenchon, na Normandia, pertencente à
ExxonMobile, foram obrigados a trabalhar sob ameaça de sanções legais. Mas
apesar das ameaças repressivas do governo, os trabalhadores decidiram continuar
com a combativa greve que vem ganhando apoio de massas ao longo dos dias.
Os dirigentes dos sindicatos que estão desempenhando o papel
de burocratas pelegos na greve, CGT e FO, alertaram que as tentativas de
detê-los pela força só agravarão a situação.
“Posso garantir que será uma guerra.
Se Macron quer que isso se espalhe para outras partes da economia, que
ele faça isso", afirmou um porta-voz da CGT em um comunicado. A vanguarda
classista da base desta greve, vem levantando a necessidade da unificação das
categorias em luta, em direção a uma poderosa greve geral para derrotar as
corporações capitalistas e o reacionário gerente neoliberal, Emmanuel Macron.