quinta-feira, 6 de outubro de 2022

JOHN BOLTON ASSESSOR DE SEGURANÇA DO PENTÁGONO: “OS EUA DEVEM FINANCIAR DISSIDENTES PARA DERRUBAR PUTIN ATRAVÉS DE UM GOLPE DE ESTADO”

O ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca ,John Bolton, declarou na última quarta-feira (05/10) que apenas "Uma mudança de regime em Moscou pode alcançar os objetivos de longo prazo dos Estados Unidos na Europa”. O “Falcão Republicano“ que agora presta serviços para o Pentágono, sob o comando Democrata, propôs financiar "dissidentes" russos que poderiam se unir a funcionários de alto nível para derrubar o presidente Vladimir Putin em um golpe de Estado.

"Não há perspectiva de longo prazo para paz e segurança na Europa sem mudança de regime na Rússia", argumentou Bolton em um artigo intitulado "Putin Must Go", publicado pela revista “Online 1945”.  A mudança "deve envolver muito mais do que simplesmente substituir Putin", segundo Bolton. "Todo o regime deve ir."

Bolton abriu o artigo citando o presidente Joe Biden, que declarou em março: "Pelo amor de Deus, esse homem não pode permanecer no poder". Os assessores mais sofisticados de Biden foram rápidos em recuar do “sincericídio” de Bolton, como o Secretário de Estado, Antony Blinken, argumentando que "não temos uma estratégia de mudança de regime na Rússia ou em qualquer outro lugar".

No dia seguinte, no entanto, o genocida Biden insistiu que não estava recuando e que seus comentários não estavam "articulando um golpe político", mas "expressando indignação moral... e não peço desculpas por isso".

Enquanto servia como conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, Bolton defendeu políticas de mudanças violentas de regimes para Cuba, Venezuela e Irã, e “descarrilou” a diplomacia de Trump com a Coreia do Norte, após a qual ele foi demitido em setembro de 2019. No entanto, a posição oficial dos EUA em Havana, Caracas, e Teerã não mudou desde que Biden assumiu o cargo.

O Kremlin reagiu aos comentários de Biden chamando-o de "vítima de muitas fraudes". O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que a questão de quem deve estar no poder na Rússia não cabe a nenhum cidadão americano, mas sim aos russos.

“Ajudar cuidadosamente os dissidentes russos a buscar uma mudança de regime pode ser a resposta”, argumentou Bolton, em uma reviravolta na lógica de Peskov.  "A chave é que os próprios russos exacerbem as divisões entre aqueles com autoridade real, os siloviki... Uma vez que a coerência e a solidariedade do regime são quebradas, a mudança é possível”.

Bolton afirmou que "os russos já estão discutindo isso, silenciosamente, por razões óbvias" e descartou as preocupações de que a Rússia seja uma potência nuclear, dizendo que "isso não é mais um argumento contra a busca de mudança de regime de Putin”.

O carniceiro também acusou Moscou de minar o governo dos EUA "por muitas décadas" e de explodir seu próprio oleoduto Nord Stream. "O objetivo estratégico óbvio de Washington é que a Rússia se alinhe com o Ocidente, um candidato adequado para a OTAN, como esperávamos após a dissolução da União Soviética", asseverou Bolton. O objetivo dos EUA de “uma Europa pacífica e segura... permanece central para nossos interesses nacionais. Não é hora de ser tímido."

Bolton é um neoconservador franco que acredita no unilateralismo militar norte-americano. Bolton já ocupou cargos no governo sob os presidentes republicanos Ronald Reagan, George Bush e Bush filho, o governo Biden afirma que o Irã conspirou para assassiná-lo, utilizando essa justificativa para mantê-lo no staff do Pentágono. As posições do Republicano Bolton são apenas o aparente reverso da política Democrata para o mundo imperializado, ambas fazem parte da mesma ofensiva em toda linha contra os povos da governança global do capital financeiro.