segunda-feira, 3 de outubro de 2022

PCB... É O PRIMEIRO DA FILA REFORMISTA QUE ANUNCIOU APOIO A DOBRADINHA BURGUESA LULA/ALCKMIN NO 2º TURNO

O PCB não demorou um minuto sequer após o fim da apuração do 1º turno para anunciar oficialmente o voto em Lula (PT), apesar de grande parte de sua militância já aderir a essa posição antes mesmo do 02 de Outubro. Sua direção nacional estava ansiosa em embarcar de malas e bagagens na frente ampla burguesa de apoio ao petismo. No texto cínico “Derrotar Bolsonaro nas urnas e construir o Poder Popular nas lutas!” seu CC declara que “O PCB se posiciona nesse segundo turno de maneira nítida: pelo voto em Lula para derrotar Bolsonaro” (02.10). Nesse sentido, afirma sua política de patrocinar ilusões em uma futura gerência burguesa de Lula, montando a farsa de apresentar o petista  escolhido como gerênte dos negócios do grande capital como um aliado dos trabalhadores: “Atuaremos para que a classe trabalhadora siga se organizando e pressionando o futuro governo em defesa dos seus interesses e para que as suas reivindicações sejam alcançadas, sem qualquer vacilação”. Para o PCB o neofascista Bolsonaro é uma ameaça a democracia enquanto Lula e a direita tradicional (assim como a esquerda em geral) são partidários de uma frente da “Civilização” contra a “Barbárie”. Trata-se de substituição da luta de classes pelo velho conceito stalinista da “ampla unidade antifascista” entre todas as forças de oposição burguesa. Essa posição joga água no moinho da colaboração de classes e na frente eleitoral com o PT em nome da defesa dos tais “marcos civilizatórios”.

Lembremos que em 2018 já havia caído a máscara da política de colaboração de classes do PCB nas eleições municipais. Se até 2018 o outrora “Partidão” era “apenas” um apêndice do PSOL e de seu programa socialdemocrata, quando embarcou acriticamente na candidatura presidencial de Boulos, deu um salto de qualidade em sua completa (re)integração a Frente Popular.  Em várias cidades do país o PCB não apenas apoiou os candidatos a prefeito do PSOL em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Porto Alegre, Fortaleza... como “avançou” em integrar coligações formadas além do PSOL por um arco burguês composto por PT, PCdoB, PSB, Rede e PDT! Agora apoia Lula mesmo que o PT esteja coligado com os golpistas como Alckmin, tudo em nome de “derrotar a direita”, a velha cantilena do stalinismo.

O PCB rompeu com o governo Lula em 2005 após a crise do “Mensalão”. Chegou a lançar candidato a presidente em 2010 e 2014 mas acabou nos braços do PSOL e nas eleições municipais de 2018 voltou a ser sombra também do PT, que tanto denunciou até um passado recente acusando-o de ser o “partido da traição”! Mas não parou por aí, o atual PCB integrou inclusive coligações com a Rede, partido golpista de Marina Silva e o PDT do oligarca Ciro Gomes, demonstrando que voltou definitivamente para os braços da conciliação, descartando a tal “frente anticapitalista” que alegou defender até pouco tempo.

O antigo Partidão praticamente não divulga tais “feitos” da senda de conciliação de classes no site do partido, prefere tentar surfar na fama do youtuber Jones Manuel, que tem o camaleão ex-lavajatista Caetano Veloso como garoto propaganda. Não por acaso, o PCB afirma em manchete “Nosso partido tem orgulho do trabalho de divulgação do marxismo e das ideias revolucionárias feito por esse jovem intelectual. Cada vez mais, diante do avanço da extrema direita e da derrota política dos governos de conciliação de classe, a crítica revolucionária ganhará mais espaço entre a juventude e os trabalhadores”.

Sem os mesmos holofotes, a direção nacional do PCB que celebra o “Marxismo” em dias de festa, avança no mundo real em sua política de ser uma dócil uma sublegenda do PSOL, passando inclusive a integrar as frente eleitorais com o PT e partidos burgueses para justamente conformar governos de conciliação de classes em nome do combate ao avanço da extrema direita, reeditando em nossos dias a velha política de Frente Popular do Stalinismo.

O PCB ainda flerta com traços político-ideológicos baseados no Marxismo-Leninismo, porém sua demagogia classista e “comunista” completamente oca como a representada pelo youtuber Jones Manoel está a serviço de encobrir na prática sua política reformista burguesa e de colaboração de classes, que se expressam nas alianças com o PSOL, PT e o seu arco burguês, que não têm um programa de ruptura revolucionária com a ordem burguesa ao contrário são reféns do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos.