segunda-feira, 10 de outubro de 2022

PARTIDO COMUNISTA CHINÊS NA RETA FINAL PARA SEU XX CONGRESSO: UM GIRO PROFUNDO PARA SER RECONHECIDO COMO AGENTE PREFERENCIAL DA GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO 

O Partido Comunista da China (PCCh) atravessou uma semana intensa marcada pelo desenvolvimento das atividades e preparativos finais a caminho de seu 20º congresso, que será realizado a partir do dia 16 de outubro. A liderança restauracionista de Xi Jinping prepara um giro programático ainda mais profundo para ser reconhecido como o agente preferencial da Governança Global do Capital Financeiro. A pretensão política de Jinping não é descabida e tampouco “megalomaníaca”, a China na pandemia do coronavírus se converteu no epicentro mundial da aplicação do chamado “protocolo OMS”, uma verdadeira “farsa científica” para tentar controlar os ritmos da produção capitalista pela via de justificativas sanitárias. Desta forma a utilização do rígido lockdown, ou seja a política de Covid Zero, em regiões industriais do gigante asiático é apenas uma forma de estabelecer os preços internacionais das comodities e também de produtos de valor agregado, segundo os ritmos da crise estrutural da superprodução capitalista.

Nesse jornada contínua de debates prosseguiu a sessão plenária do Comité Central do PCC, onde desde ontem(08/10) são debatidos os documentos, projetos e propostas de alteração programática no grande congresso. No início da reunião, o Secretário-Geral do PCCh e presidente do país, Xi Jinping, apresentou um relatório sobre o trabalho do Birô Político e também detalhou um texto preparado para o congresso.

Na próxima quarta-feira, o centro de imprensa que sediará as atividades relacionadas à cobertura do congresso deve começar a funcionar e durante a semana os quase 2.300 delegados de todo o país chegarão a Pequim. Como parte do dispositivo de segurança, a capital chinesa mantém até o final de outubro rígidos controles sanitários e a proibição de pequenos dispositivos voadores, como drones, balões e planadores. Os responsáveis ​​pelo tráfego aéreo, tanto na parte militar quanto na civil, são os únicos que autorizarão voos emergenciais vinculados ao congresso enquanto a medida estiver em vigor.

O PCC realiza seu encontro mais importante a cada cinco anos e desta vez planeja introduzir mudanças radicais em seu documento constitutivo com o objetivo de alinhá-lo à nova situação mundial e às tarefas que lhe permitirão promover a finalização da restauração capitalista com “características chinesas”.

A tensa conjuntura militar criada com as provocações do imperialismo ianque em torno da ilha de Taiwan, um território que o Partido Comunista Chinês considera como parte integrante de seu país, são o reflexo da disputa de hegemonia econômica capitalista mundial, o que está acima até dos próprios governos nacionais. A Governança Global do Capital Financeiro já demonstrou que é apátrida, joga suas “fichas” de acordo com seus interesses nos lucros do mercado rentista, não se importando com questões originárias étnicas ou culturais. Neste sentido a intensa propaganda política do PCC por um “novo mundo multipolar”, acompanhada por toda a esquerda reformista, é apenas uma cretina “cortina de fumaça“ pela disputa de uma novo “QG“ preferencial do capital financeiro, já que a velha Wall Street parece estar imersa em uma crise terminal.