terça-feira, 28 de junho de 2022

BOLSONARO&GUEDES ENTREGAM REFINARIAS: AUMENTO GALOPANTE DOS COMBUSTÍVEIS E IMPORTAÇÃO DE DERIVADOS SÃO EFEITOS NEFASTOS DA LIQUIDAÇÃO DA PETROBRAS

A Petrobras informou nesta segunda-feira (27) que vai reiniciar os processos de venda das refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. O anúncio de venda das refinarias ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Administração da Petrobras elegeu Caio Paes de Andrade como o novo presidente da empresa. O Brasil, sob a égide do governo Bolsonaro, caminha para vivenciar uma crise de abastecimento de combustíveis. A Petrobras anunciou recentemente que venderá 8 das 13 refinarias que possui, um verdadeiro “presente de natal” para os trustes petrolíferos imperialistas, que controlariam o “filé mignon” do mercado nacional de combustíveis.

No passado, não houve interessado pelas três refinarias que foram colocadas novamente para a venda. Em agosto, por exemplo, a companhia encerrou o processo de venda da refinaria Abreu e Lima. Além da venda das três refinarias, o plano de desinvestimento em refino da Petrobras inclui: Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná; Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas e; Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará.

De acordo com a Petrobras, a venda da Rlam foi concluída em novembro do ano passado, as refinarias Reman, Lubnor e SIX já tiveram seus contratos de compra e venda celebrados. Por fim, a Regap ainda está na fase vinculante.

O plano de desinvestimento da companhia representa, aproximadamente, 50% da capacidade de refino nacional, totalizando 1,1 milhão de barris por dia de petróleo processado, considerando a venda integral de oito refinarias.

É preciso ressaltar que o Brasil detém um número bem abaixo do necessário de refinarias para atender somente a demanda do mercado interno. Por esta razão a chamada “conta petróleo” (soma das exportações de petróleo bruto e importação de derivados refinados) é estruturalmente deficitária para o país.

Os projetos de expansão das refinarias da Petrobras, uma ampliação de 5 novas e modernas unidades industriais, foram suspensos pela ação dos bandidos da “Lava Jato”, que à serviço dos trustes dos EUA disseminaram a farsa que a estatal estava imersa no “mar da corrupção”...

O resultado prático da intervenção dos falsos “vestais” da Lava Jato foi gerar um “rombo” na Petrobras e na balança comercial do Brasil. Mas agora a ameaça dos neofascistas da equipe econômica do governo é ainda maior, para desestabilizar a economia do país pretendem privatizar as refinarias da Petrobras, como parte de um plano geral dos rentistas de afundar a estatal.

Agora, a unidade passará a se chamar Refinaria de Mataripe e será gerida pela Acelen, empresa criada pelo Mubadala para atuar no mercado de refino brasileiro. Entretanto, durante o período de transição, a Petrobras apoiará a Acelen na operação das instalações.

Além da refinaria, a transação incluiu um terminal marítimo de movimentação de petróleo e combustíveis e a malha de dutos associada aos dois negócios, com 669 quilômetros de extensão. Ao todo, a estatal brasileira anunciou a venda de oito refinarias no âmbito de processos que deveriam ser concluídos até o fim do ano, mas até o momento, só três tiveram contratos assinados.

Para os que pensam que a crise de combustíveis por que passa a Venezuela é algo bem distante da nossa realidade, a venda da maioria das nossas refinarias poderá colocar o país totalmente vulnerável aos interesses financeiros dos cartéis imperialistas. O movimento operário deve compreender a gravidade da política neoliberal de “quebrar” Petrobras, “queimando” refinarias e ameaçando a própria soberania energética do Brasil. É necessário organizar a Greve Geral por tempo indeterminado para derrotar a ofensiva neoliberal do imperialismo contra a Petrobras e o povo brasileiro!