NO BRASIL DO CAPITALISMO PERIFÉRICO E SUBORDINADO A
GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO: TRABALHO PRECARIZADO BATE RECORDE EM
ABRIL
O número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, os chamados precarizados, ficou em 12,5 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE. No ano, foram incluídos 2,2 milhões de pessoas nessa condição, uma alta de 20,8%. Já o número de trabalhadores por conta própria (25,5 milhões de pessoas) subiu 7,2% no ano, com a inclusão de mais 1,7 milhão de pessoas.
Do total de pessoas exercendo alguma ocupação de trabalho no
país (96,5 milhões) no trimestre, os que exercem atividades por conta própria e
os sem carteira – os empreendedores por
necessidades ou os populares profissionais PJ , representam 26,5% e 13%,
respectivamente.
Os dados do IBGE revelam que no Brasil do capitalismo
periférico e com a economia em estagflação, isso é, com o mercado estagnado e
ao mesmo tempo sofrendo com o desemprego elevado e com altas generalizadas dos
preços (inflação), milhões de brasileiros estão sendo empurrados para atividade de trabalho sem garantias de
direitos trabalhistas, como 13º salário, FGTS, seguro-desemprego e férias, por
exemplo.
Além disso, a renda dos trabalhadores desabou.O rendimento
real, de R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril, caiu 7,9% em relação ao
mesmo trimestre encerrado em abril do ano anterior.
No governo do gerente neofascista Bolsonaro, que atua para
acabar com os direitos trabalhistas e previdenciários, a “pejotização” avançou
em diversos setores da economia. O PJ normalmente é aquele trabalhador mais qualificado e, por
consequência, tem salário mais alto. Com o desemprego acima dos dois dígitos
(11,3 milhões), as empresas acabam pressionando esses trabalhadores a se
transformarem em pessoa jurídica para não pagarem os encargos relativos aos salários. Para
fugir desses encargos trabalhistas e previdenciários, as empresas optam por
contratar essas pessoas mediante a emissão de notas fiscais geradas pelos
prestadores de serviços, em um fenômeno popularmente conhecido como pejotização,
em referência às iniciais de pessoa jurídica (PJ).
Para os trabalhadores menos qualificados restam os
famigerados “bicos” para sobreviver. Ao todo, são 38,7 milhões de pessoas no
trabalho informal, cuja remuneração mensal não chega sequer ao valor do salário
mínimo. Entretanto a burocracia sindical traidora da CUT e similares continua
“dando as costas” para a imensa massa do proletariado precarizada, afinal para
a esquerda domesticada pelo capital este setor da classe trabalhadora não “gera
a contribuição sindical” que alimenta essa pelegada.