quinta-feira, 2 de junho de 2022

ISSO A OTANEWS NÃO MOSTRA: EUA FAZEM ATAQUES CIBERNÉTICOS CONTRA RÚSSIA A PARTIR DA UCRÂNIA

O chefe do Comando Cibernético dos EUA (USCC, na sigla em inglês), o general Paul Nakasone, admitiu que seus subordinados foram enviados à Ucrânia antes do início da operação russa. Além disso, o general reconhece que foram realizadas diversas operações contra a Rússia depois do dia 24 de fevereiro, quando teve início a operação na Ucrânia. "Realizamos uma série de operações em todo o espectro: operações ofensivas, defensivas e informacionais", declarou à Sky News, destacando que as ações foram supervisionadas pelas autoridades militares e civis dos EUA. O general afirmou que seus subordinados foram enviados à Ucrânia em dezembro de 2021 após receber um convite de Kiev para “caçar” hackers estrangeiros e identificar as ferramentas que usam, tendo permanecido no país, segundo ele, por quase 90 dias.

Esta semana, especialistas em computação representando 30 países membros da OTAN conduziram exercícios de guerra digital em “Berylia”, uma nação insular fictícia no Oceano Atlântico Norte.

Os jogos de guerra, denominados “Locked Shields” pelo Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa da OTAN (CCDCOE), foram descritos pela Aliança como “o maior exercício cibernético internacional de tiro ao vivo”. A OTAN organiza todos os anos estes exercícios, que nesta ocasião foram realizados durante uma semana na Estónia, sempre muito perto da Rússia.

Berylia não existe, os jogos são virtuais e as explicações dos cientistas da computação são mentiras. Em plena guerra ucraniana, dizem que se preparam para um ataque informático russo, quando a verdade é que, entre outros objetivos, estão a tentar melhorar o controlo da informação. “Procuramos replicar problemas do mundo real”, disse Adrian Venables, pesquisador da Tallinn University of Technology, na Estônia, no ano passado. “Ainda é muito técnico, mas [inclui] também aspectos de informação, o lado da mídia social e como as pessoas são manipuladas em termos de percepção e influência”.

Não poderia ser mais claro: quem controla a mídia mundial é a OTAN, que todos os anos treina seus peões conscientemente, especialmente quando a guerra não é um jogo, mas uma realidade.

Mas a lavagem cerebral em massa não é o único aspecto dos jogos de guerra. Os participantes tiveram que se defender contra mais de 4.000 ataques diferentes e manter 150 sistemas complexos de computador por equipe. Os atacantes formaram a "equipe vermelha" e foram encarregados de comprometer vários sistemas Berylia, incluindo redes elétricas, controle de missão por satélite, defesas aéreas, estações de tratamento de água, rádios de nível militar e comunicações móveis.

Os ataques de computador fictícios deixaram as telecomunicações civis e militares quase a zero. Com o caos resultante, a opinião pública no país fica preocupada e surgem protestos em massa. Os países da OTAN enfrentam assim "múltiplos eventos hostis" visando sistemas de computadores militares e civis.

“O exercício deste ano é significativo para os países participantes porque suas unidades de defesa cibernética estão em alerta máximo desde o início da guerra na Ucrânia”, disse um porta-voz do CCDCOE, órgão que “mostrou um grau de cooperação com a Ucrânia. no passado e continuará a fazê-lo no futuro”, acrescentou.

Os jogos de guerra cibernética não são particularmente novos para o setor de defesa, embora tenham se generalizado entre as empresas privadas nos últimos anos. A OTAN planeja aproveitar a "situação geopolítica atual" para desenvolver cenários realistas aos quais a guerra cibernética deve responder rapidamente.

Os exercícios deste ano incluem uma simulação dos sistemas de mensagens financeiras e gestão de reservas de um banco central. Os participantes também tiveram que responder a incidentes envolvendo uma plataforma autônoma de comunicações móveis 5G considerada infraestrutura crítica, inédita em jogos.

O diretor do Centro de Segurança Cibernética da OTAN, Ian West, disse que os exercícios foram projetados, em parte, para ajudar os países a se comunicarem quando os ataques visam uma tecnologia compartilhada.

Esses jogos de guerra não são julgados em uma escala binária como "A infraestrutura do país sobreviveu a um ataque cibernético devastador?" Existe uma espécie de ranking por pontos, como nas Olimpíadas. A Suécia saiu vitoriosa dos exercícios “Locked Shields” do ano passado, enquanto a Finlândia e a República Tcheca ficaram com prata e bronze, respectivamente.

Se passarmos da ficção para realidades, como a Guerra da Ucrânia, o acesso à internet tem sido praticamente o mesmo de sempre. Os ucranianos conseguiram manter contato e se organizar, tanto militarmente quanto entre civis. A Internet permitiu que eles realizassem grandes campanhas de propaganda, como o massacre de Bucha, porque a Rússia não realizou nenhum dos ataques cibernéticos planejados nos exercícios da OTAN.