POLÍTICA REFORMISTA DA “SUSTENTABILIDADE VERDE”: MAIS UMA
ESTRATÉGIA DO IMPERIALISMO PARA TENTAR SALVAR O CAPITAL
No centro imperialista uma das políticas da “sustentabilidade verde” mais características é a tarifa do carbono, que penaliza as importações de muitos países, principalmente da África. O nome oficial é MEAFC (European Carbon Border Adjustment Mechanism) e será aplicado a sete setores da atividade econômica capitalista a partir de 2026.
Para a África, o custo da tarifa será de US$ 25 bilhões por ano em receita perdida, de acordo com um relatório publicado em 9 de maio pela African Climate Foundation e pelo Firoz Lalji Institute for Africa, um think tank da London School of Economics. Como qualquer outra tarifa, o MEAFC é uma medida proteccionista da economia imperialista europeia dirigida contra África, embora abundem pretextos pseudo-ecológicos na sua justificação, todos eles sustentados entusiasticamente pela esquerda reformista, nomeadamente direitos de emissão. Se a tarifa não fosse imposta, a indústria européia se mudaria para a África.
A União Europeia sujeitará os produtos importados da África ao mesmo preço do carbono imposto aos produtos produzidos na Europa. O tarifário entrará em vigor no dia 1 de outubro, com um período transitório de três anos durante o qual se aplicarão apenas as obrigações de informação. Os pagamentos não serão exigidos até 2026.
Inicialmente será aplicado em sete setores industriais (cimento, siderurgia, ferro, alumínio, fertilizantes, eletricidade e hidrogênio). No entanto, no futuro, a lista dos que serão protegidos será progressivamente alargada e os danos em África serão cada vez maiores.
A União Europeia representa uma importante saída para os produtos africanos. Absorve cerca de 26% das exportações de fertilizantes, 16% das exportações de ferro e aço, 12% das exportações de alumínio, 12% das exportações de cimento e 33,1% das exportações de produtos manufaturados.
O Continente Negro alberga 33 dos 46 países mais pobres do mundo que, segundo aponta o relatório, serão os mais afetados pela tarifa “ecológica” imperialista sobretudo devido à sua incapacidade financeira e tecnológica para descarbonizar os seus processos produtivos.
Consequentemente, as políticas verdes, características das grandes potências do centro imperialista, principalmente a UE, são dirigidas contra os países mais pobres da periferia do chamado “Terceiro Mundo”, como os da África. É um conjunto de medidas destinadas a manter a hegemonia mundial da Governança do Capital Financeiro e impedir o desenvolvimento econômico de outros países imperializados. O “Estado do Bem-estar Social” deve ser reservada a um pequeno elenco de privilegiados países, que pretendem dirigir os destinos do mundo capitalista, tentando prolongar sua existência parasitária.