segunda-feira, 26 de junho de 2023

MORRE O GRANDE COMPOSITOR CHICO PIO: UM ÍCONE DO “PESSOAL DO CEARÁ” MARGINALIZADO PELA INDÚSTRIA DO LIXO CULTURAL E PELA “ESQUERDA” LULOPETISTA

Nos deixou na manhã desta triste segunda-feira (26/06) Francisco Pio Napoleão, o querido Chico Pio, um dos ícones da geração nacionalmente conhecida como “Pessoal do Ceará”. O “Inoxidável”, como foi apelidado no meio cultural e artístico, tem uma vasta lista de canções autorais e obras musicais lançadas com parceiros como Fausto Nilo e Stélio Valle. Sua grande marca era gentileza humana, expressa no seu sorriso largo presente sempre nos bares em que frequentava habitualmente na boemia cearense, desde os tempos do Bar do Anísio na Fortaleza antiga. Frequentemente era visto ao lado de seu companheiro violão tocando suas canções, sempre acompanhado também de seu amigo fiel, um copo de whisky, o “cachorro engarrafado” como nos ensinou Vinícius de Moraes. Nosso Chico Pio havia completado recentemente 70 anos. Nascido na Paraíba em 20 de março de 1953 tinha pais cearenses. Mudou para Fortaleza aos 14 anos, logo dando início a sua carreira musical. Em 1975, fez shows em bares e teatros no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Ele foi relevante no movimento musical Massafeira Livre, ocorrido entre 1978 e 1980 que forjou a geração conhecida como “Pessoal do Ceará”. Chico também participou de muitos festivais conquistando o 1º lugar no “Festival Universitário” (Rio de Janeiro-1977) e “Festival do BNB” (Fortaleza-1980). 

A genialidade da obra poética de Chico Pio marcada por canções como Água (Jardim do Olhar), Amor Agreste, Aquarela Japonesa, Forrobodó... não agradaram a indústria do lixo musical, tanto que foi marginalizado ao longo da carreira na medida em que não se vergava ao modismo vazio das “canções” que enchem as programações alienantes das rádios e TVs via os “jabás” das grandes gravadoras. 

Por sua vez as posições políticas de Chico Pio, que nunca aderiu a “onda” do Lulopetismo, sendo um crítico público das administrações petistas, lhe “fechou portas”, com essa falsa “esquerda” venal “cochichando a boca miúda” que o poeta era um “Bolsonarista” simplesmente por ele não aderir ao mercenário mundo da cultura vassala e corrompida patrocinada pelas gestões petista. Afinal o “Inoxidável” tinha princípios e não vendia sua arte para a política do “pão e circo” da Frente Ampla que por essa razão também o marginalizou impiedosamente! 

Chico Pio foi presença ilustre no lançamento do livro “Coronavírus: A Pandemia como expressão da guerra híbrida para impor uma nova ordem mundial capitalista” da Editora Nova Antídoto em novembro de 2022. Como registrou no Blog da LBI na época, o “Inoxidável” não vacilou em sentar-se à mesa na seção de autógrafos ao lado de Candido Alvarez e Marco Queiroz, dirigentes da LBI e autores da publicação, desafiando o petismo e a frente de colaboração de classes. 

Com essas breves linhas fazemos uma justa homenagem ao grande compositor e amigo, Chico Pio, ele estará sempre presente e vivo na trincheira da resistência cultural brasileira!