16 MESES DA PRISÃO ARBITRÁRIA DE PABLO GONZÁLEZ: PELA LIBERDADE IMEDIATA DO JORNALISTA ENCARERADO POR ORDEM DA OTAN!
O jornalista espanhol Pablo González, que tentou apresentar outra visão do conflito ucraniano, cumpre dezesseis meses de prisão arbitrária, enquanto sua defesa denuncia que todos os seus direitos fundamentais foram violados. O Blog da LBI se soma a campanha pela sua liberdade imediata. González está preso desde 28 de fevereiro na Polônia, acusado pelas autoridades daquele país de suposta espionagem para a Rússia.
Gonzalo Boye, advogado de González na
Espanha, alerta sobre o isolamento a que seu cliente está submetido e denuncia
o silêncio de muitos meios de comunicação sobre este caso, bem como a falta de
ação do governo da Espanha. “Não é um processo com as devidas garantias”, alega
Boye, que afirma que “não estão agindo com imparcialidade ” . "A primeira
coisa que qualquer juiz na Europa teria visto é: como é que esse homem não pode
acessar sua família ou seu advogado de confiança?", critica.
O advogado considera que está a tentar, por um lado, isolar
o jornalista "para lhe dar a sensação de estar sozinho nesta batalha"
e, por outro, quebrar a sua vontade "para que reconheça ou aceite tudo o
que tem não cometido." Boye conta que durante os primeiros 15 dias de sua
prisão, o jornalista "nem tinha advogado" e que durante os seis meses
de prorrogação da prisão provisória não conseguiu se comunicar com seu advogado
de defesa ou com a família dele. "São direitos básicos e sem respeito a
esses direitos básicos, o processo é nulo e sem efeito", acrescenta.
Além disso, o advogado não tem conhecimento de que o Governo
espanhol esteja a dar “qualquer tipo de apoio”, para além das visitas do cônsul
espanhol na Polónia. "Uma ação direta da Espanha para garantir os direitos
de seus cidadãos, isso não foi visto", acrescenta.
Esse apoio institucional, na opinião de Boye, seria
decisivo: " Se a União Europeia ou o Governo de Espanha o exigissem , o
Governo polaco respeitaria os direitos fundamentais de Pablo e permitir-nos-ia
ter acesso imediato a ele", sustenta.
Da mesma forma, também denuncia “o silêncio cúmplice de
muitos”. "Muitos meios de comunicação ficam calados quando um colega é
detido nessas circunstâncias", explica.
Em 28 de fevereiro, González fazia seu trabalho de
fotojornalista na Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia, quando foi preso
pelas autoridades polonesas, acusado de espionagem para o Kremlin, sem que a
Justiça polonesa fornecesse detalhes ou provas sobre essas supostas tarefas.
O único argumento conhecido para sustentar a acusação tem a
ver com a documentação trazida pelo jornalista. González tem dupla nacionalidade , russa e espanhola,
concedida pela origem de seus pais, para a qual portava documentos válidos de
ambos os países.