quinta-feira, 29 de junho de 2023

16 MESES DA PRISÃO ARBITRÁRIA DE PABLO GONZÁLEZ: PELA LIBERDADE IMEDIATA DO JORNALISTA ENCARERADO POR ORDEM DA OTAN!

O jornalista espanhol Pablo González, que tentou apresentar outra visão do conflito ucraniano, cumpre dezesseis meses de prisão arbitrária, enquanto sua defesa denuncia que todos os seus direitos fundamentais foram violados. O Blog da LBI se soma a campanha pela sua liberdade imediata. González está preso desde 28 de fevereiro na Polônia, acusado pelas autoridades daquele país de suposta espionagem para a Rússia. 

Gonzalo Boye, advogado de González na Espanha, alerta sobre o isolamento a que seu cliente está submetido e denuncia o silêncio de muitos meios de comunicação sobre este caso, bem como a falta de ação do governo da Espanha. “Não é um processo com as devidas garantias”, alega Boye, que afirma que “não estão agindo com imparcialidade ” . "A primeira coisa que qualquer juiz na Europa teria visto é: como é que esse homem não pode acessar sua família ou seu advogado de confiança?", critica.

O advogado considera que está a tentar, por um lado, isolar o jornalista "para lhe dar a sensação de estar sozinho nesta batalha" e, por outro, quebrar a sua vontade "para que reconheça ou aceite tudo o que tem não cometido." Boye conta que durante os primeiros 15 dias de sua prisão, o jornalista "nem tinha advogado" e que durante os seis meses de prorrogação da prisão provisória não conseguiu se comunicar com seu advogado de defesa ou com a família dele. "São direitos básicos e sem respeito a esses direitos básicos, o processo é nulo e sem efeito", acrescenta.

Além disso, o advogado não tem conhecimento de que o Governo espanhol esteja a dar “qualquer tipo de apoio”, para além das visitas do cônsul espanhol na Polónia. "Uma ação direta da Espanha para garantir os direitos de seus cidadãos, isso não foi visto", acrescenta.

Esse apoio institucional, na opinião de Boye, seria decisivo: " Se a União Europeia ou o Governo de Espanha o exigissem , o Governo polaco respeitaria os direitos fundamentais de Pablo e permitir-nos-ia ter acesso imediato a ele", sustenta.

Da mesma forma, também denuncia “o silêncio cúmplice de muitos”. "Muitos meios de comunicação ficam calados quando um colega é detido nessas circunstâncias", explica.

Em 28 de fevereiro, González fazia seu trabalho de fotojornalista na Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia, quando foi preso pelas autoridades polonesas, acusado de espionagem para o Kremlin, sem que a Justiça polonesa fornecesse detalhes ou provas sobre essas supostas tarefas.

O único argumento conhecido para sustentar a acusação tem a ver com a documentação trazida pelo jornalista. González tem  dupla nacionalidade , russa e espanhola, concedida pela origem de seus pais, para a qual portava documentos válidos de ambos os países.