CRESCE A GREVE OPERÁRIA NOS EUA: ENQUANTO FAZ DEMAGOGIA NA FRENTE DOS PIQUETES, BIDEN ABONA DEMISSÃO DE MIL TRABALHADORES NA FORD
Na última segunda-feira (02/10) no curso do crescimento da greve operária, a Ford, um velho monopólio da indústria automobilística dos EUA, confirmou a demissão de centenas de trabalhadores temporários: “Nosso sistema de produção está altamente interligado, o que significa que a estratégia de greve seletiva do UAW tem efeitos em cascata em locais que não são diretamente afetados pela paralisação do trabalho”, declarou a corporação. “Aproximadamente 330 trabalhadores foram convidados a não trabalhar”, afirmou cretinamente o comunicado da Ford.
A greve em uma fábrica da Ford em Chicago afeta diretamente, nas próprias palavras do monopólio, as operações de uma fábrica de estampagem, também localizada em Chicago, e de uma fábrica de motores em Ohio. Na verdade, os dois últimos fornecem peças de reposição para abastecer a produção dos primeiros. Os 300 “despedidos temporários” somam-se aos 600 que já tinham sido despedidos anteriormente por falta de atividade da Ford desde 15 de setembro, no início da greve.
As outras duas grandes empresas, Stellantis e General Motors, também cortaram pessoal em vários locais pelas mesmas razões. Hoje, quase 25 mil trabalhadores pararam de trabalhar para reforçar a greve.
Entretanto maioria dos cerca de 150 mil trabalhadores sindicalizados
das três principais montadoras continuam trabalhando, principalmente pela
política do UAW de sabotar a luta e não estender a paralisação para o conjunto
da classe operária.
Ao mesmo tempo que faz demagogia populista se deslocando até um piquete da greve operária em Michigan, a administração Biden está levando a cabo uma guerra consciente contra a classe trabalhadora, que é impulsionada pela sua política capitalista neoliberal de fomentar desemprego e confisco salarial, abonando as demissões em curso na Ford.
A contenção das lutas dos trabalhadores “por dentro” é fundamental não apenas para os interesses econômicos de lucro das corporações, mas para evitar que o movimento da classe trabalhadora ultrapasse os limites estritamente sindicais, na perspectiva do combate de classe ao imperialismo. É por isso que a burocracia dirigente do UAW está totalmente concentrada na supressão da consciência de classe do proletariado norte-americano.