50 ANOS DA DERROTA DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA EM PORTUGAL: A RESISTÊNCIA ARMADA PALESTINA APONTA HOJE UM CAMINHO OPOSTO AO PACIFISMO ELEITORAL PEQUENO-BURGUÊS
Este ano marca o 50º aniversário da “Revolução dos Cravos” em Portugal, na verdade o embrião de uma revolução socialista abortada pela esquerda reformista. Após um golpe militar em 25 de Abril de 1974, que derrubou o regime do Estado Novo fundado pelo ditador fascista Antonio Salazar, irrompeu um movimento de massas da classe operária , conduzindo a uma situação revolucionária de duplo poder e ameaçando a derrubada do Estado burguês. Os trabalhadores exigiam não apenas o fim do fascismo, mas o fim do capitalismo e uma transformação radical para um novo modo de produção, o socialismo. Se a revolução socialista tivesse sido vitoriosa em Portugal, naquele ano histórico de 1974, teria desferido um golpe poderoso no capital internacional e inspirado movimentos revolucionários em toda a Europa e no mundo na perspectiva da derrota do imperialismo.
Mas, em vez disso, a sobrevivência do capitalismo foi assegurada pela traição da Social-democracia (Partido Socialista Português, PS) e do stalinismo (Partido Comunista Português, PCP), auxiliada e encorajada por várias organizações pseudo trotskistas que atuaram como agências políticas secundárias do imperialismo, fazendo apologia da democracia como um “valor universal”. Muitas destas organizações revisionistas fundiriam-se anos mais tarde no Bloco de Esquerda (Bloco de Esquerda, BE).
A revolução dos cravos foi uma das expressões mais avançadas da explosiva lutas de classe mundial que eclodiram ao longo de um período de sete anos, começando com protestos estudantis e uma greve geral de duas semanas na França, em Maio-Junho de 1968. Os regimes fascistas em Espanha e na Grécia foram derrubados e o governo conservador da Inglaterra, chefiado por Heath, também derrubado por uma greve dos mineiros na Grã-Bretanha. A oposição em massa à guerra do Vietnam, grandes batalhas de operários industriais e uma crescente crise política nos Estados Unidos levaram à demissão do Presidente Richard Nixon.
A classe operária pagou um preço amargo pela preservação do domínio capitalista em Portugal e internacionalmente, sofrendo cinco décadas de ataques aos seus padrões de vida e seus direitos históricos. Nenhum dos problemas fundamentais associados à exploração capitalista e ao aprofundamento da desigualdade social foi resolvido desde então.
Os maiores horrores do século XX, a guerra mundial, o genocídio e a perspectiva de um holocausto nuclear estão ressurgindo com as potências imperialistas da OTAN. Os EUA estão travando uma guerra por procuração contra a Rússia, apoiando diretamente o genocídio dos palestinos por parte do enclave de Israel, além de preparar uma guerra nuclear contra o Irã.
Entretanto os ideais mais profundos da “Revolução dos Cravos” ressurgem agora de forma espontânea na luta armada da Resistência Palestina para destruir o enclave sionista de Israel. Os que pregavam o pacifismo burguês e eleitoral como via de transformação social, como os agrupamentos MRT no Brasil e PTS na Argentina, foram pegos de “calça curta” com a ação direta revolucionária das massas árabes, seja no Líbano, Palestina ou no Yemen.
A grande lição programática que pode-se abstrair pela derrota da “Revolução dos Cravos”, é que não será pela via eleitoral pacífica que a classe operária irá chegar ao socialismo. A heróica Faixa de Gaza está apontando o caminho correto!