terça-feira, 16 de abril de 2024

LIT (PSTU) CRITICA O PACIFISMO PEQUENO-BURGUÊS DA FRAÇÃO TROTSKISTA (PTS/MRT)... MAS O CONJUNTO DA FAMÍLIA MORENISTA ESTÁ COM BIDEN CONTRA O REGIME DOS AITOLÁS 

No artigo “A Fração Trotskista e sua posição na guerra de Gaza” a LIT critica o PTS argentino e seus grupos satélites no Brasil (MRT) e na França (RP). Em todo texto há uma aparente “delimitação teórica” entre essas correntes revisionistas, porém o que os une de fato é sua negativa no terreno concreto da luta de classes de defender a vitória da resistência árabe armada contra Israel, apoiada fundamentalmente pelo Irã. A LIT critica os “exageros” da FT em seu pacifismo-pequeno burguês, recorrendo a uma “ortodoxia” oca no terreno das palavras, mas nunca apoia no campo do combate real o Hamas em meio à guerra na Palestina, que recebe armas e munições do Regime dos Aiatolás!

Não por acaso a LIT declara “A FT rejeita, com razão, os métodos autoritários com que o Hamas tem governado Gaza. E no que diz respeito ao seu programa e estratégia, critica também com razão a sua política de alianças com regimes reacionários e o consequente abandono de uma política de promoção da mobilização independente dos povos da região. Na verdade, durante estas semanas de barbárie genocida israelita, vimos a passividade destes regimes, para além das suas proclamações verbais. O chamado ‘Eixo da Resistência’, articulado em torno do Irã, no qual o Hamas confiava, também mostrou que não está disposto a mostrar solidariedade com o povo palestino ou a confrontar Israel.”

De fato, o PTS/MTR tem essa posição mas a LIT (PSTU) não agita em momento alguma a vitória militar do Hamas, tanto que o trecho citado declara que o Irã não apoia concretamente a resistência palestina justamente quando o Regime dos Aitolás acabou de bombardear Israel, no único dia desde 07 de Outubro que caças sionistas não atacaram a Faixa de Gaza.

Tal farsa ocorre porque tanto a LIT como a FT defendem a derrubada imediata do regime iraniano assim como Israel e os EUA, não chamando a unidade de ação ao a Guarda Revolucionária do Irã e fazendo assim o jogo do imperialismo, tudo obviamente alegando a luta contra a “ditadura islâmica e a defesa dos direitos democrático”, como fazem Biden e Macron!

A LIT chega a declarar que PST/MRT “não dizem que, apesar das profundas diferenças com o programa e a estratégia do Hamas (a começar pela exigência central de uma “Palestina laica, democrática e não racista, do rio ao mar”, que o Hamas não assume), a sua luta contra o Estado Sionista é enormemente progressista. E isso, nada nos impede, seguindo a máxima de Lenin de ‘atacar juntos e marchar separadamente’, de lutar ao lado do Hamas e das massas palestinas contra o Estado de Israel e as potências imperialistas que o apoiam. A FT, no entanto, resiste a fazer esta formulação e não apela ao estabelecimento da mais ampla unidade de ação com o Hamas na luta contra o Estado Sionista.”

O problema é que a justa crítica da LIT não se converte em política concreta, em nenhum momento sai em defesa das ações militares do Hamas, do Hezbollah e mesmo do Irã, sempre opta como a FT pela defesa do “cessar-fogo” apoiando inclusive as medidas da ONU e da demagogia de Lula, que acabou de condenar o ataque do Irã contra Israel. No Brasil o PSTU sequer denunciou a prisão de supostos militantes do Hezbollah em uma farsa montada pela PF e o Mossad!

A LIT diz que “O foco absoluto das críticas do FT são os ‘métodos’ utilizados pelo Hamas no dia 7 de Outubro, em particular a ‘morte de civis’”. Ocorre que se formos ler as declarações lançadas pelo PSTU no Brasil sua política é exatamente a mesma da FT!

O conjunto da família revisionista nega-se a defender a vitória da resistência armada árabe, com a “diferença” que o PTS e a FT, por ter importante postos parlamentares e encontrar-se em um grau de integração ao regime pseudo democrático-burguês argentino já não deseja manter qualquer formalidade em seu pacifismo pequeno-burguês.