segunda-feira, 11 de maio de 2020

LOCKDOWN, BLOQUEIO DE TRÂNSITO E  REDUÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO: GOVERNOS ESTÃO OBRIGANDO OS TRABALHADORES A SE AMONTOAREM EM “LATAS DE SARDINHA”


Os bloqueios de trânsito, os rodízios de veículos, e finalmente a redução da frota de transporte público são a resposta criminosa dos governos estaduais para o trancamento da circulação de pessoas nos grandes centros urbanos assolados pela pandemia do novo coronavírus. O resultado prático destas medidas totalmente equivocadas do ponto de vista sanitário, é o aumento da aglomeração dos trabalhadores em atividade, que se veem obrigados a se “espremerem em latas de sardinha” nas estações de ônibus, metrôs, trens e barcas do país inteiro. A fotografia acima, desta segunda feira (12/05), em uma estação do metrô de São Paulo revelou esta situação dramática dos trabalhadores de  vários  segmentos econômicos em pleno funcionamento e que precisam comparecer ao trabalho  para não serem demitidos por “justa causa”. O potencial de contaminação é representado por um aumento de 30% no movimento humano do transporte coletivo lotado (ônibus, metrô, trens e barcas), ou seja, estão condenando o proletariado a uma maior exposição a contaminação do coronavírus, em nome justamente do contrário... A questão central é a cessação das atividades não essenciais que levam as pessoas à rua, e não a repressão policial ou a restrição do trânsito e do transporte coletivo. Para exigir o “Fique em casa!” é necessário que os governos burgueses forneçam a população trabalhadora ou carente as condições necessárias a sua sobrevivência digna, porém no regime capitalista os Marxistas sabem muito bem desta impossibilidade histórica. Portanto a plataforma política da esquerda classista para a conjuntura da pandemia não poderá ser a mesma do cretinismo das classes dominantes, que hora se dividem entre o “Fique em casa” ou o “Vá trabalhar!”. Ambas são criminosas se adotadas no abstrato da atual sociedade de mercado e das mercadorias. O que se coloca para a classe operária e o povo pobre é a luta para derrocar este sistema da morte, através de um programa transitório de reivindicações reais, baseado na mobilização permanente. Exigimos do Estado Burguês não o “Fique em casa!”, mas hospitais de excelência, estabilidade no emprego, assistência social plena, transporte público de qualidade, habitação digna e terra para os camponeses produzirem. Este é um ponto de partida “justo” para impulsionar uma verdadeira transformação na correlação de forças entre as classes sociais, retirando o proletariado da completo defensiva política imposta pela covardia da esquerda reformista.