sexta-feira, 8 de maio de 2020

MAFIOSA CBF E CARTOLAS PRESSIONAM PELA VOLTA IMEDIATA DOS JOGOS: DE OLHO NOS LUCROS MILIONÁRIOS DAS TRANSMISSÕES DE TV... DE COSTAS PARA A SAÚDE DOS “TRABALHADORES DA BOLA”!


A pressão do governo neofascista Bolsonaro e dos cartolas pela volta dos jogos de futebol e a “sugestão” da mafiosa CBF do dia 17 de maio como data para o reinício dos campeonatos estaduais encontram resistência entre jogadores, técnicos e funcionários de clubes. Com a pandemia do novo coronavírus espalhada pelo Brasil, ainda sem chegar ao pico, essa pressão indica a sede de lucro milionária da máfia capitalista do futebol, de olho nos recursos oriundos das transmissões de TV, providos principalmente da Rede Globo dona dos direiros de transmissão do Brasileirão, emisora que orquestra a retomada dos jogo sem público nos estádios. “Reconhecendo que o futebol é uma atividade esportiva relevante no contexto brasileiro e que sua retomada pode contribuir para as medidas de redução do deslocamento social através da teletransmissão dos jogos para domicílio, este Ministério da Saúde é favorável ao retorno das atividades do futebol brasileiro”. Por sua vez, o ex-tucano e atual “marineiro” direitista secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que a entidade orientou o retorno das atividades: “Nesse momento, a retomada se dá em termos de treinamento. E nós acreditamos que, se treinarmos a partir do começo de maio, após 15 dias os atletas e as comissões técnicas estarão preparados para o retorno às competições”. Em São Paulo, os quatro clubes “grandes” empresas (Santos, Palmeiras, Corinthians e São Paulo) declararam que vão adiantar o que for possível para estarem todos prontos para voltarem aos campos o mais rápido possível. Já no Rio, por exemplo, Flamengo e Vasco têm mais pressa para voltar, enquanto Fluminense e Botafogo são mais cautelosos. Essas discordâncias entre clubes aparecem também em outros estados. Mesmo que joguem em estádios vazios, eles vão ter que treinar, ir a vestiários, tomar banho, se deslocar... Tudo isso aumenta a chance da transmissão do vírus que vai ter como alvo os funcionários dos clubes, os “operários da bola” que vivem em condições de vida difíceis, muitos nas periferias. No meio do futebol como esporte dos que tem alta renda, ainda são poucos os que criticam publicamente a posição do fascista Bolsonaro. Mas quem se posiciona o faz de maneira enfática. Como Paulo Autuori, técnico do Botafogo, que declarou o seguinte em entrevista ao Esporte Espetacular: “Me parece uma sandice falar sobre o retorno das equipes de futebol neste momento. Falta de respeito diante de tantas mortes e sofrimentos. Demonstra uma preocupante falta de conhecimento dos responsáveis a favor dessa medida sobre a complexa rotina dos treinamentos de futebol. Ausência de preocupação e de respeito aos profissionais, especialmente daqueles mais sacrificados, que não são jogadores nem membros da comissão técnica. Nós, profissionais, merecemos respeito. Querem futebol de volta? E daí? Lamento”. Raí, diretor de futebol do São Paulo, fez crítica semelhante e considerou “atabalhoado” o posicionamento do canalha presidente. Já o bolsonarista presidente do Internacional, Marcelo Medeiros, deu declarações no sentido contrário. Em entrevista para a Rádio Guaíba na sexta-feira, o dirigente afirmou: “O jogador que não quiser jogar pede demissão. Se for aberta a possibilidade de o futebol voltar, vai cumprir o contrato que assinou”. Inter e Grêmio são os primeiros clubes a voltar aos treinos. De acordo com o Inter, jogadores e funcionários serão testados para covid-19 e o acesso ao clube contará com medidores de temperatura. O modelo é semelhante ao adotado pelo Flamengo, que investiu cerca de 100.000 reais para adquirir kits de testagem, que também contemplam as famílias dos atletas. Os dois clubes fazem parte da exceção dos grandes que ostentam condições financeiras para comprar equipamentos de proteção e garantir o cumprimento de protocolos mínimos de segurança. A maioria das equipes no Brasil, sobretudo as que disputam os campeonatos estaduais, interrompidos antes de seu desfecho, amarga uma realidade de dívidas, salários atrasados e estruturas precárias. Na semana passada, quando terminou o período de férias coletivas concedido pela maioria dos clubes e federações, teve início uma onda de demissões e cortes de salário que atingiu até os clubes mais bem estruturados financeiramente, como Flamengo e Palmeiras. Por isso mesmo há muita pressão para a bola voltar a rolar. Pelos mais diversos motivos – sobretudo financeiros – há uma grande quantidade de cartolas, jogadores e treinadores de clubes e federações interessados na volta imediata dos jogos e das competições. Entre os jogadores de clubes menores, com calendário ameaçado pelo risco de os estaduais não serem concluídos, a ideia de voltar aos treinos e jogos tem mais apoio. Na outra ponta, sobretudo entre atletas com passagens recentes pela Europa, é mais comum a defesa do adiamento dos treinos e jogos. É a luta de classes no esporte, revelando os antogonismos sociais irreconciliáveis no interior do esporte, que segue as regras mercenárias do modo de produção capitalista! 


Desde o BLOG da LBI declaramos nossa solidariedade para os atletas e funcionários dos clubes atacados pelos cartolas e a mafiosa CBF em seus direitos trabalhistas. Como Marxistas Revolucionários e amantes de futebol somos pelo fim do esporte como mercadoria, do controle dos elencos pelos patrocinadores e pela abolição dos contratos bilionários que engordam as máfias da FIFA e da CBF. Estas instituições capitalistas não servem para o avanço do futebol como meio de educação e evolução cultural das massas, devem ser substituídas por entidades populares controladas por jogadores e torcedores. Nesse sentido, a tarefa de varrer os cartolas mercenários do futebol mundial deve está nas mãos do povo, tais decisões deveriam ser tomados por meio de mecanismo da soberania popular. No campo, como nas fábricas e nos estabelecimentos do comércio e serviços onde vive o povão que ama o futebol, defendemos o pagamento integral dos salários e licença remunerados para os trabalhadores do esporte em todas as suas modalidades. Que a crise pague os capitalistas, ou seja, as diretorias corruptas e elitizadas que ganham milhões com patrocínios e transmissões de TV, lucrando em cima do suor dos jogadores! Nenhuma demissão fora e dentro de campo!