sábado, 16 de maio de 2020

O CERCO ASSASSINO DA POLÍCIA AOS POBRES NO RIO EM MEIO A PANDEMIA: 13 MORTOS NO COMPLEXO DO ALEMÃO


Imagens feitas por celular mostram seis corpos caídos no chão, cobertos com lençóis, após ação da PM no Complexo do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo, a investida da polícia, comandada pelo governador Wilson Witzel, matou 13 pessoas na favela para aprender oito fuzis no dia de ontem, 15.05. A operação contou com a presença do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), tropa mais letal da corporação, e tinha como objetivo apreender os armamentos. Segundo nota da PM, uma denúncia anônima apontou que havia este tipo de armas na comunidade e um “criminoso, apontado como liderança do tráfico de drogas local”. Os policiais entraram na favela no começo da tarde junto da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos), da Polícia Civil do estado. Moradores contam cinco corpos foram colocados no mesmo lugar durante a operação. “Nós estamos começando a achar que é chacina”, diz uma pessoa que vive no Complexo, em áudio no WhatsApp. Todos teriam morrido no mesmo lugar, de acordo com esta pessoa. Outro morto teria sido levado para o mesmo local, onde foram registradas as cenas pelos moradores. Havia mais mortes. Até o fim da noite, o Observatório da Segurança Pública do Rio de Janeiro contabilizava 13 vítimas no Alemão. Desde a posse de Witzel, o Rio de Janeiro contabiliza uma morte provocada pela polícia a cada 3 homicídios registrados no estado. O ex-juiz federal colocou em ação os caveirões aéreos, como são chamados os helicópteros com plataforma de tiros, e snipers, atiradores de elite que eliminam pessoas consideradas suspeitas à distância.


Lembremos que semana passada o prefeito do Rio de Janeiro, pastor da igreja Universal Marcelo Crivella, determinou aos bairros de Santa Cruz, Madureira, Freguesia, Taquara, Realengo, Guaratiba, Tijuca (Praça Saens Peña), Grajaú, Méier, Pavuna e Cascadura. Esta é exatamente a região não turística da “Cidade Maravilhosa”, ou seja, os antigos “subúrbios” e a chamada “Zona Norte”. O cretino prefeito selecionou apenas a periferia pobre da cidade para o “cerco policial” e não toda a cidade revela o conteúdo de classe do próprio Estado. Os Marxistas Leninistas se opõe radicalmente contra todas as medidas de repressão e cerceamento das garantias constitucionais contra a população pobre e oprimida, sejam pela justificativa da epidemia do coronavírus ou de qualquer outra natureza. 

Desgraçadamente a esquerda reformista ingressou na histeria reacionária da apologia do “cerco policial”, como se a luta de classes tivesse cessado na pandemia. Estranhamente a defesa cega do “isolamento” virou o unguento milagroso contra o vírus, simplesmente os reformistas não reivindicam mais os meios sanitários para o tratamento da Covid, ou seja, uma rede pública de hospitais com o universal direito de atendimento e internação (se for este o caso diagnosticado) de todo cidadão que for acometido da contaminação. Para combater a epidemia não precisamos de mais polícia, como creem os reformistas, necessitamos de mais hospitais, médicos com todo o pessoal da saúde, medicamentos para o tratamento, leitos e UTI’s equipadas com ventiladores respiratórios, etc... Além de completa assistência social e econômica para as pessoas que necessitam ficar em casa. Esta plataforma básica não poderá é claro ser atendida pelo decadente Estado capitalista, que recorre a medidas repressoras como o “remédio” para o caos sanitário instalado no país. Nosso combate, voltamos a repetir até a exaustão, é para derrotar o Estado capitalista assassino do nosso povo, e nunca para reforçar suas características de repressão policial e supressão das liberdades democráticas contra os direitos das massas populares.