quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

FORTUNA DOS MAIS RICOS CRESCE NA PANDEMIA: MILHARES NO “OLHO DA RUA” ENQUANTO OS BARÕES DO CAPITAL NÃO PARAM DE LUCRAR

Com a pandemia do Covid-19, a fortuna dos mais ricos do planeta aumentou em 31% em 2020. Apesar de ter afetado empregos, pequenas empresas e estados nacionais, na nova ordem mundial do terror sanitário a "saúde financeira" dos mais ricos do mundo não foi afetada negativamente nos últimos meses. Ao contrário, ela cresceu. Isso é o que mostra o Índice Bloomberg Billionaires, que classifica diariamente as pessoas mais ricas do planeta. E a economia desse seleto grupo de barões do capital apresentou crescimento de 31% no comparativo de 2020 com 2019. 

Conforme explica a Bloomberg, boa parte desse salto acontece pelos ganhos oriundos do mercado acionário, o qual beneficiou justamente os donos das maiores fatias de grandes empresas. A lista das 500 pessoas mais ricas é encabeçada pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos. Este último tem fortuna estimada US$ em 190 bilhões. Com US$ 20 bilhões a menos aparece Elon Musk, fundador e CEO da Tesla e da SpaceX.

A crise econômica provocada pelo novo coronavírus não impediu que a lista de bilionários crescesse no Brasil. A relação atualizada pela revista Forbes Brasil mostra que 33 brasileiros alcançaram fortuna superior a R$ 1 bilhão no último ano, fazendo com que o total de ricaços nacionais chegasse a 238! Em resumo, milhares no “olho da rua” enquanto a burguesia não para de lucrar na pandemia!

Segundo o Índice Bloomberg Billionaires, nove brasileiros aparecem entre os mais ricos do mundo. São eles, Jorge Paulo Lemann, com US$ 23,8 bilhões (66º da lista); Eduardo Saverin, com US$ 14,8 bilhões (138º); Marcel Telles, com US$ 11,3 bilhões (182º); Carlos Sicupira, com 10 bilhões (223º); Pedro Moreira Salles, com US$ 5,67 bilhões (462º); e Joao Moreira Salles (498º); Fernando Moreira Salles (499º) e Walter Salles (500º). Esses últimos têm fortunas avaliadas em 5,23 bilhões.

Por sua vez, cerca de 14 milhões de brasileiros permanecem desempregados segundo o IBGE, mas esse número de fato é bem maior, além de campear no país o sub-emprego. De acordo com o IBGE, a taxa de 14,1% foi a mais alta para um trimestre terminado em novembro desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. 

Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, quando a taxa ficou em 11,2%, houve aumento de 2,9 p.p. do indicador. O número de desempregados variou pouco na comparação com o trimestre terminado em outubro - cerca de 100 mil a menos. Já na comparação com igual trimestre do ano anterior, antes da pandemia, essa população aumentou em cerca de 2,2 milhões de pessoas. 

O que explicaria o recuo da taxa é o aumento do número de pessoas ocupadas. O levantamento mostrou que o contingente total de pessoas ocupadas no país caiu 9,4% na comparação com o trimestre encerrado em novembro de 2019, o que representa uma redução de 8,8 milhões de pessoas.

Em um ano, 11,5 milhões perderam emprego no setor privado. Em meio à pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira viu um contingente superior à população de Portugal deixar o mercado de trabalho no setor privado. 

Entre os meses de setembro de 2019 e de 2020, 11,5 milhões de brasileiros saíram da população ocupada no setor privado – número recorde, segundo levantamento realizado pela consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Trimestral. No total, o Brasil tinha 70,6 milhões de trabalhadores que atuavam no setor privado em setembro do ano passado - número que inclui formais, informais, empregadores, conta própria, entre outros. Já no setor público, eram 11,8 milhões.

O levantamento do IDados evidencia que a atual crise do mercado de trabalho tem sido diferente das observadas em anos anteriores. Em períodos recessivos, a população ocupada sempre recua no setor privado, mas não com a intensidade vista atualmente. O que se percebe, agora, é que os brasileiros não encontram emprego no curso da pandemia.

Entre dezembro de 2015 e 2016, por exemplo, quando o país lidava com a combinação de uma crise econômica e política, a destruição de postos no setor privado chegou a quase 2 milhões. Ou seja, a destruição de empregos causada pela pandemia é cerca de seis vezes maior do que a verificada na última recessão.

Em 2021 acabou o Auxílio Emergencial. Ele foi pago até dezembro de 2020 e chegou a 68 milhões de trabalhadores. O custo do programa foi de R$ 300 bilhões, mas o governo do neofascista Bolsonaro não renovou o benefício, deixando milhões na miséria.

Como se observa, as metrópoles imperialistas e suas empresas, tendo a frente os EUA e a União Europeia, através de seus governos e das grandes corporações impõe a divisão internacional do trabalho, reservando ao Brasil o papel de semicolônia, exportadora de commodities agrominerais, ao mesmo tempo em que desovam seus produtos manufaturados no país, via nosso enorme mercado consumidor.

Este controle impossibilita qualquer traço de soberania nacional e independência política, já que a burguesia nativa é sócia menor do imperialismo. 

Frente a esta realidade mantida no marco da nova ordem mundial pandêmica é preciso romper o verdadeiro “pacto colonial” que atrasa o desenvolvimento nacional, com os trabalhadores sendo vanguarda deste processo defendendo a expropriação das grandes empresas transnacionais sob o controle operário, o fim da remessa dos lucros para as matrizes centrais e o não pagamento da dívida interna e externa!