LUTA DE MASSAS NA ÍNDIA: DEZENAS DE MORTOS NA MOBILIZAÇÃO CAMPONESA CONTRA A POLÍTICA AGRÁRIA DO GOVERNO NARENDRA MODI
Na última terça-feira (26/01) os camponeses indianos novamente se mobilizaram contra as leis de flexibilização adotadas pelo reacionário Primeiro-Ministro Narendra Modi, estas políticas que beneficiam grandes empresários do agronegócio em detrimento das pequenas fazendas rurais.Desde novembro do ano passado, 250 milhões de camponeses na Índia estão em estado de greve e nesta terça-feira as entidades sindicais convocaram uma mobilização nacional massiva em Nova Delhi, que terminou em repressão e confrontos violentos com a polícia. Vários manifestantes foram presos e há relatos de quase uma dezena de mortos e centenas ficaram feridos, assim como também alguns policiais no confronto.
Desde que a greve agrária foi decretada, as organizações camponesas acamparam nos arredores da capital Nova Delhi para que o governo Modi, de extrema direita, revogasse as leis anti-camponesas que flexibilizam o mercado agrícola e o colocam nas mãos de grandes empresas agroexportadoras, muitas inclusive de propriedade multinacional.
O regulamento institucional aprovado no Parlamento em setembro, permite que os empresários vendam seus produtos diretamente a compradores privados, eliminando o mercado regulado pelo Estado, que garantia um preço mínimo para os agricultores. As novas leis permitem que os grandes capitalistas acumulem grãos com base na especulação financeira sobre os preços de exportação. Os camponeses, que batizaram as regulamentações de "leis negras", asseguram que sua aprovação faz parte do plano de privatizações promovido pelo Primeiro-Ministro indiano para aumentar os lucros capitalistas.
As medidas implantavas pelo governo são um acúmulo de anos de injustiças, abusos por parte de empresas transnacionais, particularmente três leis aprovadas pelo parlamento indiano em setembro do ano passado, aproveitando as restrições à mobilidade imposta pela pandemia. A combativa mobilização do campesinato indiano, que não se submeteu a chantagem do terror sanitário, agora deve estabelecer um chamado a unidade com a classe operária, no sentido de por abaixo o atual governo pró-imperialista, pela via da revolução agrária e social!