segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

“FASCISMO SANITÁRIO” NA HOLANDA: DEZENAS DE MANIFESTANTES PRESOS DURANTE PROTESTO CONTRA O TOQUE DE RECOLHER

Sob o pretexto de combater um “vírus letal” e “defender a vida e a ciência”, os governos burgueses da Europa estão desencadeando uma brutal ofensiva contra os direitos de organização e liberdades democráticas conquistadas pelo proletariado na derrota do nazifascismo em 1945. Como se sabe muito bem, o objetivo de qualquer toque de recolher é tirar as pessoas das ruas para estabilizar a situação política após um golpe de Estado. Claro, o direito de manifestar deve desaparecer, porque não é quem quer se manifestar, mas quem está autorizado pelo regime a permanecer com “salvo conduto”. 

A suposta “prevenção sanitária” é uma forma de retorno de um fascismo disfarçado de “cuidados para controlar a pandemia”. Na Holanda, neste final de semana, a polícia holandesa impôs mais de 3.600 multas e prendeu 25 pessoas durante a primeira noite em que o toque de recolher foi aplicado, dia que terminou hoje com altercações entre manifestantes e policiais do noroeste do país e o comunicado de uma situação de emergência municipal.

Embora 80 por cento das pessoas que passaram pelos controles policiais na noite passada tivessem formulários válidos indicando uma razão válida para estar na rua entre 21h00 e 16h30, a polícia reconhece ter emitido "um número substancial de multas de 95 euros em todas as unidades por violação do toque de recolher em vigor”. Os enfretamentos ocorreram principalmente em dois locais, no município de Stein, em Limburg, e na zona portuária de Urk, município da província de Flevoland, no noroeste dos Países Baixos.

Em Urk, as tensões começaram após a entrada em vigor do toque de recolher, com uma manifestação em que dezenas de pessoas participaram contra as restrições, atirando fogos de artifício e pedras nos policiais, que destruíram várias viaturas. Os manifestantes dirigiram centenas de veículos buzinando e provocaram incêndio em um dos pontos instalados pelo conselho regional de saúde (GGD) para realizar a detecção por PCR do covid-19. A declaração de “situação de emergência” só ocorre em casos de distúrbios, desastres ou acidentes maiores, e autoriza a dar todas as ordens que julgar necessárias para manter a ordem pública e limitar o perigo.

Em Stein, cerca de cem pessoas convocaram uma festa com música e álcool bem no momento em que a restrição entrou em vigor, então a polícia interveio para encerrar a reunião com força repressiva, o que causou ferimentos leves e na prisão de 14 jovens. A situação tem sido um pouco mais calma no resto do país, embora as autoridades tenham imposto mais de 3.600 multas a cidadãos que violaram o toque de recolher sem motivo justificado. Em um posto de controle de rodovia perto de Zaltbommel, na província de Gelderland, a polícia emitiu pelo menos 45 multas em uma noite.

Os centros de Amsterdã e Eindhoven também foram declarados para este meio-dia como uma "zona de risco" para a segurança porque novos protestos estão planejados. 

O toque de recolher que entrou em vigor na noite passada é a primeira restrição à mobilidade imposta como uma medida obrigatória na Holanda desde março do ano passado. Até agora, a distância social e o isolamento em casa eram uma "recomendação" e as pessoas ainda podiam sair a qualquer momento sem justificar os seus motivos.

Desgraçadamente a esquerda reformista vem se perfilando com a repressão sanitária, apoiando as medidas de supressão de direitos democráticos e de organização política da classe operária. É o sintoma político de que estas direções traidoras já se passaram há muito tempo para o campo de classe da burguesia. 

A farsa da pandemia vem servindo é claro para quebrar a coluna vertebral da organização política das massas, em um período onde a crise agônica do capital exige o máximo de extração de mais-valia e ataque as conquistas históricas dos trabalhadores.