APÓS DOZE ANOS DE OCUPAÇÃO MILITAR DOS GOVERNOS PETISTAS: HAITI RETORNA TRILHA DE LUTA E TRABALHADORES CONVOCAM GREVE GERAL PARA OS PRIMEIROS DIAS DE FEVEREIRO
O Haiti, país mais pobre da América Latina, sofreu uma intervenção militar estrangeira por mais de 13 anos, 12 dos quais a invasão foi liderada pelos governos brasileiros do PT (2004 a 2016). Durante todos esses anos a população haitiana conviveu com estupros, assassinatos, desaparecimentos e pilhagem econômica, tudo isso comandado pelo exército brasileiro que estava sob as ordens de Lula e Dilma Rousseff respectivamente. Mas agora o combativo proletariado haitiano retoma sua trilha de luta e volta a se organizar de forma independente. Um grupo de sindicatos haitianos convocou nesta última quinta-feira uma greve geral para os dias 1 e 2 de fevereiro para exigir a renúncia do corrupto presidente Jovenel Moïse e para protestar contra a crescente insegurança social e econômica que cruza o país.
O Coletivo de Advogados de Defesa dos Direitos Humanos, a
Brigada Sindical Anticorrupção (BSAC), o Movimento Unido dos Trabalhadores
Haitianos (MUTH) e a Central Nacional dos Trabalhadores são alguns dos
organizadores dos protestos populares. Estas entidades contam com o apoio de
dezenas de outros coletivos, incluindo partidos de oposição, sindicatos de
motoristas de transporte, professores e organizações de direitos humanos.
O objetivo principal é obrigar o reacionário Moïse a deixar
a presidência até 7 de fevereiro de 2021, como reivindicam é o que prevê um
artigo da Constituição.
Por sua vez, Moïse considera que seu mandato termina somente
um ano depois, em 7 de fevereiro de 2022, visto que assumiu o governo desde que
foi eleito por cinco anos para sua posse, em 7 de fevereiro de 2017, contando
com o apoio da Casa Branca para perpetrar seu auto-golpe. Organizações de
mototáxis e a Plataforma Sindicato dos Professores do Haiti apoiam a convocação
de uma greve geral para protestar, entre outras coisas, contra o atual regime
entreguista e o aumento da criminalidade contra a população pobre.
Os sindicatos dos trabalhadores também convocaram toda a
população para manifestar seu desacordo com os sequestros, que se generalizaram
nos últimos tempos, e contra a insegurança social. Moïse conta com o apoio
político da Organização dos Estados Americanos (OEA), quanto à data de término
do seu mandato e também convocou eleições presidenciais e legislativas para
setembro próximo, como forma de “aliviar” a pressão contra seu governo. Também
pretende promover a elaboração de uma nova constituição, “roubando” a proposta
da esquerda reformista, que se recusa a travar a luta pela conquista do poder
político. Esta “constituinte” que deverá ser submetida a referendo no próximo
mês de abril, é a última tentativa do governo títere em desviar o foco de ação
direta do movimento de massas, qualquer coincidência com a tática
distracionista do neofascista Pinera no Chile, não é mera coincidência...