sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

AUMENTO DOS GASTOS MILITARES NO CURSO DA PANDEMIA: A III GRANDE GUERRA MUNDIAL NO HORIZONTE DAS DISPUTAS GEOPOLÍTICAS PELO CONTROLE DOS MERCADOS 

O gasto global no setor da Defesa crescerá aproximadamente 2,8% em 2021. Com este aumento, os custo da atividade militar vai superar os 2 trilhões de dólares. Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Arábia Saudita foram em 2020 os cinco maiores investidores mundiais do setor militar. Juntos, esses países responderam por 62% de todo o gasto global na área. As grandes potências militares estão intensificando os gastos para o fortalecimento de suas Forças Armadas à medida que se intensificam as tensões geopolíticas no curso da pandemia mundial. Todos estes elementos caóticos da Nova Ordem, obviamente elevam a tensão da luta de classes a um grau superior e colocam no horizonte a ameaça de uma guerra nuclear, a III Grande Guerra, uma extensão política e econômica da disputa feroz pelo controle dos mercados de consumo e das reservas naturais da terra. 

A maioria dos países que gastam com a Defesa apotam que vão reforçar a presença militar em 2021, apesar do impacto econômico da pandemia sobre os déficits fiscais. As vendas militares estrangeiras dos Estados Unidos aumentaram em US$ 15 bilhões (aproximadamente R$ 80,26 bilhões) no ano fiscal de 2020 chegando a US$ 83,5 bilhões (cerca de R$ 446,8 bilhões). A China anunciou um orçamento militar de US$ 178,2 bilhões (cerca de R$ 963,5 bilhões) em maio de 2020, 6,6% a mais que no ano anterior. A Índia também está reforçando seu Exército. O Japão, por sua parte, anunciou um orçamento para Defesa de US$ 51,5 bilhões (aproximadamente R$ 275,57 bilhões) para o ano fiscal de 2021, estabelecendo um recorde pelo sétimo ano consecutivo. O país asiático está reforçando sua capacidade militar aérea e marítima contra a China. 

A Casa Branca, agora sob a gestão Biden-Kamala, tem bastante interesse no recrudescimento da pressão militar que a OTAN possa exercer sobre a Rússia, ainda mais na atual conjuntura mundial, onde a aliança do complexo bélico de Moscou (o mais letal do planeta) ameaça estabelecer uma aliança com a maior economia emergente do mundo, a China. 

Se trata obviamente da disputa aberta pela hegemonia global, no cenário da pós pandemia do coronavírus, o que necessariamente passará por confrontos militares entre potências no próximo período histórico da humanidade. 

Registre-se que outras potências imperialistas, principalmente a Alemanha, intensificaram seu rearmamento militar. É o prenúncio claro que a profunda crise de superprodução capitalista, na qual a pandemia é apenas uma expressão sanitária para justificar a “queima” de ativos, conduzirá a uma nova guerra mundial pelo controle dos mercados e a disputa final de uma nova hegemonia imperialista global.

Por sua vez, a disputa pelas redes 5G, especialmente entre os Estados Unidos e a China, não é apenas parte da guerra comercial. As redes 5G criam um novo terreno para a corrida armamentista, que se desenvolve menos em termos de quantidade do que de qualidade. A mídia corporativa não aborda a questão militar, sendo amplamente ignorada até pelos críticos de tecnologia que concentram sua atenção nos possíveis efeitos nocivos à saúde, apenas uma das facetas do 5G.

A Pandemia está servindo como treinamento, um verdadeiro “balão de ensaio”, para um recrudescimento global dos regimes, não por acaso o Pentágono vem testando a capacidade de reação das massas e das nações adversárias como a Rússia e a China diante do novo quadro de correlação de forças mundiais.