segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

PRESSÃO INTERNACIONAL IMPEDIU TEMPORARIAMENTE A EXTRADIÇÃO DE ASSANGE: UMA VITÓRIA PARCIAL QUE SÓ SE MANTERÁ COM A MOBILIZAÇÃO DO MOVIMENTO DE MASSAS EM TODO O MUNDO. CONVOCAR UM DIA MUNDIAL DE PROTESTOS EM DEFESA DE ASSANGE E DA PLENA LIBERDADE DE IMPRENSA!

Um tribunal britânico de primeira instância rejeitou nesta segunda-feira (04/01) o pedido de extradição para os EUA do fundador do WikiLeaks, o jornalista Julian Assange, que enfrenta por parte do imperialismo ianque acusações de espionagem e hacking, como resultado da publicação de documentos secretos em seu portal WikiLeaks entre 2010  e 2011. A juíza distrital britânica Vanessa Baraitser explicou a rejeição do pedido do governo dos EUA por medo de que o ativista pudesse cometer suicídio, argumentando que a extradição seria "opressiva" devido à delicada saúde mental de Assange. Preso na Inglaterra, Julian sofreu uma série de torturas físicas e psicológicas, o que abalou severamente sua saúde mental.

Em particular, a juíza descreveu o jornalista australiano como "um homem deprimido e às vezes desesperado" que tem o "intelecto e determinação" para escapar de quaisquer medidas de prevenção de suicídio tomadas pelas autoridades prisionais do Reino Unido. Porém a reacionária juíza Vanessa rejeitou quase todos os argumentos da equipe jurídica de defesa de Assange e destacou que as ações do ativista, se provadas, "equivaleriam a crimes nesta jurisdição que não seriam protegidos por seu direito à liberdade de expressão". No entanto, ela enfatizou que Assange sofre de depressão clínica de moderada a grave, que seria exacerbada pelo isolamento que provavelmente enfrentaria em uma prisão nos Estados Unidos.

O governo neofascista dos EUA anunciou que apelará da decisão da Corte inglesa. Os advogados de Assange, por sua vez, planejam pedir sua libertação imediata da prisão de Londres, onde está detido há mais de um ano e meio. Por sua vez a equipe de transição do presidente eleito, o Democrata Joe Biden, não se pronunciou sobre a decisão da justiça britânica, e o próprio Biden que costuma criticar Trump todos os dias, permaneceu absolutamente mudo...

Depois que a decisão foi divulgada, Edward Snowden, um ex-agente contratado da CIA e da Agência de Segurança Nacional, que hoje está exilado na Rússia, agradeceu a todos aqueles que “lutaram contra uma das ameaças mais perigosas à liberdade de imprensa em décadas”, escreveu em sua conta no Twitter em relação ao caso Assange. Outro jornalista americano, Glenn Greenwald, que já utilizou muitas informações fornecidas pelo Wikileaks, qualificou o 'não' à extradição de "grande notícia", embora tenha esclarecido que a decisão "não foi uma vitória para a liberdade de imprensa", mas "muito pelo contrário", uma vez que a juíza "apoiou a maioria das teorias do governo dos Estados Unidos" e deixou claro que acreditava que havia motivos para processar Assange em conexão com a publicação dos vazamentos em 2010.

O exdrúxulo arrazoado exposto pela juíza britânica, aponta que sua decisão é temporária, aguardando na verdade que se conclua a passagem de governo dos EUA, para um pronunciamento cabal sobre a extradição de Assange. Por isso a única forma de garantir a liberdade plena de Julian é impulsionar uma grande mobilização de massas no mundo todo, e em particular no Reino Unido, convocando as entidades operárias e democráticas para um dia mundial de protestos em defesa de Assange e da liberdade de imprensa!