04 ANOS DO “ACIDENTE FATAL” QUE VITIMOU TEORI ZAVASCK: UMA FARSA “FABRICADA” NAS ENTRANHAS DO PODER BURGUÊS
Completou-se 4 anos da morte do Ministro do STF, Teori Zavascki. Segundo a grande imprensa burguesa, “Polícia Federal não encontrou ‘ato intencional’ na morte do ministro Teori Zavascki, diz delegado” (G1, 20.01.2021). O delegado que a matéria se refere é Rubens Maleiner, que substituiu seu colega assassinado justamente para o resultado final do inquérito chegou a essa conclusão. Segundo a PF, “a hipótese de falha humana foi a ‘linha principal’ das apurações. Os elementos que atingimos conduziram a um desfecho não intencional e trágico naquele voo”. Entretanto para os Marxistas que conhecem muito bem o "jogo bruto" das elites capitalistas quando a taxa de lucro ameaça declinar, não resta a menor sombra de dúvida de que Teori foi "removido" do campo de batalha que não tolera vacilações.
O primeiro delegado que investigava o caso foi assassinado
em julho de 2017, Adriano Antonio Soares. Foi ele quem abriu o inquérito
policial e iniciou a investigação dos motivos que levaram a queda do avião de
Zavascki, tendo conhecimento das verdadeiras circunstâncias que levaram a morte
de Teori. O assassinato do delegado da PF tratou-se de uma verdadeira “queima
de arquivo” na medida em que o mesmo detinha informações que se viessem a
público aprofundariam ainda mais a crise do regime político e do então governo
golpista de Temer. Por sua vez, Teori Zavascki foi literalmente abatido em
pleno voo quando se dirigia da capital paulista para um final de férias em
Paraty no litoral fluminense em janeiro de 2017, há exatamente 4 anos atrás. Nada
melhor do que forjar uma “falha humana” de um piloto extremamente experiente,
um acidente “perfeito” às vésperas do reinício dos trabalhos do judiciário,
justamente quando as delações da Odebrecht viriam a ser reveladas publicamente.
Lembremos que já naquele momento a mídia “murdochiana” não esperou sequer o aparecimento do cadáver, martelando que não havia espaço para especulação de uma “teoria da conspiração” segundo os arautos do golpe, tratou-se de mais um acidente aéreo “corriqueiro” como o que ceifou a vida do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos em 2014.
O falecido ministro togado mesmo seguindo a linha geral
golpista resistia em conceder um indulto pleno a máfia dirigente do PMDB, da
qual Temer é historicamente o "capo", as delações da família
Odebrecht não estavam agradando o Planalto, apesar da forte inclinação em
criminalizar o PT.
Nada melhor então do que nomear um novo ministro, com o aval
da quadrilha de Renan no Senado, para "depurar" das delações os fatos
vinculados aos caciques do PMDB. Velado o corpo com o "luto oficial"
dos próprios assassinos, logo surgiu um nome "probo" para assumir o
legado de Teori no STF, sem o incomodo de atingir a anturragem do golpista
Temer, o tucano Alexandre de Moraes.
A LBI elaborou logo depois da morte de Teori Zavascki um
artigo, polemizando com a esquerda que não denunciou a trama e em silêncio mais
uma vez acusou que nossas corretas conclusões não passavam de “Teoria da
Conspiração”. Pontuamos que enquanto a esquerda revisionista adaptada e crédula
ao regime da democracia dos ricos ficava em silêncio diante do “acidente” que
matou o ministro do STF Teoria Zavascki (no máximo atuando como papagaios da
mídia burguesa), alegando que não patrocina “Teorias da Conspiração” e
desprezando o real funcionamento mafioso do Estado burguês e suas gerências de
plantão, a LBI logo após a queda do avião apontou sem vacilar a ação como um
assassinato planejado por Temer e sua antourragem palaciana (Jucá, Moreira
Franco, Padilha, por “coincidência” os dois últimos ex-ministros da Aviação
Civil...) para controlar o conteúdo das delações da Odebrecht.
Esta esquerda revisionista que jura sua fidelidade aos ritos
sagrados da democracia capitalista, entende que a burguesia não ousaria
ultrapassar os limites das "tradicionais" manobras políticas
existentes no "jogo do poder", portanto conspirações e assassinatos
não poderiam fazer parte do "cardápio" das classes dominantes. Deveriam
afirmar que o "acidente" aéreo que matou o general Castelo Branco, o
primeiro presidente do golpe militar, não passou de uma fatalidade e que
somente "mentes poluídas" poderiam afirmar a existência de uma tal
"Operação Mosquito".
No âmbito do Supremo, Gilmar Mendes articulou nos bastidores
barrar qualquer medida para que houvesse uma redistribuição dos autos a outros
ministros senão o indicado pelo canalha golpista. Tratou-se de uma evidente
operação para preservar Temer, Renan e os figurões PSDB, cujos nomes estavam em
peso presentes nas delações da Odebrecht analisadas até então por Zavascki.
A delação apontava os holofotes para os nomes mais
importantes da gang palaciana como Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia além
de ministros e parlamentares do PSDB, residualmente apontavam para nomes do PT.
Vale salientar que antes do seu voo fatal (19.01.2017), Zavascki havia ido à
Brasília um dia antes, na sala do terceiro andar da sede do STF, pegar os
processos para análise e orientar seus auxiliares sobre a necessidade de
sigilo. A sala onde foi trancafiada a delação da Odebrecht era vizinha ao gabinete
da então presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
A viagem mortal para um hotel de luxo em Paraty ocorreu no
dia seguinte a ele interromper suas férias para apressar a homologação do lote
de delações da Odebrecht. Segundo o Valor Econômico (18.01.2017) “O relator da
Lava-Jato, ministro Teori Zavascki, voltou nesta quarta-feira ao Supremo
Tribunal Federal (STF) para analisar as delações premiadas dos 77 executivos da
Odebrecht. O ministro interrompeu as férias, iniciadas no fim de dezembro,
quando começou o recesso do tribunal, para começar os procedimentos
preparatórios para a homologação das delações. Atualmente parte do material já
esta no gabinete de Teori. Mesmo durante o recesso, a equipe do ministro
formada por juízes auxiliares e servidores de confiança, já havia começado a
analisar o material”.
O ministro estava em Paraty, viajou de quatro a cinco horas
(Parati/SP/Brasília) no dia 18. Depois voltou para São Paulo, onde do Campo de
Marte saiu o avião que logo veio a cair nas águas próximas a Paraty nesta
quinta-feira (19). Não houve nenhum esforço do governo federal para resgatar os
destroços do avião para investigação in loco, as buscas foram interrompidas por
alegação de mau-tempo e somente horas depois Teori, seu “amigo-empresário” (que
era réu no STF por crime ambiental) e o piloto foram retirados da água. Ordens
superiores da Marinha atrasaram bastante o resgate. Imediatamente a FAB
declarou que o avião que levava o ministro Teori Zavascki não tinha caixa
preta, nem era obrigado a tê-la, portanto não há registro de vozes e dados do
voo.
Para fechar o cerco de encobrimento, a imprensa noticia que
a equipe da Polícia Federal escalada para investigar a queda do avião que
levava Teori é a mesma que (não) apurou o “acidente” com Eduardo Campos. Nada
melhor do que forjar uma pane técnica no avião ou inabilidade do piloto diante
da chuva que caia na região, um acidente “perfeito” às vésperas do reinício dos
trabalhos do judiciário, justamente quando as delações da Odebrecht viriam a
ser reveladas publicamente. Tem-se dito que o avião que caiu era novo e
revisado, um Hawker Beechcraft King Air C90 prefixo PR-SOM, um bimotor pequeno
e seguro, com um piloto experiente e com total domínio do trajeto SP-Paraty,
feito quase diariamente pelo dono do avião, o empresário Carlos Alberto
Figueiras.
Obviamente que ocorreu uma sabotagem na aeronave, Teori não
tinha nenhuma equipe de segurança que vistoriasse o bimotor e o avião era de um
“amigo” particular, portanto de fácil acesso no Hangar em que ficava estacionado
antes das viagens no Campo de Marte. O avião teve a ficha contendo as
informações técnicas da aeronave acessada 1.885 vezes, nos últimos 16 dias. A
informação foi passada por um investigador da Polícia Federal, que analisa se o
avião estava sendo monitorado. Era sabido que Teori estava sendo monitorado
pelo Planalto.
O setor de inteligência do Supremo Tribunal Federal foi
informado de que agentes secretos dispunham de detalhes dos hábitos e horários
do ministro e iniciou investigação sigilosa para saber se o ministro teve
telefones grampeados e que outros tipos de monitoramento era alvo. Vale
registrar que o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, um dos principais
investigadores da Operação Lava Jato, utilizou seu perfil no Facebook para
pedir uma investigação aprofundada sobre o acidente que resultou na morte do
ministro Teori Zavascki. Em tom de dúvida sobre as causas do acidente, Marcio
Anselmo afirma que “esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo”. Em seguida
ele apagou a mensagem. Por sua vez, o filho do ministro, Francisco Prehn
Zavascki, declarou que é preciso “investigar a fundo e saber se foi acidente ou
não, que a verdade venha à tona seja ela qual for. Torço para que tenha sido um
acidente, seria muito ruim para o país ter um ministro do STF assassinado”.
Teori Zavascki não era “santo” como pretende vender a mídia
e o seu séquito de bajuladores. Alertamos mais uma vez que o falecido ministro
togado mesmo seguindo a linha geral golpista resistia em conceder um indulto
pleno a máfia dirigente do PMDB, da qual Temer era historicamente o “capo”, as
delações da família Odebrecht não estavam agradando o Planalto, apesar da forte
inclinação em criminalizar o PT. Nada melhor então do que nomear um novo
ministro, com o aval da quadrilha de Renan no Senado, para “depurar” das
delações os fatos vinculados aos caciques do PMDB. Sem dúvida o assassinato de
Teoria foi obra da anturragem palaciana de Temer, que logo indicou um nome para
o STF comprometido com o Planalto e a máfia do parlamento para preservar sua
gang golpista.
De nossa parte não vemos nenhuma surpresa neste
acontecimento, as mortes de acidentes aéreos de desafetos políticos são
relativamente comuns. Por mais contraditório que possa parecer, os mais
“crédulos” no funcionamento das instituições “democráticas” deste bastardo
regime burguês são justamente as organizações da esquerda, incluindo neste bojo
as que se reivindicam “reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a
direita golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu
caminho, inimigos ideológicos ou não, a esquerda jura obediência à
institucionalidade, confiante na “probidade” de seus adversários mais
reacionários.
Os Marxistas Revolucionários da LBI alertam que o
assassinato de Teori aponta para mais um acidente “fabricado” nas entranhas do
poder, assim como foi o acidente aéreo que vitimou o ex-governador Eduardo
Campos. Crimes e Assassinatos bem planejados são a especialidade das máfias
burguesas que controlam os governos e seu aparato repressivo e de inteligência.
Mas logo os “crentes” na democracia dos ricos nos acusarão
de delírio, de estarmos acolhendo a mais nova versão da “Teoria da Conspiração”
para atacar a famigerada Operação Lava Jato que tem o apoio da direita e de
setores da esquerda como PSTU e PSOL. Para estes senhores tudo não passaria de
uma mera coincidência sinistra. Estão sendo ainda divulgadas versões estúpidas
que um oficial da Aeronáutica "filiado ao PT" teria orientado o
piloto incorretamente para provocar o acidente no mar, tendo obtido
posteriormente um habeas corpus no STF assinado por Levandovski (que estava de
férias), uma versão claramente montada para desacreditar os que questionam
seriamente o “acidente” que levou a morte de Teori.
Não há espaço para especulação segundo esses idiotas úteis
no interior da esquerda, trata-se de mais um acidente aéreo “corriqueiro” como
o que ceifou a vida do ex-governador de Pernambuco em 2014 dando espaço para
Marina Silva tentar derrotar a Frente Popular na disputa pelo Planalto. Por fim
deixamos claro que o conjunto do STF é um colegiado serviçal dos grandes grupos
econômicos capitalistas, os “ilustres” ministros desta instituição considerada
o sustentáculo “ético” do atual regime na verdade tomam suas decisões em função
das pugnas políticas existentes nas entranhas do poder republicano. Por isso
declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e
no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder operário e
popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a
direita e a Frente Popular!